DECIMAR BIAGINI

DECIMAR BIAGINI
Advogado e Poeta Cruzaltense

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domingo, 31 de março de 2024

Feliz Páscoa ao João Pescador

Feliz Páscoa ao João Pescador
Nas cruzadas de pesca
João, um trovador pescador
Com amizade gigantesca
Lembrou do seu professor

Consertava redes mergulhando com amor
Amigo de antigos, pescou com ancestrais
E um belo dia, contou ao poeta pajador
Neto de companheiros, laços imortais

Fala dos bailes da juventude
Das tragédias que hoje viraram risadas
Do quanto a vida é amiúde
E das parcerias que fez na jornada

João, contador, açougueiro e bom de prosa
Nas histórias que conta, a minha se apruma
Com destreza, narra de forma amistosa
Os feitos dos pescadores, onde a vida se consuma

Decimar da Silveira Biagini

sábado, 30 de março de 2024

A Páscoa da Consagração

A Páscoa Da Consagração

Nossa tristeza com o ontem
Se converteu em alegria
Ainda que com paixão contem
A via crusius foi agonia

Os discípulos estavam perdidos
Como humanos que eram
Não viam vitória em céus esquecidos
Para eles só existia a terra

Por séculos só se falava em treva
Do Herói abnegado levado
ao madero por gente maleva
E que venceu o mundo com Seu reinado

Sua ressurreição é misteriosa
Reaparece não para mãe ou discípulos tradicionais
Mas para Madalena, que para muitos era desonrosa
Para que terras secas se tornassem mananciais

Ao contrário do enganoso império que fazia escravos
Pediu aos seus, os verbos confiar e servir
Para que com fé e coragem se libertassem os cravos*
Para alegrias eternas que estariam por vir

Adubo em pântanos enganosos
Levassem luz aos lírios mais puros
Alicerces para vida superior aos esperançosos
E chance de arrependimento nos dias escuros

A Páscoa não liberta para prazeres da inconsciência
Mas sublime certeza de que todas as dores são caminhos para júbilos imortais da Divina providência
A Páscoa transcendeu para sempre, com Cristo**, em novos pergaminhos

Decimar da Silveira Biagini


*Os cravos que prendem Jesus à cruz nos lembram suas chagas benditas, pelas quais fomos curados.
** A Páscoa anterior à era Cristã estava destinada à comemoração da libertação dos judeus junto ao Egito

quinta-feira, 28 de março de 2024

sexta-feira da paixão e os abnegados avatares

Ali, no frigir da vida
Onde Jesus é mestre
Brota sabedoria querida
que o coração investe

Ser humano abnegado
do bem e fraterno
Deixa na estrada legado
o destino mais terno

No caminho do respeito 
plantamos a semente
Da compaixão no peito
Do bem, simplesmente

Colhemos frutos
todo o ser se orienta
Avatares astutos
Radiação violeta ostenta 
É o guia dos justos,
o farol que não se apaga

Gandhi, o Mahatma maior
Com sua paz como arma
Construiu um mundo melhor
onde a justiça não desarma

Mãos que tecem o bem 
Mandela, grande líder
Com coragem venceu
a escuridão se dissolver

Martin Luther King
com sonhos de igualdade
Seu discurso ecoa
na luta por fraternidade
Ada Lovelace, 
pioneira da ciência e da mente
Abriu portas ao saber
um farol inteligente

Chico Xavier, coração exemplar
Viveu o evangelho
Respeitado por várias religiões
Estudado pela NASA a sério

Abnegados, farol no escuro
no palco da existência
Desenham um futuro
repleto de excelência

Que cada alma trilhe 
este cordel sonoro
Seja o super avatar
Que exaltado se humilhe
Exale amor pelos poros

Jesus hoje na Cruz, brilhe
Para um mundo de ouro
Que a humanidade se salve
Pelo amor, não pelo choro! 

