DECIMAR BIAGINI

DECIMAR BIAGINI
Advogado e Poeta Cruzaltense

Entre em contato com o advogado Decimar Biagini

Nome

E-mail *

Mensagem *

sábado, 31 de maio de 2025

Cristal da manhã gaúcha

Cristal da manhã gaúcha, pelo poeta Cruz-altense Decimar 
quando o minuano
fala pelas coxilhas
a geada dança

branco silêncio
erva quente no peito
o tempo escorre lento

Galopa o vento
no lombo da cerração
ronca o minuano

é frio de aço
mas tem brasa no mate
e céu bordado em vidro

lago adormecido
respira névoa espessa
num inverno azul

mate e memória
as margens do tempo
são molduras de gelo

fumega o chimarrão 
nas mãos de um velho campeiro
rezando o tempo

minuano canta
e o verde na cuia
aquecendo lembranças

estrelas geladas
no céu das coxilhas mudas 
silêncio de prata

o frio não fere
quando a alma se veste
com seu poncho de fogo


Sede Orgânica

Sede Orgânica

Deus te manda
Despertar na madrugada
Como num mantra
Entre uma e outra mamada

Verifico as cobertas
Analiso a luva da Valentina
É bom ficar em alerta
São quatro graus, imagina

Confio no Google?
Espio na janela, neblina
Talvez uma geada
Seria cedo para um chima?

Um pdf, uma olhada
Vou ler alguma poesia
Quatro horas, que nada
Melhor ficar só na rima

Decimar da Silveira Biagini

sexta-feira, 30 de maio de 2025

Desacelerar

Desacelerar
https://youtu.be/H6qRJu5hwag?feature=shared
Silêncio se faz
num templo além do pensar
voz da alma em paz

Ritmo vem do chão
pulso antigo em teu tambor
coração em som

Âncora no ser
oceano azul de amar
calma sem querer

Saber pode errar
crer é passo sem o chão
luz a desvelar

Fonte de todo
caminho, cura e florir
amar é renovo

Gratidão é sol
mesmo em céu cinza ela ri
dourando o arrebol

Solta o peso, irmão
sopro leve te conduz
cruza a escuridão

Perdoar é ir
além do tempo e da dor
alma a expandir

O amor quer já ser
não espera outro jardim 
florescem no ver

Divino é semente
em ti querendo brotar
rega com a mente.

Bondade é portal
Tu és todos ao servir
ser universal

Não basta sonhar
só a prática é farol
que ensina a voar

Do ruído ao ser
do eu ao todo em bondade
canta-te, viver

quarta-feira, 28 de maio de 2025

Brasil

Brasil de esperança vagalume
https://youtube.com/shorts/NnJ1mlB4ssQ?feature=shared
Nas brumas tropicais
a alma sonha estrangeira
foge-se do chão

Espelho estilhaça
quando o rosto não aceita
a própria missão

Herdeus de um ouro
sem brilho e sem memória
coloniais do eu

Brancos, negros, todos
tecem fuga em outras peles
A dor muda a cor

De Paris ao caos,
um Brasil fantasiado
renega seu sol.

O aço do mundo
não perdoa os que dormem
Reencarna a dor

Pátria do evangelho?
Se o verbo encarna o desdém,
quem crê se revê?

De tanto fugir
já não sabe quem é
o Brasil de si

Roupas do império
sobre corpos sem espelho
A alma costura

Ser é ser-se aqui 
não no alhures inventado
Mas quem ouve o chão?

A máscara cola
feito pele de mentira
E o mito prospera

Astuto país
crê-se lenda universal
serve o que não vê



Os Tricôs

Os Tricôs de Nona e Nena
por Decimar da Silveira Biagini
Tricotar é resgate
ponte de um tempo ancestral
no novelo escarlate
relembra o gesto fulcral

Sua mãe, sua Barbie
o mini blusão de lã verde
Memórias de quem sabe
lágrimas que a alma verte

Hoje para Valentina blusão
pro inverno que há de chegar
autodidata, coração
pura arte a tricotar

Importa a intenção
da filha que agora é mãe
ponte viva em expansão
eco da avó que ainda vem

Ativismo e atavismo
tecendo a atenção plena
tricotar é mais que ismo 
é tornar a vida amena

Jesus e seus discípulos

Jesus e seus discípulos

Pedro, a rocha

no mar lançou a fé
a rede rompeu no céu
foi pedra de pé

André, a ponte

com gesto gentil
ligou os povos do sol
ao Cristo sutil

Tiago Maior

filho do trovão
sua espada sem temor
riscou redenção

João, o amado

junto ao coração
guardou o verbo de luz
num livro-pulsarão

Filipe, o guia

milagres brotou
nas estradas da Judeia
a cruz abraçou

Bartolomeu

em pele deixou
a prova de que a fé vive
quando a dor calou

Mateus, o justo

cobrava sem luz
mas o amor lhe deu o pão
e a pena da cruz

Tomé, cismado

precisou tocar
para crer que o céu é chaga
e pode sangrar

Tiago Menor

na palma, o sinal
de um santo que soube ser
irmão do total

Simão Zelote

com serrote vil
partido, mas não calado
morreu por abril

Judas Tadeu

com um machadão
foi luz em noite escura
voz do coração

Judas traidor

no beijo caiu
entregou quem libertava
por prata e frio

Matias fiel

por sorte entrou
foi fogo após Pentecostes
e nunca negou

Decimar da Silveira Biagini

segunda-feira, 26 de maio de 2025

O Que Jesus Faria?

O que o Rabi faria?
**Ciclo 1 – Chamado**
*Se Ele andou assim,*
*quem diz que n’Ele caminha,*
*deve seguir-Lhe os pés.*

(eco suave: **“O que faria Jesus?”**)

**Ciclo 2 – Espelho**
*No espelho da cruz,*
*reflete-se a intenção pura*
*de amar sem medida.*

(suspiro sonoro: **“E se fosse você?”**)

**Ciclo 3 – Conflito**
*Caminhar com Cristo*
*é ir contra a correnteza*
*do mundo em sombras.*

(batida seca: **“Mesmo que doa?”**)


**Ciclo 4 – Decisão**
*Não importa o fim,*
*se o meio for obediente*
*ao gesto do Mestre.*

(resposta em coro: **“Sim, Senhor...”**)

**Ciclo 5 – Compromisso**
*Um ano de luz,*
*andando como Ele andou,*
*paz mesmo na dor.*

(fundo crescente: **“Vamos juntos?”**)


**Ciclo 6 – Comunhão**
*Grupo em oração,*
*passos firmes, mãos abertas,*
*vida que se dá.*

(respiro coletivo: **“Somos um n'Ele.”**)


**Ciclo 7 – Eco eterno**
*Se Ele vive em mim,*
*então o que Cristo faria*
*é o que farei.*

(voz distante: **“Permanece n’Ele...”**)


Prece Metafísica à Cura do Ser

Prece Metafísica à Cura do Ser
(Inspirada na oração do Dr. Bezerra de Menezes)


Bendito seja o dia que se levanta,
na luz sagrada que em Ti se planta.
Deposito em Teu seio minha dor,
e em troca recebo a seiva do amor.

