DECIMAR BIAGINI

DECIMAR BIAGINI
Advogado e Poeta Cruzaltense

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segunda-feira, 26 de abril de 2010

POETA MENDICANTE

Eu poderia estar matando
Eu poderia estar roubando
Eu poderia estar copiando
Eu poderia estar colando

Mas não, só quero teu olhar
Um não, um talvez, um sim
Benção, ou um leve criticar
Em vão, como vês, é meu fim

Tendo que a ti vir suplicar
Não era para ser assim
Era para ter um forte versejar
E não uma rima chinfrim

Por isso, tu podes me massacrar
Mas antes, tenhas pena de mim
Talvez meu livro tu queiras comprar
E ponhas na minha conta um dim dim

Decimar Biagini

A MUSA E O POETA (PAPO DOIDO)

Ela subiu pela escada
E eu, como que um cachorro
Me dirigi até a entrada
- Saudade! Quase morro!
- Capaz amor! Que nada

- Te esperei, pedi socorro
- Até sonhei contigo na madrugada
- Não faz drama, estava atarefada
- Eu sou assim, me comovo
- A saudade é uma dor danada

- Tá vendo? Por isso fiquei afastada
- Você com saudade fica carinhoso
- Vai vendo? Vou virar uma alma penada
- Só para ficar perto do teu pescoço
- Eu heim! Fiquei toda arrepiada
- Você seria espírito ou vampiro moço?
- Sei lá, o que tu quiseres minha amada

- Que falta de personalidade, se atiraria num poço?
- Sim, se uma moeda nele por ti fosse jogada
- Você tem cada uma, como é doida gente letrada
- Poeta é assim, faz da queda uma grande guinada

Decimar Biagini

domingo, 25 de abril de 2010

O POETA QUE DANÇA E DUELA

Neste hibridismo de dança e duelo
Fez-se o soneto de Wasil Sacharuk
Um pouco de cinismo com violoncelo
Visto pelos críticos de parca atitude

Este silogismo, cujo termo é filosófico
Mostra o quanto sua espada é rude
O seu ativismo poético não é catastrófico
Embora haja ruptura, ao antigo alude

Puro expressionismo dialético e mórfico
Porém faz versos sem que seu perfil mude
Seu brilhantismo exige do leitor saúde

Pois não é qualquer um que o entende
A poesia de Sacharuk é dança em duelo
Como belo tango em que a moça se rende

Decimar Biagini

VELHO POETA (REPOSTAGEM)

- Tragam-me uma caneta
- Uma caneta, urgente!
Dizia o poeta careta
Com sua voz estridente

De repente, num desenferrujar
Voltou a ter inspiração nova
Retornando a ter o gosto pelo versejar
Ressurgiu de sua velha cova

Infelizmente, já não existiam canetas
O Escriba, perdido em um cyber coffee
Tinha que enfrentar um bicho de teclas
-Tudo passou tão rápido, sabe como é!
Dizia o Sábio, lembrando outra época

Trêmulo como um trator em ponto morto
Proferiu tal frase em gélida caricatura
Tudo parou naquele momento, em contraponto
Riram daquela mão que digitava insegura

Foi quando o Poeta proferiu em verso solto
- De que valem essas malditas criações humanas,
se sequer um iniciante pode transpor seus versos
Foi então que o Poeta se ausentou por semanas
Os críticos jovens foram extremamente perversos

Um belo dia o Velho Poeta voltou com uma caneta
Uma caneta diferente e um notebook de renome
Com a máquina aberta tracejou na tela sua letra
Todos a sua volta, a indagar qual era seu nome
Perguntavam se havia pago caro, ele respondera que sim
Disse em tom de sarcasmo, no ego que consome:
- Salve o dinheiro das minhas obras, salve o touch screen

E o poeta então criou sites, comunidades, canais...
E um belo dia, antes de morrer, decidiu dizer nunca mais
Deletou tudo, e ninguém mais lembrou do velho poeta
Um absurdo, mas, seus livros palpáveis estão lá na biblioteca

Decimar Biagini

sábado, 24 de abril de 2010

ID FREUDIANO

I nternet difundida
D a pan-sexualidade

F reudiana reprimida
R umo da humanidade
E m si mesmo reunida
U m registro da realidade
D e milhões de outras vidas
I ncrível meio de publicidade
A liada à tecnologia aprendida
N essa esperança de feedback à vaidade
O lhos abertos, pois poderá ser fingida

Decimar Biagini

quinta-feira, 22 de abril de 2010

ANIMOSIDADE

A s desavenças
N ão fazem bem
I diotas crenças
M alquerença a alguém
O pressão de doenças
S ilogismo de rancor
I lógico pavor
D as guerras étnicas
A partait da dor
D eslealdades patéticas
E xplicadas em desfavor


Decimar Biagini

quarta-feira, 21 de abril de 2010

SONETO LIVRE À SAÍDA DO ORKUT

Querida leitora Vênus, às vezes me questiono
Se no email nos vermos, haveria abandono?
Já a liderança que temos, comuna tem dono?
Solturas sempre teremos, como folhas de outono...

