DECIMAR BIAGINI

DECIMAR BIAGINI
Advogado e Poeta Cruzaltense

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quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

ENTRE LEIS E FÁBULAS



Entre Reis e Espadas
Dragões e Castelos
Entre leis e escadas
Legiões com martelos
Os meninos cansam
De contos de fadas
E se perdem nas instituições
O Dragão vira Leviatã
E os Castelos Fóruns e Jurisdições
A Themis leva embora a Excalibur da meninada
E os usuários da justiça envelhecem
Esperando que melhor sorte seja cortada
E sem salomônica contenda, padecem
Então surgem novos sonhos, novas gerações
E se perdem em processos medonhos, com indagações
Até quando acreditar nessas instituições?
Decimar Biagini (voltando à Pasárgada)

ENTRE SOBREPESO E O ORGULHO PELA CRIA


Não entendia o que Raul dizia antigamente

Sobre ver a vida passar

Sentado, com a boca cheia dentes

Esperando a morte chegar

 

Era tudo verdade

Vista de um espelho

Já com certa idade

Já não me assemelho

Nem mesmo pela metade

Com o guri de outrora

Mas não deixarei chegar minha hora

 

A barriga segura as calças

As calças revelam as canelas

A camisa não prende as alças

E os prédios tapam as janelas

 

Saudade do campinho

Dos botecos sem arruaceiros

De quando tomava lanchinho

Sentado ao pé dos salgueiros

 

Os lanches já não me saciam

E a expectativa de vida parece murchar

Algumas tentações me desviam

Enquanto desaprendo a caminhar

Chegada a hora de virar a bússola

Passado dos trinta e sedentário

Como dizia a professora Úrsula

Só piora depois do berçário

 

Hoje levei o Arthur na escolinha

E vi aquelas lágrimas de quem teme o desconhecido

Não importa quanto a vida te ensina

Confortar alguém assim, e tornar-se enternecido

É esquecer da própria existencial sina

E contentar-se com a genética estendida

 

Mas custava eu voltar para a academia?

 

 

Decimar Biagini

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