Decimar da Silveira Biagini

Solidão piramidal

Solidão piramidal e nova escravidão - dessa vez digital - reflexão na sexta-feira da paixão! 
Durante numerosas mudanças
Detectei que devia ser mais leve
Colocar tudo na balança
E entrar no processo "desapegue"

Também não significa
ser oposto de ávaro
Paul Valéry dizia frase que se apruma
"Preciso ser leve como o pássaro
e não como a pluma”

Os antigos egípcios
tinham uma crença de triagem 
achavam que nos sacrifícios
na longa viagem
os mortos até chegar a seu destino
Fariam na alma pesagem
Na cerimônia, do deus Osíris
o morto fazia sua defesa
e se
declarava inocente
de pecaminosa bagagem

Seu coração
considerado
a sede da consciência
era colocado
numa balança

Certamente deveria ser
espírito de elevada luz
Se pesasse mais
que uma pena de avestruz
o morto
sofreria castigos
e até devorado
por um monstro mítico

Almas leves, em paz com a consciência
Seguiriam seu caminho com decência
e eventualmente poderiam
chegar ao paraíso

Se na alma fosse feita
hoje tal pesagem
num pós-covid
que oportunizou reciclagem
Não há quem duvide
pouquíssimas pessoas
seguiriam viagem! 

A toxicidade e densidade
dessa era digital
De aparências
e comparações tóxicas
De falta de empatia,
pouca conformidade
e distanciamento descomunal
Nos deixaram balofos
com pedras amarradas 
na própria vaidade
em solidão piramidal

Decimar da Silveira Biagini
28 de março de 2024

quarta-feira, 27 de março de 2024

Apenas confie


Confiemos nas coisas eternas 

Antes que o Rabi Nazareno revelasse
Aos queridos temerosos discípulos
E o corpo, ao tabernáculo comparasse 
Falava na marcha e seus obstáculos

“Importa, porém, caminhar
hoje, amanhã e no dia seguinte.”
Cumpria aos discípulos escutar
Hoje tão atual, ao bom ouvinte

Esse trecho emblemático
Fica em Lucas, 13:33
Idade do evento temático
O resto já sabem vocês

Em metáfora, dizia da missão do além
Nosso Herói não foi enfático
Se referia a marcha de Jerusalém
O martírio glorioso para o eterno

Decimar da Silveira Biagini

segunda-feira, 25 de março de 2024

Poeiras e desapegos

Poeiras e desapegos

Nossa memória
E escolhas tolas
Nossa tragetoria
E coisas boas

Definem o amanhã
Tragédia ou glória
Mente doente ou sã
O resto é história

Quando me mudo
Vejo muito entulho
Sai tralha em absurdo
Só essencial embrulho

A vida se torna leve
Com Jesus tenho tudo
Deixo o que não serve
Levo a fé como escudo

Decimar da Silveira Biagini

domingo, 24 de março de 2024

A lei, o propósito e a vida

Não há esmola maior
Que iluminar onde estiver
Ter empatia na dor
Alegria na prova qualquer

Não há equilíbrio maior
Que disciplina e simplicidade
Na efêmera nuance terrena
Traz evolução e felicidade

Toda perda é irremediável
Quando não se ora ao Consolador
Deixe ir e torne aceitável
Desamarrar é ato de amor

Para elevação prescrita
Cuide da reforma íntima
Ignore a ofensa aflita
Nesse plano não há vítima

Quando fé e cultura se abraçam
A doação está na humildade
Respeitar opiniões que façam
A riqueza está na diversidade

Na benção do corpo
Cultive como canteiro
Não abuse quando novo
Pois o resgate virá ligeiro

No erguimento da paz
Se segue o divino semeador
Liberdade e caridade se faz
Semeando amor onde for

Confiar, orar, vigiar e servir 
Verbos que exalam humildade
Em torno do crístico porvir
Tais encargos trarão liberdade

Decimar da Silveira Biagini

sábado, 23 de março de 2024

Pedintes que somos


Uns adoram atalhos
Desejosos milagres
Para superar atos falhos
Ou suas responsabilidades

Quem nunca os suplicou? 
O Mestre confere-nos
Através do que lecionou
Dádiva e iniciativa pede-nos

No entanto, existe equilíbrio
Na Lei Divina, a prova
Para todos os filhos
Dá a cada um pela obra

