DECIMAR BIAGINI

DECIMAR BIAGINI
Advogado e Poeta Cruzaltense

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domingo, 26 de junho de 2022

Amor e energia



Em cada pedra extraída
Saí dobrado e vitorioso
Em cada estrada florida
Frustrado e desvalorizado

No sofrimento aprendi
Fortalecido e soberano
Na alegria esqueci
Sucumbido em desenganos

Ao falar me humilhei
No silêncio semeiei amor
Tantas coisas semeei
Nos prazeres e na dor

Nessa inconstância
Meu ego se desfez
Entre amor e energia
Treva e ignorância

Resta o merecimento
Alguma poesia
Dispensada a sabedoria
Pois solitário o conhecimento

Decimar Biagini
26 de junho de 2022

sábado, 25 de junho de 2022

Quando os peguei em meus braços


Dizem que recém-nascidos
não enxergam
Talvez seja, não nego
Dizem que o amor é cego
Mas memórias me negam

Vi quando me olharam
Quando o céu se abriu
Quando estrelas brilharam
E o que um pai descobriu

Tão pequenos, tão frágeis
Épocas diferentes
Mas os mesmos olhares
Me tocaram para sempre

Tenho os dois filhos
Mais poéticos e perfeitos
Faróis de milhas
Extraordinariamente humanos

Corajosos e solitários
Como Deus em seu conhecimento
Amores interplanetários
Lembranças do firmamento

Decimar Biagini

Pousada na Capela do Cadeado - 1995

1995

Éder Benevenutto Amaral
Amigo de tantos anos
O vô dele um quera bagual
Na capela abrigava paisanos

Acordavamos com geada
Já tinha lenha no fogo
Café era com gemada
E carteado era o jogo

Truco e retruco
Vale quatro e tal
Nego véio se gabava
De amadrinhar sem boçãl

Seu minuto desconfiava da treta
Que tá fazendo nego véio?
Colocando .... na .....


Decimar Biagini

O Bairro onde nasci



Há uma viagem que amo
Onde poesia parece reinar
Não importa se a estrada tem lama
É o retorno ao meu lar 

Quando chego no querência
CTG de meu ancestral avô
Lembro da doce infância
Dançava tatu e vaneira
Desfilava no lombo de um zaino
Em tordilho e égua marchadeira

Na churrascaria tinha amigo
Na esquina do terreno baldio
Todo piá ficava escondido
Para pedir bala no Dariu

Jogava bola com poço e tudo
Quando caia era aventura
Para resgatar tinha que ter brio
Olhar para baixo até ficar mudo

Para todos que vêm e vão;
Lembram dos pneus empilhados
Para fogueira de São João

Os amores-perfeitos na janela
Esperando os casamentos e pular brasa
Boa parada era a mais bela
Dali até o campo do tio Maza

Nada restou como antes
A vila perdeu para o progresso
Ficou a avenida Xavantes
E um barulho perverso

As luas do céu do outono
Só na foto da memória
Os baldios hoje têm dono
E a infância virou história

Decimar Biagini
25 de junho de 2022

sexta-feira, 17 de junho de 2022

O sorriso de Valentina


Em minhas mãos sinto a verdade
Carrego em meus braços
Parte do futuro da humanidade
Tão fortes estes laços

Já fala algumas balbuciadas
Quando olha para mim
E fala "pai", fico sem palavras
Num orgulho sem fim

Tão grande a responsabilidade
Os versos andam escaços
Por conta da nova paternidade
Mas sempre acho espaço
Para registrar minha felicidade

Decimar Biagini

O Divino foi meticuloso

O Divino foi meticuloso

As gotículas lá fora
Me ensinam o fulcral
Que tudo sem demora
Retorna sem ter final

Não me concentrar
Em coisas grandes
Pois tentar dominar
O que já se fizera antes

É das tolices mais desnecessárias
Chover no molhado
Em tarefas extraordinárias
Para um homem tão contrastado

Impérios se desfizeram
Heróis foram esquecidos
Poetas enlouqueceram
Mas o Verbo segue vivo

Decimar Biagini

sexta-feira, 10 de junho de 2022

Aniversário de Portugal



Muitos motivos a comemorar
a História de Portugal, 
Num singelo versejar
Respeito a terra Natal

Antepassados além mar
Desbravadores e idealizadores

Dom Pedro II
O mais sábio da realeza
Deixou legado profundo
Mas os outros, com certeza
 
Deixaram desgosto e tristeza
Fingindo seguir Deus
Teceram inquisição com frieza

E nessa dura conjuntura
a expulsão de judeus e séculos de escravatura.