Mas são os leitores que fizemos, nosso trono
E os amores que já tivemos, já tiveram abandono
Tudo é transitório como vemos, até mesmo o sono
Com pesadelos nos assustemos, depois vem o sonho

Dúvidas que tivemos! Se no mundo existe patrono?
Para onde nós iremos? O orkut é um mero engodo?
São coisa que saberemos no esvair da parte pelo todo

Se houver suicídio avisaremos, o perfil terá um luto
Talvez um off ou um voltaremos, ou algo mais enxuto
Mas logo ali nos encontraremos, com ou sem o indulto

Decimar Biagini

LÓGICA NO POEMA

O pio do pinto
Ópio que sinto
Frenesi de doido
Estopim do coito

O cantar do galo
O matar do Maurício
O teimar do Zagalo
O frear do vício

Mistura tudo isso
E não verá nexo
Faz poema disso
E ficará complexo

Decimar Biagini

O SUICÍDIO REVISTO DO ORKUT PESSOAL

Já pensei diversas vezes em sair
Mas se teu brilho virar porta escura?
Maldize a tua falta quando eu partir
E feliz com minha decisão, ela perdura?

Do orkut já fiz a mais doce anarquia
Já tomei porre virtual de verdade
De doido administrador de poesia
O que me prende é o calor da amizade

Ao enlevo de intacta ambição em fugir
Temi o fogo do esquecimento e da clausura
E refletindo fiz novo caminho a esculpir

De nova cara no abraço dos amigos poetas
Voltei para o vício da doença sem cura
De escrever num azul de letras pretas.

Decimar Biagini e Wasil Sacharuk

terça-feira, 20 de abril de 2010

EU E O LIRISMO

E x improviso (de improviso)
U t puto (segundo creio)

E x officio (por dever do ofício)

O ccasio fructo (fruto do acaso)

L ibenter condictio (livre condição)
I d est, ab imo corde (isto é, do meu coração)
R emedium scribendi acto (remédio de quem escreve)
I n loco ab imo pectore: (lá do íntimo do peito)
S ententia est, ab intestato (sentença esta sem testamento)
M ens ab actio labore (espírito do trabalho)
O pe occasio (por força do acaso)

Decimar Biagini

segunda-feira, 19 de abril de 2010

LINHAS MUTANTES

Costuma-se dizer
Costuma-se sentir
Costuma-se esconder
Costuma-se mentir

Digo e acostumo
Sinto e acostumo
Escondo e acostumo
Minto e acostumo

Abro a inquieta alma
Rimando de par em par
A cigana lê minha palma
E não consegue me decifrar

Talvez porque todo poeta
Não tem linhas a trilhar
O destino é sua porta aberta
Na criação do seu versejar

Decimar Biagini

domingo, 18 de abril de 2010

VENUS A POESIA

V ai Poetisa

E nche-nos de sabedoria

N a mesma brisa

U ne-nos no seu dia

S incera e altiva

A presente sua cria

P reencha nosso acróstico

O pulente-o com maestria

E nvie-nos ao seu diagnóstico

S uprindo nossa melancolia

I mergindo o crente e o agnóstico

A braçando-os em sua poesia

Decimar Biagini

CONCURSEIROS APAIXONADOS

Como é bom sair de casaPoder viajar com a musaÉ como voar sem ter asaNuma libertação reclusaDentro e fora daquele carroRevezando-nos na direçãoE aquela banda que me amarroCortando colinas na amplidãoHotel e banho para a baladaHeineken, panqueca e batata fritaMuita promessa apalavradaE uma única certeza na vidaQue a companhia hoje conquistadaÉ tida no amor como guaridaCoisa de gente apaixonadaFiel à entrega e à pessoa tidaDo retorno da madrugadaCom a cabeça cheia de bebidaO casal segue dando risadaContemplando a noite já curtidaDescem para o jardim da hospedariaE continuam a namorar no balançoAntes que clareie o novo diaRetornam ao local de descansoDe manhã acordam, iniciam a mateadaE da noite recordam, com muita risadaPerderam o café da manhã, e quase o concursoSeguiram com amorosa mente sã em seu percursoRetornam para sua cidade no domingoTrilhando caminhos e contando com a sorteMesmo cansados, pela estrada vão sorrindoDescobrem que o amor é seu maior norteDecimar Biagini

quinta-feira, 15 de abril de 2010

POEMA DA DIVAGAÇÃO

A vida é uma caixinha de ...
A comida boa é a que está na mesa
A vida é feita de alegrias e ...
A comida ruim é a jogada pela realeza

