Não floresce o lírio em solo de pedra e dor
Nem canta o azul num cárcere de rancor
É preciso romper os grilhões do não-valor
Soltar as âncoras fundas do próprio ardor
Pesam na alma os pactos sem mais sabor
Medos que calam, culpas travando a flor
Despir-se do velho é ser escultor
De si — barro vivo, moldado no amor
A vida surpreende sem pedir permissão
Traz flores no caos, estrelas na contramão
Quem não espera, acolhe a revelação
Gratidão é o lar da libertação
Desapegar não é perda, é revelação
É abrir espaço pra reinvenção
Ouvir o silêncio sussurrar direção
É luz que nasce da purificação
Aceitar o que vem, sem resistência ou pressão
É dançar com a vida em plena comunhão.
O ser que se limpa reencontra a verdade
A dor se transforma em oportunidade
É ponte dourada, é nova identidade
É voo liberto na eternidade
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