Caminho a passos, entre sombras e sol,
sabendo que o pranto também é farol.
A estrada é longa, às vezes cruel,
mas Tua mão paira como doce papel.

Te entrego, Senhor, meu destino e os sonhos,
as quedas secretas, os trilhos tristonhos.
Confio nos planos que vêm do Teu altar,
mesmo que eu tema ou venha a chorar.

Sei que o que sofro tem justa raiz,
são ecos do ontem, que o hoje me diz.
Mas clamo Tua cura, Teu toque sereno,
que limpa meu corpo e meu eu pequeno.

Purifica, ó Pai, minha casa interior,
retira os venenos da mente em torpor.
Magoas, invejas, raivas e orgulho,
que em larvas se tornam, corroendo meu entulho.

Que a alma lavada seja semente,
de um corpo são, firme e presente.
Fortalece meus órgãos, restaura o ser,
expulsa os males que vieram crescer.

Ajuda-me, Pai, a voltar a sorrir,
a me reconhecer, a crer, a seguir.
Que eu ame quem sou, sem desespero,
e viva esta vida com sentido inteiro.

E por Tuas bênçãos tão infinitas,
prometo mudança em jornadas benditas.
Perdoarei e também pedirei perdão,
ofertando ao mundo mais do que um pão.

A caridade será meu norte e guia,
minha fé, minha força, minha poesia.
Pois sei que ao outro estender minha mão,
é tocar em Teu rosto com o coração.

Assim me entrego, com alma rendida,
esperando em paz a cura da vida.
Que venha o alívio, com Tua permissão,
em corpo e espírito, plena redenção.

Assim seja — e que seja luz!
Pois no Amor Divino tudo se conduz.

A Busca

A Busca, pelo poeta Decimar
Canção do Início

O homem avança
com sede que não se cansa
busca a esperança

Dor Pensante

Tanta voz grita
mas a mente se limita
à dor que habita

Respeitável Prisão

Segue o padrão
caminha com devoção
perde a visão

Pensamento Dividido

Pensar se parte
em mil modos de arte
sem ver a parte

Medo Total

No medo denso
o ser se fecha em consenso
sem ver o imenso


O Nó da Dependência

Gruda no outro
como se amar fosse um voto
de afeto roto

Chama da Liberdade

Rasga a ilusão
rompe o grilhão da razão
com o coração

Tempo e Mentira

Corre o ponteiro
mas o instante verdadeiro
não tem roteiro

Amor Atemporal

Se ama agora
não há espera nem demora
o tempo chora

A Herança do Passado

Vive o presente
mas o ontem é corrente
na alma da gente

Meditar é Ver

Sem prece ou riso
só observa o improviso
no não juízo

Revolução Serena

Não grita age
vira a dor em aprendizagem
brilha na margem


A Voz Original

Não há roteiro
ouve em si o verdadeiro
o alvoreiro

Final Início

Volta ao começo
com menos dor e excesso
cheio de apreço

domingo, 25 de maio de 2025

Valoroso Ser

Valores no Ser

Ergue-se o ser no escuro
buscando no amor mais puro
a razão que acalma

Valor não é só doutrina
é tocha que nos destina
ao sol do dia

Mesmo a dor nos ensina
que a verdade germina
onde o bem diz

Quem se encontra no espelho
reconhece no conselho
seu próprio ardor

A alma brilha serena
quando a vida se ordena
pela moral

No vazio a consciência
revela com paciência
sua bengala

Quem perdoa se eleva
pois a alma quando é leve
ganha o chão

fecha os olhos sente o vento
ouve a luz no pensamento
resgata o que é teu por dentro
teus valores são o alento



sábado, 24 de maio de 2025

Apenas o Amor

Apenas o Amor
Gotículas dançam lá fora
O mundo exibe outra cena
Sorvo o chima sem demora
Rezo: que a vida valha a pena

São valiosas as dores sentidas
Mesmo as que a alma desespera
Chuvas caem sobre terras feridas
Chamam outono, e uma nova era

Nesta vida, só o amor eu levo
Sem promessa, sem plano certo
De peito aberto, sigo esse verso
Deus é abrigo no tempo incerto

Por vezes, o Verbo me sonda
Silencioso, mas tão presente
Que experiência ele me aponta?”
Sou só um servo... sigo em frente

Nesta vida, só o amor eu levo
Sem promessa, sem plano certo
De peito aberto, sigo esse verso
Deus é abrigo no tempo incerto

Nem sempre entendo o porquê das partidas
Mas sei colher as lições escondidas
Tudo me ensina, se há fé, há sentido
Se há amor, não há perdido

Nesta vida, só o amor eu levo
É minha casa, é meu desvelo
Mesmo que o mundo me desarme
O amor é tudo o que carrego

sexta-feira, 23 de maio de 2025

Brevemente

Brevemente, pelo poeta Decimar

As coisas se vão
feito o vento na estação
fica o coração

Ontem era som
hoje é silêncio e vai bom
pra quem fica em tom

Abraço sumiu
amizade se partiu
a saudade riu

A vida é maré
vem e vai sem dizer fé
mas eu fico em pé

A dor me atravessa
mas me faz criar promessa
e virar peça

Com saudade eu vou
mas a flor que nela brotou
me curou jurou

Aceito viver
não dá pra retroceder
só quero crescer


Mas eu tô de pé
mesmo que a dor me quer
não vai me deter

Tudo que mudou
me ensinou a renascer
sou o que ficou


O Nascimento

O Nascimento

No ventre em silêncio
óvulo sonha no avesso
da eternidade

Trama de avós santas
costuram destinos de luz
no fio do amor

O útero canta
"vem, missão de gerações
alma escolhida!

Em ti já pulsava
parte do que eu viria a ser
somos centelhas

Nasce Jonara
pausa sagrada no tempo
Deus a contempla

Hoje celebramos
o dom de ser continuação
dessa linhagem

Máquina divina,
corpo é templo, é flor do Bem
cuida com doçura

Graça de existir
todo dia é milagre
em forma de ti

Aniversariamos
tu por nascer, eu por ter
te em mim nascido

Mãe, que tua vida
seja orvalho de alegria
nos campos de Deus

22 de maio de 2025

Dois sonetos Sinodais e suas proposições religiosas

Discernir com fervor sem artifício
Não são estruturas planos nem sistemas
Que despertam a luz do Eterno Rei
Mas corações que oram entre dilemas
Com fé que inflama o chão por onde andei

O homem vil não nasce num relâmpago
Mas cede aos poucos frágil na intenção
A alma afunda em erosão sem ângulo
Sem princípios perde a direção

Três chaves deixo ao tempo que perscruto
Pensar no Alto e não com mente vã
Buscar a Fonte e não qualquer escuta