Mas é para frente que se anda
Todo resgate vira aprendizado
Que impere a paz veneranda
Entre os povos colonizados

A pátria de Portugal é seu povo
Não importa se hoje espalhados

Decimar Biagini
10 de junho, dia de Portugal, 18:37



Decimar Biagini

Aniversário do Primo Eduardo

Aniversário do Primo Eduardo*

Quando criança
De muita entrega
Já se via esperança
De fugir a regra

Numa sorte que se lança
Em todo arteiro maleva
Diziam, esse não cansa
Com energia de reserva

No primeiro aninho
Já avisava as meninas
Que esperassem crescer um pouquinho
No convite de boas vindas

Jogava no meio dos adultos
Pedia a bola e até chorava
Esbravejava, até com insultos
Mas a vida o lapidava

Tornou-se adulto
Quando jovem dançava
Um pé de valsa astuto
Contava piada e jogava

E nesse gira mundo
Famílias Porto e Biagini
Chegou a se taxar de ....
Mas então imagine

Lutou e estudou
Na faculdade de medicina
A família ele orgulhou
Pois nesse giro o mundo ensina

Hoje é pura empatia
Calmo e confiante
Alivia a alma doentia
De qualquer ledo paciente

Decimar Biagini
10 de junho de 2022

Um Primo com P maiúsculo, desses que não abandona os familiares só por que estudou ou vivenciou coisas mil. Me ajudou muito no durante e pós internação covid.

quinta-feira, 9 de junho de 2022

Precauções

Tive covid duas vezes 
Vivemos uma variação
sazonal das viroses
Com redução nos pulmões
Fico fraco nesses meses
Por isso tomo precauções

De maio até julho,
dura temporada,
época mais fria. 
Atendo, com orgulho,
por hora marcada.

Oro para passar de agosto
Pois é mês do cachorro louco
Para evitar medo e desgosto
Noticiário sangrento assisto pouco

Vitamina c na sulina invernia
Efervescente ou bergamota 
Como pinhão com afinco
Pois esse leva o tal do zinco

Ao coração de poeta
Um bom cálice de vinho 
Para obra ficar completa
Lã e blazer de linho

Máscara em lugares fechados
Padaria e mercadinho
Não sei de onde veio
Ameaça em todo lado
Para não saírem prejudicados
Crônicos e não vacinados
Sigo confuso, em desalinho
Então medito, escrevo e leio
Pois empatia ainda é o caminho
E de descaso o mundo tá cheio

Decimar Biagini
13:13, 9 de junho de 2022

Simplificar-se sem derrota


Ficar disponível à vida
e os seus chamamados
Ter doçura como guarida
Reafirmar-se em predicados 

Sem perder-se no sujeito
Fiel à luz divina expandida
A tentar amar o imperfeito
Na crística caridade obtida

Sem malvadez neoliberal
Esvaziar-se do antigo eu
Com humana ética universal
Não ter raiva do que é meu

Pois a gratidão é o caminho
Sem fatalismo imobilizante
Nem o derrotista desalinho
Mas equilíbrio simplificante

Desbravar os sentimentos
Aproximar-se da essência
Sem tantos aborrecimentos
A duvidar da mera aparencia

Decimar Biagini
2022, 9 de junho, 06:09

quinta-feira, 2 de junho de 2022

Penso, logo desisto!

O Francês não era bobo!

Nesses dias frios em que aprendi termos como reduflação e andar novamente mascarado (“larvatus prodeo"). Lembrei da conduta de Descartes ao se alistar no exército holandês para fugir dos olhos da inquisição francesa e continuar com seus métodos racionais e teorias filosóficas de duvidar de tudo para continuar pensando e existindo. Aqui na terra de Erico Verissimo prego que se destaca não só toma martelada como já se utiliza na Cruz Alta. Galileu também foi safo em negar sua teoria antes de concluir que a terra girava em torno do sol. O quero dizer com essa ladainha depois de despertar com frio na velha ribalta de Cruz Alta não sabendo se estava na sala tendo insights ou na cama se me valeria a pena abrir mão do voto secreto e tentar convencer alguém de que ainda existe uma saída para esse país?  É muito perigoso ter razão antes da hora. Nossa história
recente está marcada pela perseguição a pessoas que foram executadas em nome de suas idéias e
ideais. Muitos pagaram com a vida através dos tempos. Sabemos dos assassinatos de Sócrates,
Jesus de Nazaré, Giordano Bruno, Robespierre, Frei Caneca, Gandhi, Martin Luther King, Wladimir Herzog. Milhares de outros, anônimos, morreram e morrem cotidianamente em nome de
seus sonhos, de suas esperanças. Então, desisto de abrir meu voto!

Decimar Biagini

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