Abundante verbalização
Raras vidas nos conformes
Fé, inteligência e razão
Tropeçam esperando milagres
 
Compromissos assumidos 
Resgates e sobrevivência
Na terra densa esquecidos
O melhor pai na essência
Não faria deveres dos queridos

Senão pelo exemplo e trajetória
De renúncia e de sacrifício
Eis sua lição e sua glória
O Filho veio pelo Pai em ofício

Pedro não tinha ouro nem prata
O pedinte queria apenas esmola
Mas a dádiva salva a alma ingrata
Por Cristo veio a cura sem demora

Todo bom filho poder curar
Ser santo para honra Dele
E Ele lhes disse sem titubear:
 - "Não peçais mais do que
 vos está ordenado" 
João
Batista foi claro ao alertar
Cautela no milagre reclamado 

Decimar da Silveira Biagini

Fernanda

Feliz aniversário
Enorme alegria
Rainha do berçário
Notável sabedoria
Amor lendário
Na cotidiana poesia
Digna e nobre
A tua fé nos contagia

Decimar da Silveira Biagini

Justo Farol

Justo Farol

Gota no oceano duvidosa
Lançada na eternidade
Numa corrente desditosa
Desviada pela vaidade

Somos navegantes
Sedentos de liberdade
Porém, ignorantes
Presos cedo ou tarde

Num mar tempestuoso
Distantes, destino enlaça
Para ilhas de ego perigoso
Onde a luneta logo embaça

Mas preciso mapa
Com sinuosos desafios
Deus então traça
Deixa tesouros e roteiros

Dentre provas e expiações
Surge a Justiça com graça
Trazendo paz aos corações
Como Deus, não há quem faça

Decimar da Silveira Biagini

Ouça Jesus

Ouça Jesus "não se preocupe" 
Eu abro a geladeira
Penso, o que tem para hoje?
Corro para feira
Fico na fila e digo Jesus socorre
Sinto que a vida passa ligeira

Então entre filas e percepções
Resolvo fazer poesia
Mais valem metáforas que refeições
Pois Jesus é minha alegria

Decimar da Siveira Biagini

quarta-feira, 20 de março de 2024

Não é um dia qualquer


No último dia do verão

A brisa se despede
Há vida em toda estação
O sol já se recolhe
E as folhas então cairão

A natureza adormece
É o ciclo da vida  
Com fé se agradece
Por toda sorte obtida
 
Cada ciclo tem sua graça
Quem observa não esquece 
Então, que Deus nos faça
Sentir Sua vontade na prece

Decimar da Silveira Biagini

terça-feira, 19 de março de 2024

Gênesis Poética do Verbo

Gênesis Poética do Verbo
Maravilhosa criação
Se deu na vontade celeste
Universo é sua intenção
E tudo que nele se preste

Não foi ato físico de Deus
mas, pelas Suas palavras
Tudo teve forma e obedeceu 
Vulcânicas luzes e lavas

A voz do Pai é incrível
Nos faz acalmar a mente
Crer num Ser invisível
Que tudo vê e sente

Decimar da Silveira Biagini

A verdadeira renovação

Renascer sem cinzas
Desatar o nó do passado
Doar as vestes antigas
E energia densa bloqueada

Não ocorre num só instante
Algumas fases necessárias
Como lapidar do diamante
Polindo arestas dispares

Tal a ave que troca as penas
Ou curado que muda semblante
É preciso apurar Divinas antenas
Valorizar lição em cada instante

Uma nova identidade ou renascer
Despertar para a pura consciência
O novo, permita no seu tempo viver
O Pai espera com toda paciência

Decimar da Silveira Biagini

segunda-feira, 18 de março de 2024

HOJE

*H* oje é oportuno
*O* mínimo ao alcance
*J* á fará insumo
*E* is sua onírica chance


POETINHA_CRUZALTENSE

Musiquinha para Valentina

Musiquinha para Valentina

Valentina minha linda
Vou contigo aonde for
Tua estrada está florida
Lírios puros de amor

Valentina minha fofa
Vou contigo aonde for
Lampejolas pela roupa
Com tapetes rosa-flor