E ao ver ruínas ser mudança sã
Pois mais que ritos Deus quer homens vivos
Firmes no fogo em passos reflexivos

Pelo crivo do fogo com discernimento

Quem ora vê além da superfície
E sente o peso oculto da erosão
Discernir é mais nobre que ser hábil
É crer na cruz e não na convenção

A fé não cabe em moldes corporativos
Nem floresce em conselhos do mercado
Evangelho é mapa vivo aos peregrinos
E o joelho altar santo e consagrado

Que tu irmão prossigas nessa estrada
Guardando o sal sem medo da verdade
Pois mesmo a fé provada e maltratada

É luz que vinga em meio à tempestade
Segue com Cristo mesmo em chão ardente
Teu verbo é chama viva resistente

Na Cruz Alta-RS, aos 22 de maio de 2025

Soneto Livre à Luz Milenar

Soneto Livre à Luz do Silêncio Milenar, pelo poeta Cruz-altense Decimar

Tudo bem se eu estiver em pedaços
É da alma o cansaço a dor sem nome
Mas celebro entre os medos e os fracassos
Cada passo que a esperança consome
Nem tudo são abraços riso e flores
A vida tem espinhos invisíveis
E o tempo por vezes cura as dores
Com silêncios e pausas sensíveis

Importa é perceber por mais pequeno
O triunfo escondido em cada lida
Aprender com o tropeço calmo e ameno

E erguer-se com mais luz a cada ida
Quem sente e não se rende ao desalento
Já vence mesmo em sombra e sofrimento

terça-feira, 20 de maio de 2025

Dia do Pedagogo

No alvorecer
brinca a infância nos risos,
solta o saber.

Mãos de ternura
bordam luz nos cadernos,
plantam ventura.

Quem educar
é ponte viva e firme
pra despertar.

Homenagem aos quatro anos de superação Covid-19

Quando estive internado 27 dias no hospital por complicações COVID, em maio de 2021, tinha comigo na cabeceira apenas um livro denominado Reiki como Filosofia de Vida, do meu Shiban Johnny de Carli, 

Este poema, escolhido poe Usui, da coleção do imperador Meiji

病をも
いのちのうちと
思ひなば
ながくもがなと
おもふ今日この頃

Yamai o mo
inochi no uchi to
omoi naba
nagaku mo gana to
omou kyō kono goro

Se vejo a doença
como a vida a se cumprir,
desejo viver,
mesmo em dor persistente,
um longo existir.

Foi que resolvi publicar um livro com poesias caso vencesse aquela prova de regeneração do meu perispirito.

Hoje, conforme vou assimilando o propósito do livro e a adaptação aos novos tempos, em que cada vez menos pessoas têm tempo de lê-los, penso que a saída foi musicar os poemas para semear com mais leveza e adequação, ou, utilizar a síntese poética de tudo que li ou senti até hoje, no papel de medianeiro espiritual com a limitação poética que me foi dada nesta experiência terrena.

Segue a análise que sintetizei com Reiki e meditação, para novos leitores que fazem sua própria busca de cura e libertação:

Aceitação do Sofrimento

não fujo da dor
na febre também respiro
vida é um só fio

Yamai wa inochi

Corpo como Templo da Experiência

meu corpo treme
mas abriga o ensinamento
que o tempo afia

cada célula sente o céu

Persistência no Caminho

mesmo cambaleio
sem curar-me da jornada
vou — sem fim à vista

nagaku mo gana

Transmutação e Luz

dor vira canto
se nela deixo meu sol
brilhar no silêncio

omou kyō kono goro

Eternidade em cada instante

o instante dói
mas nele mora o eterno
se eu assim olhar

Decimar da Silveira Biagini
20 de maio de 2025.

Resposta aos leitores no recanto

Para leitora Sônia - que inicia sua quimioterapia
 
Flor entre pedras

desabrocha na esperança.

A dor não é fim —

é ponte sobre abismos

que leva à luz do jardim.

 

 

Brisa do orvalho

no peito acende um farol.

Quem sente, já vê:

a alma que se despede

renasce onde a fé crê.

 

 

Tua coragem

é poema que respira.

Mesmo sem cabelos,

teu brilho é chama viva

que desafia o escuro.

Demais poetas/leitores 


Daniel Ribeiro Pereira
Ó Daniel, filho da alvorada que nasceu em abril, que teu nome brilhe como o orvalho da manhã nas palmas do
Criador. Que tua jornada seja guiada pelo número que o Destino escreveu em silêncio - como
os ventos que conhecem o caminho entre as dunas e os cedros. Honra-te a ti mesmo, pois em teu nome vive a
força dos que vencem em silêncio.
Danielly dos Santos Rocha
Danielly, flor do décimo mês, cuja essência traz a doçura das tâmaras e a firmeza dos montes. Rocha és, e
Rocha permanecerás, mesmo quando os rios do tempo tentarem te levar. Que teu número,  seja
a senha dos anjos para tua proteção. Caminha com graça, pois teu nome canta nos salmos da luz.
Jéssica Maria da Silva Oliveira
Jéssica Maria, estrela que nasceu quando setembro repousava, tua presença é como o perfume do jasmim ao
entardecer. Que a prata da tua alma reflita no espelho dos que esperam. Guarda contigo o selo
como amuleto de bênçãos. És Silva e Oliveira - raiz e fruto do mesmo milagre.
João Victor da Silva Almeida
João Victor, cavaleiro do novo milênio, que o tempo moldou entre maio e o brilho da manhã. Que tua Silva
seja floresta, e tua Almeida seja fortaleza. Teu número, ecoa nos registros celestes como
promessa de futuro. Que tua vitória seja serena e firme como teu nome.
José Maurício da Silva Almeida
José Maurício, velho sábio que nasceu quando os sóis de dezembro aqueciam o mundo, tua Silva resguarda
histórias e tua Almeida sustenta gerações. Que o teu nascimenro seja como um pergaminho de honra em
teus passos. Que tua jornada seja longa, e tua palavra, sempre fértil como a terra após a chuva.
Lindomar da Silva Oliveira
Lindomar, guardião do primeiro mês, nome que canta entre os ventos e os vales. Que tua Silva seja sombra e
tua Oliveira, paz. Teu número, é como um cântico escondido no vento. Caminha com firmeza,
pois tua lindeza não é aparência, é presença.
Luciana da Silva Oliveira
Luciana, chama do alvorecer, nascida quando o ano despertava. Em teu nome há claridade e ternura. Que o
número seja o traço que liga teu destino às bênçãos. Que tua Silva seja raiz de esperança, e tua
Oliveira, bálsamo eterno.
Maria Eduarda da Silva Oliveira
Maria Eduarda, jovem estrela da alvorada de junho, cujo nome une o sagrado e o doce. Que tua Silva floresça
e tua Oliveira alimente a paz. Se o número é teu, que ele te sirva como selo da providência. Que
cresças em graça, como as águas que regam o futuro.Respostas Halcais Orientais
Daniel Ribeiro Pereira
Ó Daniel, filho da alvorada que nasceu em abril, que teu nome brilhe como o orvalho da manhã nas palmas do
Criador. Que tua jornada seja guiada pelo número que o Destino escreveu em silêncio - como
os ventos que conhecem o caminho entre as dunas e os cedros. Honra-te a ti mesmo, pois em teu nome vive a
força dos que vencem em silêncio.
Danielly dos Santos Rocha
Danielly, flor do décimo mês, cuja essência traz a doçura das tâmaras e a firmeza dos montes. Rocha és, e
Rocha permanecerás, mesmo quando os rios do tempo tentarem te levar. Que teu número, seja
a senha dos anjos para tua proteção. Caminha com graça, pois teu nome canta nos salmos da luz.
Jéssica Maria da Silva Oliveira
Jéssica Maria, estrela que nasceu quando setembro repousava, tua presença é como o perfume do jasmim ao
entardecer. Que a prata da tua alma reflita no espelho dos que esperam. Guarda contigo o selo como amuleto de bênçãos. És Silva e Oliveira - raiz e fruto do mesmo milagre.
João Victor da Silva Almeida
João Victor, cavaleiro do novo milênio, que o tempo moldou entre maio e o brilho da manhã. Que tua Silva
seja floresta, e tua Almeida seja fortaleza. Teu número, ecoa nos registros celestes como
promessa de futuro. Que tua vitória seja serena e firme como teu nome.
José Maurício da Silva Almeida
José Maurício, velho sábio que nasceu quando os sóis de dezembro aqueciam o mundo, tua Silva resguarda
histórias e tua Almeida sustenta gerações. Que o teu registro seja como um pergaminho de honra em