A melhor perfumaria é a ...
O perfume bom está nos menores frascos
Lady Daiana era uma ...
Bebia, se drogava e fazia muitos fiascos

Todos sabem que o amor é eterno enquanto ...
Isso era dito pelo Poeta Vinícius de ...
Água mole em pedra dura tanto bate até que ...
A soma de mais com mais é ...

Andam dizendo por aí que todo poeta é um ...
Mas o que tudo isso tem a ver com o leitor?

Decimar Biagini

quarta-feira, 14 de abril de 2010

A MENINA GRANDE

A tarefa era difícil

M uitos desacreditaram-na
E la teria de largar o vício
N ão queriam ajudá-la
I niciaram-na com o artifício
N ão usando seria careta
A ssim deu uma fumada de início

G rudada numa lata e uma caneta
R asgou seu diploma pelo vício
A viltou seu corpo pela treta
N a nóia quis cometer homicídio
D eixou sua mãe numa cova preta
E agora recupera-se no presídio


Decimar Biagini

terça-feira, 13 de abril de 2010

A VOZ DO VADIO

Lamento de braços cruzados
O destino do país das minorias
Dos meninos pedindo trocados
Do mensalão e outras patifarias

Lamento a precariedade da polícia
E a indiferença das instituições frias
O inocente que não teve boa perícia
A liberdade provisória que o juiz indeferia

Lamento os cinqüenta anos de Brasília
Serem comemorados de forma tão triste
Lamento pelo chefe demagogo e sua matilha

Na insatisfação de eleitor que nunca desiste
Descruzo os braços e desligo o rádio a pilha
Desejando fazer algo muito além do dedo em riste

Decimar Biagini

segunda-feira, 12 de abril de 2010

A MISSA

- Vamos logo filho, vais te atrasar para missa
- Já vou mãe, estou quase virando o jogo
- Ai amor, olha só como tá amassada tua camisa
- Vó, já disse para não por lenha demais no fogo

- Vamos logo filho, já estamos atrasados
- O pai!!! O que é assinatura a rogo?
- É que um poeta escreveu isso no estribilho
- Não sei filha, teu pai é semi-alfabetizado
- Pergunta para teu vô, que tá lá no esmerilho

- Võ? Tem como desligar esta máquina?
- O que minha filha? Tu queres rasgar a página?
- Eu disse que o livro era difícil, mas não chega a tanto
- Não é isso vô, é que muita palavra difícil perde o encanto
- Vim aqui para perguntar... Desliga isso vô!!! Dio santo!!!
- Pode agora falar, minha querida, sou todo ouvidos...
- Deixa para lá vô, acho que já entendi.
- Li a assinatura do poeta na dedicatória...

- Minha filha, vamos indo, estávamos todos te procurando
- Mãe, posso levar este livro de poesia ao invés da bíblia?
- Isso é blasfêmia minha filha, tua vó vai acabar enfartando...
- Deixa que leve mulher, este cara escreveu sobre Cruzoé na ilha
- Como que você sabe pai? Não disse que não era bom letrando?
- Falei minha filha, mas é que um pai sempre tem resposta para sua filha
- Fiquei com vergonha de errar e tu descobrires por outras pessoas que era mentira

- Vamos então? Acho que o padre já está na metade do sermão
- Tudo bem mulher, chama tua mãe e diz que ela pode sair do fogão...
- Que mania que tu tem de brigar com tua sogra, sem nenhuma razão
- Mãe! (filho menor) Por que a vó está pondo aquele livro de poemas junto ao tição?

Decimar Biagini

SONETO LIVRE ÀS ÁGUAS BRANDAS

Minhas sementes de simplicidade
Brotaram na cama ora desarrumada
Pude sonhar ao lado da verdade
Enquanto ouvia passarinho na alvorada

Não existiu algo mais próximo do meu coração
Que não suas batidas e o calor daquela pele
Vi àguas brandas dentro do seu olhar em emoção
Que depois foram sentidas pelo suor que se expele

Estávamos ali, acima das nuvens, acima da tormenta
E pelo que vi, que os anjos se curvem, era cor magenta
Quis continuar voando com você, pelo prazer de viver

Conscientizei a harmonia e senti a calma
Minhas qualidades se sobressaíram e começou a chover
E sequer saiu qualquer som de minha alma