Valentina meu anjinho
Vou contigo aonde for
Deus proteja o caminho
Em arco-íris de toda cor

Decimar da Silveira Biagini

O Mestre Carpinteiro

19 de março - dia de São José

Púlpito da poesia, aqui me apresento
Pra falar da fé e do amor de pai atento
No dia de São José, o santo carpinteiro
Que nos guia com força, em todo entrevero

São José nos ensina, com sua devoção
Que o trabalho e a fé vão de mão em mão
Com suor e com prece, seguimos jornada
Com a certeza que Deus nos rege e nos guarda

José, preparado à encarnação
pelo Próprio Deus, para crística educação
Jesus, por sua vez, procurou ser-lhe submisso
(Lc 2,51; Hb 5,8)
Após se perder dos pais, seguiu seu ofício

Assim, neste dia, que José nos inspire
A seguir com coragem, ornando telhados
Com fé e trabalho, que alguém nos admire
Amor Divino, nos guie pelos estrados*

Decimar da Silveira Biagini

halkai dominical

Halkai dominical

O par, na bolha, na chuva.
No vago, um seriado pago.
No sofá, nova fuga.

Decimar da Silveira Biagini

domingo, 17 de março de 2024

Halkai da existência

Halcai da existência

Salva, socorre, ajuda
e tateia. E enfim, sem plateia, 
fita sua cripta.

Quando José se libertou?

,

Quando José se libertou? 

José ficou poderoso
Vingar-se dos irmãos 
ou ser misericordioso?
Chorar foi sua opção

Um passado escabroso
A fome trouxe provação
O que parecia assombroso
Virou chance de perdão 

O destino se tecia perigoso
Vendido para escravidão
Por contar sonho ao invejoso
Era na verdade divina missão

Um coração afetuoso
Que sente compaixão
Fez José homem virtuoso
Foi choro de libertação

Decimar da Silveira Biagini

Somos especiais sim!

SOMOS ESPECIAIS SIM! 

Deus não nos criou para falta de alegria, de compaixão e de virtude. Portanto, somos especiais se conhecemos e praticamos o bem e o belo na sinceridade de nossos talentos individuais.
O que os obsessores mais odeiam em você?
O que os obsessores mais odeiam são a positividade, as boas vibrações, a felicidade das pessoas e todas as conquistas daquela pessoa. Lembremos que possuímos livre arbítrio, não deixemos que ninguém faça manipulações com culpa ou medo para nos escravizar.
Todas as pessoas são diferentes, únicas, exclusivas e na grande maioria escolheram talentos em detrimento de outros para melhor se aprimorar nessa passagem encarnatória, nem mesmo os que vieram compulsoriamente regrediram e podem contribuir e muito com seu papel no teatro da existência nos ensinando. Essa é a nossa peculiaridade, o que é notório. Se até mesmo os gêmeos idênticos são diferentes em suas vidas, escolhas, características e personalidades, como é fato, o que pensar sobre essa individualidade que nos une e que nos afasta? Ora, é essa individualidade que nos torna, cada um de nós, únicos em todo o planeta Terra. Essa é a maior característica do ser humano, a singularidade.
Por alguma razão, as pessoas confundem humildade com pobreza, falta de talento e de capacidade, fraqueza, burrice, covardia.
O contrário de mediocridade é: excecionalidade, excelência, autoridade, prestígio, influência, importância.
Não confunda humildade com subserviência. Ser humilde nunca significa tolerar desrespeito e atitudes abusivas. Saiba ser firme e impor limites quando essa firmeza for necessária.
Segundo a Bíblia, a mediocridade é vista como algo negativo, pois Deus nos chama a buscar a excelência e a viver de acordo com Seus princípios. A Bíblia nos encoraja a sermos diligentes, sábios e a buscar a sabedoria divina em todas
Não precisamos de muita coisa, apenas uns dos outros, não deixem que pensamentos melindrosos de alguns pseudo líderes nos oprimam ou nos desanimem tentando padronizar nossa forma de agir e pensar anulando nossas virtudes. Bom domingo!