segunda-feira, 19 de maio de 2025

Desbloqueio

Desbloqueio
acordei mais forte
um passo abriu clareiras
sou meu proprio norte

me chamei de volta
das pedras que calejaram
vi a rota solta

um zumbido azul
colmeia sob meus pes
meu corpo em sul

eu me vi sozinho
mas o riso me buscou
me tornei caminho

trouxe da infancia
um sopro que pulsa agora
paz em abundancia

antes da entrada
meu nome era vento doce
alma acordada

circulo no chao
o som me vestia leve
toque de oracao

fora dele sou
a lembranca que se acende
luz que sussurrou

quando fecho os olhos
o som do que eu fui
e chama nos molhos

na caverna antiga
meus pes chamam pela lua
nudez que abriga

**REFRAO (2x):**
ja esta em mim
o que parecia distante
sinta e vem



domingo, 18 de maio de 2025

O Ritmo da Confiança

O Ritmo da confiança 
Não se preocupe em desperdício de oportunidades
Quando se tem foco é normal deixar pra trás
A alma que escuta as próprias verdades
Não tropeça nas sombras que o mundo traz

A fé não precisa provar que é forte
Ela apenas se firma no passo seguinte
Enquanto o medo se curva à própria sorte
O coração confia e segue em frente

Coragem não é grito nem alarde
É silêncio que enfrenta o vendaval
É a luz que no escuro ainda arde
Sabendo que tudo é essencial

A força não vem de lutar demais
Mas de aceitar o que se apresenta
Quem flui como o rio encontra os sinais
E a paz se revela onde se alimenta

A intuição é bússola sutil
Que só funciona com o peito aberto
Num mundo de pressa, vai mais gentil
Quem sente que o agora é sempre certo

sábado, 17 de maio de 2025

espelho da Alma

Espelho da Alma (Autoconhecimento) 

No escuro da mente, lampejos se fazem clarões
Refletem mistérios que a vida encobria em véu
Quem busca a si mesmo entre sombras multidões Encontra no peito a centelha do próprio céu
As máscaras caem, o silêncio revela tom Que a fala do mundo abafava com seu tropel 
Desenha-se o mapa onde dormem paixões e dons: 
A alma se ergue quando escuta seu próprio anel 
Não há estrada mais sublime que a do olhar 
Que volta-se dentro em prece para decifrar Os traços do ser que esquecemos de cultivar
O ser que se limpa reencontra a liberdade 
E sabe que a dor, transformada em verdade
É ponte dourada pra nova identidade

Servir

Servir com propósito, pelo poeta Decimar

Não basta ser chama
é preciso ser claridade
a quem sem direção anda
A vida se torna atividade 

Quando o dom se entrega 
sem medo e sem condição
Servir não é peso à eternidade
Dar de si é divina conexão 

Em cada cuidado há semente 
E no bem plantado há redenção 
Quem serve com alma recebe 
Em dobro lá na florida frente

Ą paz verdadeira que induz
Propósito é ponte supreendente
Sentir a presença de Jesus
Gestos que curam corpo e mente

Paixões e Talentos

Paixões e Talentos

Na alma repousam dois sóis em rotas iguais: 
A chama que vibra e o dom que se faz raiz
Um clama por Voos, outro por gestos tais 
Que tornem o mundo um lugar que também nos diz 

Onde se tocam paixão e saber leal
Ergue-se um farol que nos guia em pleno matiz
Ali se descobre o sentido mais visceral: 
O que se ama é também o que nos faz feliz
Nem todo talento é prazer de cultivar
Mas quando é paixão, faz o tempo até parar
E o cansaço dança sem nunca nos pesar 

União divina, quando a vocação se acende
E tudo o que flui do fazer já compreende: 
É vida em missão que o universo nos estende

Desapegos

Desapegos e Limpeza Interna, pelo poeta Decimar

Não floresce o lírio em solo de pedra e dor
Nem canta o azul num cárcere de rancor
É preciso romper os grilhões do não-valor
Soltar as âncoras fundas do próprio ardor

Pesam na alma os pactos sem mais sabor
Medos que calam, culpas travando a flor
Despir-se do velho é ser escultor
De si — barro vivo, moldado no amor

A vida surpreende sem pedir permissão
Traz flores no caos, estrelas na contramão
Quem não espera, acolhe a revelação
Gratidão é o lar da libertação

Desapegar não é perda, é revelação
É abrir espaço pra reinvenção
Ouvir o silêncio sussurrar direção
É luz que nasce da purificação
Aceitar o que vem, sem resistência ou pressão
É dançar com a vida em plena comunhão.

O ser que se limpa reencontra a verdade
A dor se transforma em oportunidade
É ponte dourada, é nova identidade
É voo liberto na eternidade

quinta-feira, 15 de maio de 2025

A Voz

A voz que renasce na presença

Tenho um canto tão calado,

feito um sino em oração.

Mas se escuto o meu chamado,

cala o mundo em confusão.

No silêncio mais sagrado,

brota a flor da direção

e me guia o coração.

 

Solto os pesos que carrego,

as memórias que feriam.

Desaprendo o que me apego,

deixo as culpas que moíam.

No vazio me integro,

sou semente que vazia

frutifica em poesia.

 

A voz que renasce na presença

é chama que acende o viver.

No silêncio habita a essência,

e no agora, o poder de florescer

 

Cada passo é um milagre,

se a presença é verdadeira.