Decimar Biagini

NÃO SEJA COMO UM LIVRO VELHO


O conceito de desprendimento

É a forma como você se liberta

do velho, pelo novo momento

Na página virada, há descoberta

Você pode abraçar idéias novas

A página estará sempre aberta

Escreva algo e não irá para as covas

A eternidade é a poesia certa

Desprenda-se, viva algo diferente

Quem vive de livro velho é bibliotecário

Tente fazer da vida obra permanente

Você já deve ter percebido meu caro

Que não é algo fácil de por em prática

Primeiro tem que redefinir você mesmo

Não carregue um manual, não há didática

Você não é a cópia de um livro escolhido a esmo

Decimar Biagini

quarta-feira, 7 de abril de 2010

CONFORMADO PELO ESPELHO D´ÁGUA

Ante a austera e rígida justiçaVejo na platéia um olhar maternoEnquanto o promotor ao júri atiçaPercebo o cliente condenado ao infernoFui então na cela paralela à sessãoHavia um depoimento reduzido a termoQue sequer foi levado em questãoEra a insígnia de um defensor de ternoQue transcrevia a frase "in dubio pro reo"Aquilo deixou-me tomado de adrenalinaVoltei e ergui o garantismo como troféuPorém, ninguém sabia o que era garantismoAchavam que condenando ganhariam o céuPercebi que estava na inquisição do continuísmoMinha única redenção, foi o olhar maternoComo que num espelho d’água, via nele conformismoSeu filho perdeu, mas ganhei um abraço fraternoPelo menos alguém, entendeu o que era o garantismoDefender alguém, sem olhar a quem, apenas por garantia...De que ninguém pode ser condenado pela dúvida da sociedadePois aquela mãe que sofre por seu maior bem, enquanto o júri sentenciaSentiu que o mínimo foi feito com esmero, por um advogado de verdadeDecimar Biagini

terça-feira, 6 de abril de 2010

POEMA DA LIBERTAÇÃO

Não existe sinal de retorno

As trilhas que pareces esculpir

São apenas mero adorno

De nada vale o passado

Se não puderes tomar decisões

Nada terás então conquistado

Se bloqueares tuas emoções

O que está diante de ti

É um mundo novo de sensações

E o que espero de ti

É que não tenha medo de decepções

Venha cá, me dê a mão

Vamos pular desse penhasco

Não tema na projeção

Não deixes que impere o cansaço

Ao querer agir com o coração

Decimar Biagini

O OUTRO LADO DA SOLIDÃO

Lembrei de mim, de uma maneira disciplinada
Não era para ser assim, mas senti frio na madrugada
Pois estava sem o querubim, dormi sem a namorada
Então folheei um livro, na busca da minha solitude
Era algo simples e altivo, instransponível na magnitude
Ali então descobri, que meus resultados impossibilitam os meios
Foi então que percebi, que deturpei os antigos anseios
Refiz então a vida, passei a compreender e aceitar a solidão
Nem sempre terei guarida, mas é preciso ser forte nesta dimensão
Enquanto a Musa não retorna, tratarei de cuidar do meu coração
Ninguém gosta de choradeira morna, é preciso amar com construção
Sensibilidade então mais aflorada, com ânimo para a renovada inspiração
Aguardarei com calma minha namorada, enquanto me acostumo com a solidão

Decimar Biagini
primeira <> última

domingo, 4 de abril de 2010

O CÁRCERE ESPONTÂNEO

Três dias com a bela Musa

Em plena sintonia

E aquele perfume que ela usa

Preencheu cada dia

Agora ela foi embora

Restou saudade e quero mais

Se há tanta vida lá fora

É com ela aqui dentro que fico em paz

Três dias com a minha Musa

Passou tudo tão depressa

Em cima da cama, sua blusa

Deixou-me apenas uma promessa

... seu retorno...

Decimar Biagini

SUMIÇO DOS AMIGOS

Tantas folhas de mim
Foram de veras rasgadas
Perdi meus amigos no fim
Suas postagens foram deletadas

Sacharuk e Dhenova
Espero que estejam bem
Sei que a arte se renova
Mas o sumiço não convém

Que bons mares os tragam
De volta à hermana cumplicidade
Pois amizades não se apagam
Com exclusão em comunidades

O perfil de vocês ganhou vida
Virou palpável com papiro e vídeo
Por onde andam é coisa desconhecida
Seus leitores estão perdidos

Volte logo, querido casal
É o pedido da amizade real
Sei que o resto é virtual
Mas somos amigos afinal

Decimar Biagini

Qual tema nos poemas mais te atrai?