Decimar da Silveira Biagini

quinta-feira, 14 de março de 2024

Meditação e luto

Meditação e o luto

Meditação é prática e desapego
Adquirida vira grande potencialidade
Liberta de qualquer angústia ou medo
E pode ser desenvolvida em toda idade

Ninguém sabe fazer algo tão positivo
Depende muito da trajetória e enredo
Mas você pode se tornar meditativo
Talvez não seja tarde, nunca é cedo

Decimar da Silveira Biagini

quarta-feira, 13 de março de 2024

Sobre luto e ancestralidade

Sobre luto e ancestralidade

Seguir em frente
Um termo de muito uso
Ancestral inteligente
Diz: - Para trás, nem pra impulso

Decimar da Silveira Biagini

13 de março, vovó roncou o mate e partiu para nova missão.


Dona Salustiana de Oliveira Biagini, vó Tânia. Descansa em paz, cantou, sorriu,  viveu demais. Na hora do aperto, dizia: - E agora? O que que eu faço?
Nem sempre devemos fazer algo, deixemos que Deus se encarregue daqueles que necessitam passar para um plano mais elevado com menos provas e expiações. Cumpriu seu papel, sorveu todo o mate e roncou.
AS ESTAÇÕES DA VIDA
Para tudo há uma ocasião certa; há um tempo para cada propósito
debaixo do céu: Tempo de nascer e tempo de morrer, tempo de plantar e
tempo de arrancar o que se plantou.
ECLESIASTES 3.1,2

Que possamos nos ver

Fitamos nosso olhar
No espelho ou na água
E tentamos encarar
O que o coração não apaga

A boca diz o que nele há
Se está cheia de luz
A centelha não apagará
Agradeça ao Rabi Jesus

Decimar da Silveira Biagini

segunda-feira, 11 de março de 2024

Avatares da simplicidade

Conheço espíritos puros
Sem ciência ou inventos
Brilham em dias escuros
Não estão em templos

O Divino Escultor os fez
Para que nos ajudem
Não se oprimem na escassez
E na política não se iludem

São anjos protetores
Fazem benzedura e bendizem
Filhos são professores

Fazem o bem sem olhar a quem
Inocentes nos fazem protetores
São exemplo de alegria e bem

Decimar da Silveira Biagini

sábado, 9 de março de 2024

Dor ou Felicidade?

Dor/Felicidade

Benoni, significa folgo da dor
Mas Benjamin, filho da graça
A opção é sua, seja como for
Amor ou sofrimento, abraça

Quantas vezes no auge
Só vemos miudezas? 
E no meio aos aplausos
Escondemos tristezas

Jacó perdeu Raquel
Mas ganhou filho
Deu graças ao céu
E floriu seu estribilho

Paulo diz “em tudo dai graças”
Não pelas bênçãos e dias felizes
Mas reconhecer os laços 
e providência de Deus aos aprendizes

Decimar da Silveira Biagini

Finita highway semântica



Ao longo das estradas,
loureiros, viburnos e amieiros
Samambaias xaximadas
e hortênsias em desfiladeiros

Lugares de grata poesia
Recuerdos de almas pesqueiras
Onde amigos faziam companhia
Com chasques e visitas costumeiras

O mundo da poesia
Se cultiva de tudo na vasta imaginação
Mas sem leitor nada seria
Se desmotiva em luto o vazio da poética visão

De balconista de palavras
O escriba se reduz a mendigo de feedback
Malabares de semáforos
De nada vale sua criação ou o vasto leque

Decimar da Silveira Biagini

sexta-feira, 8 de março de 2024

Feijão-fava

Não seja um feijão de fava*

Vejamos sina de Ana
Uma mulher estéril
Penina, mulher de Elcana
A tirava do sério

Toda vez que iam ao templo
Penina a humilhava 
Décadas idas no tempo
Mas Ana sempre orava

Tendo atitude positiva
Deus ali a fortalecia e escutava
E se atendeu expectativa
Quando ninguém mais acreditava

Deus não age numa fava amarga
Ele precisa da sua fé e doçura
A luz da sua centelha jamais apaga
No terreno da fé não há secura