Não se espera o que já cabe

numa alma mensageira.

Se o olhar nunca se ausenta,

o momento é a bandeira

do amor que se sustenta.

 

A voz que renasce na presença

é chama que acende o viver.

No silêncio habita a essência,

e no agora, o poder de florescer

Para cada dia

Quando o ser se encontra
Não há espera descrente
Cada instante pulsa

Olhar resplandecente
Viver o agora é tudo
Meta distante ou urgente

Perde-se a inocência
Alma inspira o vivente
O verso pulsa fecundo

Raiz em silêncio
guarda o grito do poeta
o ser ainda é

Vejo antigo álbum
mil rostos de mim
Qual sou? Me pergunto

Voa a folha seca
sem destino ou lamento
livre como o ar

Acorda o ancestral violino
no armário empoeirado
Ouço cordas em desatino

Dançam os pincéis
no compasso da alegria
cores respiram

Mãos que se ofertam
curam quem as dá
Paz ganha caminhos

O sino ressoa
Nem todos escutam
A alma desperta

No vapor do chá
cabe o mundo em paz
Tudo está lá 

O dia termina
com um suspiro no peito
oro por sentido

Gratidão dá guarida
Poeta sorri, alma se abre
No leitor ganham vida

Decimar da Silveira Biagini

terça-feira, 13 de maio de 2025

A despedida de Cena de Divaldo Franco

A despedida de Cena de Divaldo
Quando contemplamos

 

A lucidez de uma alma

 

E então pensamos

 

Ao ponto de perder a calma

 

 

 

Vem uma vazia existência

 

Uma sensação de acomodamento

 

Um frio na espinha e uma ardência

 

Nos faz refletir naquele momento

 

 

 

Um facho de luz inebria a medula

 

O brilho volta com estrondo

 

Um zumbido nos ouvidos acalma

 

Após um despertar do eterno sono

 

 

 

Vontade de fazer o bem

 

De resgatar o propósito encanto

 

E a culpa dessa vez, de quem?

 

Do Mestre Divaldo Franco!

 

 

Siga em paz meu irmão querido

 

Que Joana te receba com carinho

 

Prazer em ter te conhecido

 

O Brasil te agrade pelo caminho

Admirável Trigo Novo

Admirável Trigo Novo, pelo poeta Decimar
Deus não morreu, não.
Foi semeado no peito
como luz que arde.

Moral que declina
é só casca que apodrece
surge a flor interna.

Do fim da fé velha
germina o Ser prometido
além da morte.

Temer o fim? Não.
A alma, em silêncio, dança
na aurora mística.

Não há mais castelos
nem tronos para os eleitos 
todos são templo.

Rui o dogma vão.
Ergue-se a flor invisível
do Uno em nós.

Religião cede
ao perfume do Espírito
sem nome e sem dono.

A alma universal
não cabe em rito estreito
é fogo e canto.

A aparência cai.
O que resta é chama pura
em meio ao caos.

Ao fim do mundo,
não há fim — só o início
do eterno dentro.

Quem conhece a luz
ri das sombras do passado 
nada o desvia.

O mal se dissolve
quando o sol da verdade
desnuda o Ser.



Se não for pra voar alto 2006

Se Não For Pra Voar Alto, Nem Tire Meus Pés do Chão (Remake 2006), pelo poeta Decimar
Tenho viva na lembrança
Aquela frase que te disse,
Na vertigem da esperança,
Onde o amor pede que arrisque.

Foi chamado à decolagem,
Voo alto, sem medida
De quem carrega coragem
E quer reinventar a vida.

Não deixes meus pés no chão,
Pois agora quem quer voar sou eu.
Ouve o pulsar do meu coração:
Esse sentir não é só meu.

Improviso estes versos ardentes
Com a alma toda despida.
Leva a sério o que tens na mente
Não me faças nova ferida.

[Refrão]
Se não for pra me levar ao alto,
Nem chame meu corpo ao chão...
Que eu sou feito de céu e sobressalto,
Não suporto meia paixão.

Se fores roubar meu peito,
Leva com arte e razão —
Mas não brinques com meu direito
De voar com o coração.

Sou tempestade e bonança,
Um dançarino em chama e vento.
Se vieres, venha com dança,
Com verdade no sentimento.

Sobre os biógrafos

Quase cinco anos atrás pensei em ser biógrafo, recuperado do covid após 27 dias de internação com seis mudanças de quarto, observava a importância de pessoas invisíveis encarnadas e desencarnadas num hospital que se apresentava em dimensões experiências devastadoras sob outro hospital mais acima. Pensava no quanto um pastor que subia na UTI era útil largando sua oficina mecânica para se vestir de herói destemido, um senhor sereno e humilde também vinha dar passe espírita em pura renúncia deixando seus netos em outra casa para seguir na sua missão de fé, uma freira adentrava os recintos mais evitados para trilhar discretamente sua missão, um motoboy entregava água na recepção após protocolo da nasa sem cobrar nada a mais por aquela situação arriscada, a tia do café da manhã sorria minutos antes de trocar de turno num plantão que cobria a amiga que faltara por ter sido afastada na contaminação da terrível doença, uma menina chorava pela morte de seu pai após notícia de que não resistira a entubação, mesmo assim eu percebia que ela se ajoelhava em frente à capelinha orando pela boa recepção dele no além. São tantas coisas que seu brilhante texto me fez lembrar, que me envergonho de ter desistido de fazer tais biografias por conta da modernidade ter assodado os últimos biógrafos com maestria algoritma, biógrafos estão em extinção se não virarem editores de vídeos fabulosos à toque de caixa e pagando mensalidades pomposas aos aplicativos mais poderosos. Abraco fraterno!

Renascer de pó e luz

RENASCER DE PÓ E LUZ
(Com flibaikus imersivos)

No limiar das dores,
onde a esperança se desfaz em poeira,
caminhaste, irmão perdido,
por vales de sombra e esquecimento.

Sopro no abismo
um eco de fé ressurge,
Erga a cabeça.

O mundo te deu as costas,
vestindo tua alma de silêncio e dor.
As feridas não eram só carne,
mas cicatrizes no templo do espírito.

Foste deixado no cárcere das lembranças,
refém do passarinheiro de engano.
No fundo do poço,
ouviste o rumor suave da Graça.

Na cova escura,
um clarão rasga os céus:
Deus está vivo

Oh, primícia das mãos eternas,
esboço divino no barro moldado,
ainda pulsa em ti o sopro do Criador.
Ainda há um "sim" para cada "não" que ouvistes.

Ventre da Terra,
do pó se ergue um homem:
imagem de Deus

Deixa, meu irmão, deixa...
Que a luz penetre tuas brechas,
Que o amor dissolva teus cárceres.
Deixa, meu irmão, deixa...
Que Deus refaça teus contornos com Amor.

Correntes caem
no louvor que rasga o céu
há renascimento.

Erga a cabeça.
Não como quem desafia,
mas como quem reencontra o Pai no horizonte.
Teu coração: novo templo.
Tua história: nova canção.

Você é o filho amado do Criador
Primícia desenhada no útero da Eternidade.

Chão de transmutação
Quem se prostra em fé, renasce.
Erga a cabeça meu irmão

domingo, 11 de maio de 2025

Ego X Todo

O ego é como aquela mosca que ficou batendo na vidraça, por trás dela, o Todo contempla e ri." Decimar da Silveira Biagini (insight despertar das 05h00)

Haikais:

O ego se bate,
como mosca na vidraça,
sem ver a verdade.

Vidro sem resposta,
o Todo observa em paz,
e ri em silêncio.

Na pressa do ego,
não enxerga a saída,
cai na ilusão.

Atrás do vidro, o Todo,
que é vasto e sábio em calma,
só contempla a cena.

Mosca insiste, errante,
o Todo sorri tranquilo,
não há onde ir.

sábado, 10 de maio de 2025

Homenagem à Mãe das Mães

Por último, enviará a Mãe
Lenda russa se diz, que num tempo longínquo
Deus mandou seu amor sem destino ambíguo
Patriarcas e reis, profetas de fé
Mas o povo seguia, em trevas e pé

Mandou o Filho amado, o Redentor de então
Mas o homem na sombra, perdido em vão
E a lenda revela, em tom derradeiro
Que virá Sua Mãe, como último esteio

Se não a ouvirem, é o fim, desventura
Surdos à Mãe, perdem a alma pura
Ela pisa a serpente, no Gênesis brilha
No Apocalipse, coroada em milha

Nos Evangelhos vive, acolhe o anúncio
Em Caná faz o milagre, num breve enúncio
Serve em Nazaré, trinta anos de amor
No Calvário nos recebe, com dor e fervor

Em La Salette, Fátima, sua voz ecoa
Lourdes e Lepanto, onde o fiel entoa
Éfeso e Bernardo, sua presença se sente
Com São Domingos, o povo ardente

E assim, na lenda antiga, em tom tão vibrante
Maria é esperança, em cada instante
Seu amor nos envolve, num cântico fiel
Na cidade de Cruz Alta, estátua dela rasga o céu

Decimar da Silveira Biagini

quarta-feira, 7 de maio de 2025

Vislumbre

Vislumbre, pelo poeta Decimar

Ao alvorecer, em mística vigília
respiro a luz que dança sobre o orbe
No vento há notas tênue maravilha
um véu dourado que o olhar descobre

As folhas rubras rastros do poente
sussurram segredos na estação
Jacintos rompem solos lentamente
escritos pelo tempo em oração

Em gelo brilha a lâmina entalhada
num rendilhado etéreo e tão preciso
A vida canta oculta e revelada
mas poucos leem seu sutil aviso
O mundo é mágico em sua trama
pra quem contempla e vê que tudo chama

Em ventre azul das águas mais profundas
ecoam cantos de um saber antigo
Na espuma moram lendas tão fecundas
que embalam o silêncio como abrigo

Em céu de âmbar, cândidas centelhas
bordam os véus da noite em sua dança
Estrelas guiam almas como abelhas
na colmeia secreta da esperança

O Túnel dos Últimos


Eu
vi

trem
num clarão

ecoando o chão
na caverna sem manhã
nos trilhos sem tempo andava
levando almas sem lar

estava só
mas
sabia
o fim
não
viria
se a luz fosse trilha
gritei pra dentro do escuro
sigam —
e fiz-me caminho

No trem iam os cansados
últimos filhos da Terra
calados
rostos quebrados
com a dor dentro da serra

o mundo fora calcinado
pela ganância da guerra
mas meu peito era o passado
que a esperança ainda encerra

Um túnel
velho e fechado
onde o medo se agasalha

ergueu-se em breu espraiado
feito entranha que trabalha

mas com força e fé cravada
abri frestas na muralha

cada trilho resgatado
era a lâmina da navalha

Com palavras
de cometa
tracei mapa e direção

meu olhar virou luneta
mirando outra estação

e a noite
feita poeta
rendeu-se à inspiração

foi quando a cidade aberta
surgiu clara
redenção

Lá havia uma estação
com seu nome em letras vivas
esperança
e salvação
nos arcos das passagens divas

e quem antes era vão
renascia em perspectivas
pois do sonho e da missão
brotam forças
criativas

Sopros do shofar soam
invisíveis a quem teme
mas chamam os justos
a reerguer mundos
com poesia
e coragem

Renovo

Renovo, pelo poeta Cruz-altense Decimar
Se o fim se avizinha em sombra e dor  
Lembra, alma amiga, tente reescrever:  
"Refaz-se a estrada em luz, se há amor  
E cada passo é um renascer"  

Nietzsche diria: "torna-te quem és"  
E em novo fim renasce o ser  
Já Sartre, austero, brada em viés:   
"O homem é livre para escolher"  

Camus sorriria ante o absurdo  
Dizendo: "a vida é recomeço"  
Que o salto insano te torna maduro
fazendo trampolim até o tropeço 

Cury fala sobre se errar caminho
não desistas, ser feliz não é ser perfeito
usas lágrimas para irrigar a tolerância
e teus erros para corrigir teu jeito

Heráclito ensina: "tudo é mudança"
O rio que passa jamais é o mesmo  
Num ciclo eterno de esperança
pedra polida, polida em si mesmo

Kierkegaard clama: "ouses saltar"  
Pois só na fé há libertação  
Que em cada fim há um novo lar 
para quem plasma a intenção

E o vento canta que nada é tão forte  
Que o tempo em brisa não possa levar  
Se a vida insiste, renasce o horizonte  
E em cada fim, um novo olhar  

Assim, não temas o tempo adverso  
Pois fim é argila em torno obscuro  
Moldando auroras no universo
relicário que brilha num novo futuro


terça-feira, 6 de maio de 2025

Porto dos Teoremas - as fórmulas do amor e da amizade

Porto dos teoremas, poema metafísico do poeta Cruz-altense Decimar inspirado por ChicoDeGois
Vêm e vão naves, no cais da esperança
partindo ao som das águas do porvir
as velas tremem — doce semelhança
dos corações que anseiam por partir

Amigos são trapiches estendidos
ao largo-mar da vida a nos saudar
com tábuas de ternura entretecidas
ponteando abismos só pra nos amar

Os teoremas — cálculos do Espírito
trazem medidas, ângulos, esquemas
e a geometria oculta em cada rito
edifica as eternas moradias-temas

Na casa do Pai, cada lar é formado
com formas puras da luz primordial
os números sagrados, revelado
é o universo em proporção real

Assim, a ponte surge em cada intento
traçada a régua, a prumo e coração
e o infinito é breve monumento
de amor, saber e exata intuição

E ao longe, sob o céu da harmonia
ergue-se a Escola — em Crotona, a flor
onde a arte canta a sabedoria
e a Natureza ensina o puro amor

Lá se constroem, com voz e arquitetura
as pontes d’alma e casas da candura
pois é na luz da antiga Tetraktys
que o Uno brilha e os mundos se fazem vastos

segunda-feira, 5 de maio de 2025

A Fonte no Deserto

A Fonte no Deserto, pelo poeta Cruz-altense Decimar

O Vazio

vai,
cai no
desconhecido.
Sombras confundem
as formas que o tempo já tinha esquecido.