Acreditar ou não na cura
É questão humana irrelevante
Deus tudo ouve e vê na criatura
Pedir a Ele é fértil e triunfante

Decimar da Silveira Biagini

*A toxicidade do feijão-fava é caracterizada pelo sabor amargo. Para eliminá-lo e utilizar as sementes na alimentação humana é preciso submetê-las à cocção por três a cinco vezes, com total substituição da água utilizada, ou deixar os grãos de molho durante uma noite e eliminar a água antes do cozimento.

segunda-feira, 4 de março de 2024

Padre Antônio Vieira e seu legado na poesia e na espiritualidade

Antonio Vieira foi um dos grandes discípulos de Jesus, o Cristo. Ele veio a encarnar, talvez para ser um segundo Cristo
Sua retórica e poética era racional, com culto ao contraste: oposição de ideias.
Polêmico, Vieira foi jesuíta, contrário aos excessos da Inquisição e fez muito sucesso como pregador. Suas habilidades linguísticas impecáveis, sobretudo em retórica e oratória, tornaram-no o pregador oficial da corte portuguesa por um período.
António Vieira, mais conhecido como Padre António Vieira foi um filósofo, escritor e orador português da Companhia de Jesus. Uma das mais influentes personagens do século XVII em termos de política e oratória, destacou-se como missionário em terras brasileiras, em especial no Maranhão.
Foi realmente o maior sábio português que se tem conhecimento a viver como um estoico tal qual Jesus, tamanha a grandeza de tal Espírito.
Gosto de um poema citado por Divaldo, que tem estilo parecido com Vieira:

Goethe, “Anelo”: “Só aos sábios o reveles,/Pois o vulgo zomba logo:/Quero louvar o vivente/Que aspira à morte no fogo (....)//’Morre e transmuda-te’: enquanto/Não cumpres esse destino,/És sobre a terra sombria/Qual sombrio peregrino.//Como vem da cana o sumo/Que os paladares adoça,/Flua assim da minha pena,/Flua o amor o quanto possa!”

Em outras palavras, a intertextualidade é a relação explícita ou implícita entre os textos de quaisquer natureza. Imaginário e intertextualidade funcionam, pois, como conceitos demolidores de preconceitos em qualquer casa ainda não sinodal.

No estudo semântico de Padre Antônio Vieira, mestre em retórica e paradoxo, o leitor tem diante de si uma demonstração da elasticidade e da articulação possíveis entre os conceitos de imaginário e intertextualidade.

Graças aos grandes poetas do Barroco, tivemos traduções incríveis das escrituras sintetizadas em canções e poemas, o quão difícil é verter um poema de uma língua a outra, o que demonstra que Jeová, Deus bíblico, não estava de brincadeira quando misturou as línguas na torre de Babel, conforme ensinou José Saramago em seu último romance, Caim, no episódio da confusão das línguas.
Adaptação e análise - Decimar da Silveira Biagini, poeta metafísico

sábado, 2 de março de 2024

Novamente a sorrir

Novamente a sorrir

Um dia você sonhou
Fez desenho e rabiscou
Sorriu com o que Deus falou*
Porém o papel guardou
Esquecido amarelou
E feliz agora achou

Decimar da Silveira Biagini

*Tão simples, como a rima
Simplifique, Deus ensina

Temperança e Fé



Começo de ano,
objetivos traçados
Metas e planos
E já cansados

Vamos em frente
Porém, atropelados
Mas, se não atentos
Por sobrecarga e prazos

Deixe tudo com Deus
Faça o que alcança
Se plantou é seu
A colheita é a esperança

Decimar da Silveira Biagini

Revolução industrial e digital, conceito eacrsvo=usuário?