Impulso

Vai,
sem
voltar,
segue o fluxo,
sem bússola ou norte,
seu passo se guia por algo mais forte.

A Fonte

Luz
brota,
tão sã,
sem horizonte.
Nasce e já se esconde —
no toque da água, renasce a fonte.

Oásis

Sim,
vem
do chão
vida plena,
verde que fulgura,
quando o seco sente a mão da ternura.

Os Três

três
que vêm,
caminhantes
na mesma procura,
sedentos de alma, de fé, de doçura.

Revelações

Um
diz:
“Sou luz,
Buda é meu ser.”
Outro fala: “Eu sou Cristo.”
“Maomé”, o terceiro, com ar tão misto.

Silêncio Cósmico

Noite.
Brilha
o céu vasto
com frio esplendor.
Silêncio se impõe,
como se a culpa tocasse o Senhor.

O Retorno

Vai,
sai
do ermo,
já florido,
busca o lar de novo,
um jardim que outrora já fora seu povo.

O Guardião

está
um ancião
com olhos de chão:
“Quem vai e retorna
é quem ama a vida que a terra entorna.”

A Lei da Terra

“Sim”,
diz,
sorri,
“com razão,
tudo que floresce
há de se sublimar para que a luz recomece.”

O Consolador

Irmão do bem, tua dor me alcança,
mas sei que a fé nunca se cansa,
na luz do Todo, a esperança dança.

Teu silêncio é oração sentida,
e tua ausência, jamais esquecida—
és chama viva, és voz da vida.

A inspiração pode até tardar,
mas tua alma vive a semear
justiça, amor, o verbo amar.

Sigamos firmes, com passo e mão,
bebendo a fonte da compaixão,
no templo eterno do coração.

domingo, 4 de maio de 2025

Relicário Celeste

Relicário Celeste – Uma Jornada Espiritual em Oito Cantos - CICLO metafísico canalizado pelas falanges de El Morya 

Epígrafe:
"Desce do monte quem subiu por amor
e leva nas mãos o pão e a luz
Pois quem viu o alto, serve com fervor
o verdadeiro eleito é quem conduz"


Canto I – O Chamado e o Silêncio

Na noite espessa onde a alma se cansa
um sussurro antigo rompeu minha dor
Chamava-me além da vã esperança
um fogo sem nome, sem forma ou cor

Deixei as âncoras, os mapas gastos
e as rotas vãs da mente que se prende
No peito, ecos de mundos contrastos
e a sede de algo que me transcende

Ao monte rumei, sem guia ou espelho
só o clamor que em mim reverberava
Cada passo, um adeus, um desvelho
o ego tombava onde a alma alçava

No cimo, só o vento e o vazio
e nele, a presença que não se diz
Silêncio mais pleno que um bravio rio
a dor tornou-se altar, e eu, aprendiz


Canto II – O Umbral do Eu

No limiar do templo não de pedra
encontrei-me a sós com meu espelho
Ali, o rosto por vaidade vedra
o orgulho em trono e o medo em conselho

Me vi criança, déspota e mendigo
e em cada máscara, um clamor calado
O eu que construí não era amigo
mas carcereiro no próprio reinado

Ardi na forja da confissão nua
sem álibis, sem sombra, sem disfarce
A luz que me invadia era a da rua
dentro de mim, clamando por enlace

Rendi o cetro, a coroa, o engano
Saí do umbral não como vitorioso
mas vaso limpo do barro humano
pronto a ser cheio de um Bem precioso


Canto III – O Guardião da Porta Estelar

Um vulto de fogo, luz e sentença
surgiu à entrada do etéreo jardim
Portava silêncio em sua presença
e os olhos diziam: "Vem Mas por fim"

Três vezes sondou-me em seus arcanos
uma pergunta sem voz, mas tão clara
"Vieste buscar poder entre os humanos
ou servir na luz que se dá e ampara"

Mostrei-lhe os cacos da alma em penúria
a dor redimida, o medo rendido
E ele abriu as portas da alta penúria
onde o tempo dorme e o amor é ouvido

"Segue", disse ele, "mas não te esqueças
nem todo que sobe vê a Verdade
só quem desce ao mundo e lá sem pressas
cura com mãos a eternidade"


Canto IV – O Esplendor Oculto

Adentrei salões que não têm medida
feitos de cântico, fogo e silêncio
Ali a verdade não é sabida
mas sentida além do corpo e do senso

Vi seres que são puro pensamento
tecendo em luz o destino dos sóis
E no centro, um Coração — fundamento
de toda forma, tempo e seus heróis

Nele, a dor dos mundos se faz canto
e cada lágrima é vinho sagrado
A beleza ali não é puro encanto
é o Bem visível, o mal redimado

E me foi dito: “O que vês, esquece
Leva contigo o que arde e liberta
Não é para exibir o que acontece
mas pra acender a chama ainda incerta”


Canto V – O Verbo Vivo

No centro do templo, sem paredes
uma Presença se fez verbo e luz
Não falou por sons, mas por suas sedes
e em mim, cada célula reluz

“És parte de mim desde o alvorecer
Te busco em tudo, até no que foge
A dor que em ti clama é meu renascer
e o amor que tens, meu sangue e minha voz”

Ali entendi que o nome divino
não cabe em letra, dogma ou clausura
É pão que se parte, vinho e destino
é gesto de amor em sua doçura

“Desce agora,” disse a Voz sem medida
“leva-me aos becos, às praças, ao chão
Faze do verbo ponte e da tua vida
uma epístola escrita em compaixão”


Canto VI – A Noiva do Cordeiro

Na sala secreta onde o véu se ergue
a Noiva do Cordeiro me esperava
Vestia luz e em seu olhar, a égide
do Amor que tudo acolhe e tudo lava

Era Sophia, Isis, Shekinah
a Alma-Mãe do mundo e seu Mistério
Seu ventre é o portal que a dor refaz
e seu beijo o selo do hemisfério

Disse: “Sou o ventre da tua missão
Gerarás esperança em cada gesto
Vai, sê ponte viva da redenção
Meu selo é teu, teu corpo é meu resto”

E ao me tocar com lágrima e perfume
selou-me inteiro com seu silêncio
Toda dúvida então perdeu seu lume
e minha vontade tornou-se incenso


Canto VII – O Silêncio Supremo

Ao fim da ascensão, não há mais trilha
só vasto silêncio onde o Eu desmaia
Ali, nem luz, nem forma, nem partilha
só o Vazio que a tudo atrai e ensaia

Mas é um Vazio repleto de sentido
um Mar de Origem sem começo ou fim
Ali entendi: sou parte do Infinito
e Ele é inteiro no mais frágil de mim

Não há retorno, pois tudo é retorno
Não há partida, pois tudo é o Aqui
Toda pergunta ali perde contorno
pois o Amor é a resposta que vi

E voltei, mas sem sair do Silêncio
Tornei-me dele um sopro, um sentinela
Minha alma agora é templo suspenso
onde a luz se faz carne na janela


Canto VIII – O Retorno e o Serviço

Desci do monte com os pés em brasa
o olhar tocando o chão como se o visse
pela primeira vez — sem véu, sem asa
mas com o coração que agora assiste

A terra me sorriu em seu ofício
a folha, o pó, o verme e a semente
eram também centelhas do início
reflexos da Presença onipotente

Não trouxe tábuas, nem teorias frias
mas gestos simples, pão, palavra e pranto
Na rua, abracei almas vazias
na cela, fui escuta e acalanto

Pois o saber que das alturas desce
sem se fazer humilde no caminho
é só vaidade que logo empobrece
por não tocar o outro com carinho

“Servir é ser canal, não pedestal”
disse a Voz quando a lembrança se acende
“E o céu que viste, feito espiral
é só começo do que agora se entende”

Voltei, sim, mas não sou mais o mesmo
o mundo é templo, e a dor é o altar
E cada gesto é um verbo no batismo
de quem escolhe amar — e iluminar


Decimar da Silveira Biagini

Com a proteção de seu patrono Sepé Tiaraju e aval de El Morya 

Jesus e os Essênios

JESUS E OS ESSÊNIOS, poema metafísico do poeta Decimar
No deserto em véu de areia
Moravam almas em prece
Guardando o que não se esquece
Na luz que a verdade semeia

Chamavam-se os Essênios
Viviam entre o céu e o chão
Esperando em devoção
O mestre dos milênios

Veio o Cristo tão sereno
De olhar além do sentido
Com um verbo não contido
E um silêncio sobre-humano e pleno

Falava sobre os caminhos
Que a alma traça entre planos
Como os ciclos mais humanos
Feitos de flores e espinhos

Ensinava reencarnar
Como a semente que morre
E da terra que tudo absorve
Renasce para frutificar

Disse com voz envolvente
Que o mundo tem dimensões
Como finas divisões
Na cebola transparente

No centro vibra o concreto
Denso como o sofrimento
Mas cada novo momento
Revela um plano mais reto

[REFRÃO]
Sopra o shofar nos caminhos
Canta a gaita a direção
Jesus revela os destinos
Por camadas de expansão

Os discípulos atentos
Ouvindo com emoção
Sentiam no coração
Mistérios em movimentos

Não há fim só travessia
Cada plano é um degrau
Para o espírito imortal
Na luz que se irradia

E esse cordel que te alcança
Não conhece tempo ou fim
Nasce onde tudo é jardim
E a fé floresce na esperança

[REFRÃO]
Sopra o shofar nos caminhos
Canta a gaita a direção
Jesus revela os destinos
Por camadas de expansão

Jornada contínua

Jornada contínua

O corpo é só ilusão
Deus é luz que vai além
Quem O nega, cedo vem
Clamar por compaixão

Na próxima estação
Sem certezas, sem ninguém...
O corpo é só ilusão
Deus é luz que vai além

Ajoelha em oração
Chora o erro que contém
Pois sem fé, não se mantém
A paz no coração:
O corpo é só estação...

A culpa te fez refém?
As circunstâncias cresceram
Não consegue ficar zen?
Tuas ideias de fé pereceram

Levanta, larga os espelhos
Quem te põe de joelhos
É Aquele te dá a mão

sábado, 3 de maio de 2025

Soneto

Soneto – Janela de Cruz Alta

Abrindo a vidraça no alto a manhã
suspira a doçura do sol nos telhados
as coxilhas brotam num canto de lã
que aquece os silêncios dos campos dourados

A brisa desliza no rosto sutil
como um velho afago de tempo e memória
a cidade respira seu passo febril
mas o campo lá fora impõe sua história

Do quarto andar vejo o mundo acordar
com o céu tão azul sem nuvem ou pranto
e o frio dançando no ar sem cessar

como um leve segredo em véu de encanto
Cruz Alta desperta em seus tons de paz
com doçura antiga que o peito refaz

Decimar da Silveira Biagini
03 de maio de 2025

sexta-feira, 2 de maio de 2025

Outono em versos - poetrix

Soneto à escolha amorosa

Soneto à Escolha Amorosa

Não quero amor que arda e se consuma
Em chamas breves de um prazer voraz
Mas sim aquele amor que feito em bruma
Perdura em atos simples dia após

É chama mansa firme decidida
Que escolhe ser ainda que haja dor
É disciplina em meio à nossa vida
Não se alimenta só do seu calor

Alma de equipe, força de vontade
De ser por outro ser reconhecido
Não por fulgor mas por fidelidade

Se é racional não deixa de ser lindo
Pois só quem ama além da tempestade
Sabe o que é ser amado e ter sentido

Decimar da Silveira Biagini

quinta-feira, 1 de maio de 2025

Cordel do Primeiro de Maio de 2025

CORDEL DO PRIMEIRO DE MAIO DE 2025
Senhoras e senhores prestai bem atenção  
O Brasil virou novela  
Mas sem direção

Lá em Porto Alegre ergueram caixas de vidro  
No Otávio Rocha onde o cheiro não é límpido  
Dizem que é pra escada pra voltar à circulação  
Mas a real função é dar vitrine à enganação

A dengue ah essa dança fez da cidade seu salão  
Enquanto o povo coça a perna  
E o poder coça a mão

Na DEAM mulheres clamam por justiça com razão  
Mas trezentas desistiram não havia plantão

E agora escutem no palco da Previdência  
Rola um circo de dinheiro sem sequer decência  
Desconto em aposentado golpe velho e ordinário  
O INSS virou um teatro sanitário

Agora quem escolhe sou eu  
Diz o Lula com emoção  
Nomeou novo chefe  
Mas esqueceu a podridão

Não sabia de nada diz Lupi com fervor  
Mas se todo mundo sabia  
Onde andava o senhor

O desemprego subiu  
Mas ó que consolo  
É o menor desde 2012  
Segundo o santo IBGE no seu consolo

E lá fora nos Estados Unidos  
O PIB foi pro chão  
Trump surtou com as tarifas  
Mas recuou de calção

No Sul a tragédia mais chuva mais tormenta  
E político só promete enquanto o povo lamenta  
Em Cruzeiro do Sul ainda há quem more no barro  
Com a enchente na janela e promessas no carro

Mas houve uma santa que partiu em paz  
Dona Inah freirinha bisneta do Canabarro  
Morreu com 116 sem fazer escarcéu  
Foi direto para o céu  
Ou talvez pra descansar do papel

Esse é o Brasil meus senhores  
Palco de circo e de fé  
Onde quem tem juízo  
Vive rindo de pé

Decimar da Silveira Biagini
01 de maio de 2025

Qual tema nos poemas mais te atrai?