Crianças, roupagem escrava de usuários 

Na revolução industrial
Tivemos tanta desesperança
Rumo ao materialismo infernal
Escravizavamos crianças

Na hoje repaginada revolução digital 
Exploração do olhar que não cansa
Engrenagens da Superindústria
Extrativismo dos dados das nossas esperanças
 
Imaginário para a fabricação do valor 
do gozo
Nova produção em série a todo vapor
No seu senso comum, as democracias em repouso
Consideram o meio
de comunicação mero distribuidor

Não é conteúdo, é novo meio de produção 
Eles usurpam gratuitamente dos artistas
Sofremos de um déficit de paradigma sem solução
As autoridades reguladoras não assimilaram sua vista

Produção de valor gratuito
O trabalho do olhar que fotografa, edita, filma, publica, segue e curte
Isso é tudo tão esquisito
Que revolucionários seres sensíveis, filósofos, pensadores e artistas, silenciam enquanto só algoritmo discute
O poeta grita, o cantor silencia, o pastor abandona as ovelhas
E nossas crianças? Quem pagará por isso? 

Decimar da Silveira Biagini

sexta-feira, 1 de março de 2024

Haja moderação!

Haja moderação! 

O estado da poesia
Açoitado pelo tempo
Nada bom sairia
Não fosse leitor atento

O concílio dos druidas
Feito em noturno intento
Trouxe velhas feridas
De poder e encantamento

Compete aos argonautas
Da transição planetária
Filtrar tretas de internautas
No manejo da nave lendária

Decimar da Silveira Biagini

Dos Leitores & Das Leituras

Dos Leitores & Das Leituras

Virtudes não dão ibope
Poesia não enche barriga
Por mais que eu foque
Tudo parece gerar briga

Quando assumo não ser top
Na própria mediocridade
No leitor crio certo choque
Vejo paz e conectividade

Toda virtude é um ápice
Dois vícios, dois abismos
No cume da coragem
Paraquedas de narcisismos

Covardia e temeridade
Complacência e egoísmo
Doçura gera toxidade
Para quem lê em ceticismo 

Quem pode escrever poesia
e ficar sempre no ápice? 
Medir a distância sem ironia
Afastar do leitor seu cálice

Insuficiente e lexical miséria
Poeta, eletrocardiograma 
Poesia é vivência séria
Não há leitor sem a chama

Decimar da Silveira Biagini

Heterônimos

Louco para escrever com heterônimos

Em Cruz Alta, onde o verso é Rei
O Poetinha, de alma inquieta
Luta contra essa sina secreta
De escrever, mas querer se desfazer

Tenta, em vão, o poema renegar
Mas o verso teima em ressurgir
Como um rio que não para de fluir
Nas linhas que insiste em criar

Ah, a tentação de se libertar
De romper com essa prisão verbal
Fitar poesia na rede e a sua publicar
É fogo, que adentra um milharal

E se um dia, pipocas estourar
Heterônimos: Poetinha, Silveira, etc...
Tal Pessoa, com seu Caeiro e Bernardo
Assim, em falsa abstinência certa
Surgiriam Campos e Ricardo

Decimar da Silveira Biagini
POETINHA_CRUZALTENSE

Seja apenas um poeta

Seja apenas um poeta
A rede nos provoca
Em reflexão incrível
Tudo que a IA toca
Parece invencível

A nova biblioteca babel
Nos tirou da oca
Abandonamos papel
Viralizar é o foco

No colossal emaranhado
São infinitas vazias obras
Se vende em demasiado
Mas se escreve sobras

Tudo parece requentado
A IA a poluir com manobras
Perdidos, ficamos de lado
Entre algoritmos e cobras

Libertino grão de areia
O poeta hoje inventa roda
Onde tudo se assemelha
Criatividade é nova moda

Decimar da Silveira Biagini

VersoxUniverso


Verso X Universo = Insultado X Insulado

Tem dias 
que minha toca 
é planeta distante
tem dias 
que ela é vulcão adormecido
tem dias 
que penso 
sair num instante
tem dias 
que o poema 
se publica 
arrependido

Decimar
da Silveira 
Biagini 

No Reino do Limerick

No Reino do Limerick 

Ser poeta é dureza
Todo leitor manda em mim
Se escrevo só beleza
Falam que é tóxica e fim
Pergunto, "a razão Alteza" ?
Respondem, "porque sim" ! 

Decimar da Silveira Biagini

Qual tema nos poemas mais te atrai?