DECIMAR BIAGINI

DECIMAR BIAGINI
Advogado e Poeta Cruzaltense

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sábado, 30 de abril de 2011

O LEGADO NA POESIA CONTEMPORÃNEA

O LEGADO NA POESIA CONTEMPORÂNEA

Creio no silêncio deste papel escrito,
que representado pela janela virtual,
busca dizer o que eu jamais havia dito,
quedando violinos da poesia usual.

Não quero mais a sílaba desconfortante,
irritada por lembranças que me fazem mal.
Outros dias virão num simples instante,
em que tentarei buscar a palavra ideal.

O pão então será repartido entre muitos,
alguns despreparados não terão um sinal,
pois nessa infomaré de tantos assuntos,
até a poesia de Pessoa pode parecer sem sal.

Virá então a queda do poeta. Como não?
Essa é finalidade da semântica existencial.
Restará sucumbido, e outros dias virão,
E aquela seiva em um atento vencedor,
como toda primavera que antecederá o verão,
será a esperança, flor do pântano: o leitor!

Decimar Biagini

sexta-feira, 29 de abril de 2011

O CASAMENTO "REAL"


Queridos amigos
E respeitáveis inimigos
Pensem com seus umbigos
Não justifiquem seus motivos

A vida não é tão simples
Como uma de suas mãos
Uns nascem sem requintes
São fadados a escravidão

Nem tão nua é a noite na Inglaterra
Porém, não houve a chuva prevista
Os reinados ainda imperam na terra
E um casamento nobre vende revista

Enquanto a patuléia se projetava
Com os olhos vidrados na janela da ilusão
A mídia com seu ledo ibope lucrava
Pois um conto de fadas ensejaria fiel atenção

Com um longo túnel de trajes
Muito rendeu o convite aos olhares da plebe
A Rainha ainda não jazeu nas lajes
O sonho de sua queda faz Charles ter febre

Enquanto isso, no reino próximo à Dinamarca
Elton Jhon cantava música sacra dentro da abóbada
Olhares atentos, nos noivos, no sucessor, na matriarca
Porém, nesse caso, o casal não saiu na carruagem de abóbora
E sim um Aston Martin, cedido pelo futuro Monarca.

Decimar Biagini

VÔO LIVRE

Eu precisava tanto voar
mas, sem asas, sem avião.
Pudesse sem dúvidas flutuar
sobre as casas, sem direção.

Não suporto o assunto da inflação,
governos, traficantes, transeuntes,
pessoas descalças, crianças sem educação,
mestres com salários frustrantes,
remédios em falta, hospitais com superlotação.

Eu nasci querendo ser mais que as águias,
mas, hoje já invejo as tontas moscas.
Irão os cruéis deuses das profundas águas
emergir trazendo pérolas das ostras,
e oferecer a ao plebeu o status de Mestre?
Talvez nesses poucos dias, algo me reste,
e venha a esquecer a memória sem desafio.
A me lançar além das nuvens, com brilho.

Decimar Biagini

segunda-feira, 25 de abril de 2011

PERGUNTAS SILVANTES

Quantas vezes eu tive paz?
Quantas vezes perdi os sentidos?
Será que já não sei? Tanto faz,
troquei as trevas por medos desmedidos.

Quantas vezes deixei de reconhecer
um olhar em regiões contrárias?
Quantas vezes tentei amanhecer
a decifrar emoções contraditórias?

Busco hoje com lanterna na memória
e tudo parece ter passado rapidamente.
O que faz um homem perder sua história?
O que foi o ontem sem o amanhã? Um presente?

Decimar Biagini

domingo, 24 de abril de 2011

COMEMORAÇÃO CRISTÃ

Comprei cachaça, cacetinho, coentro, costela, coraçãozinho, coelhinho com chocolate.
Certos churrascos conservam culturas contundentes.
Cristo certamente, com compaixão, ceiará comigo. Como cativa-me comemorar cristianisticamente.

sábado, 23 de abril de 2011

CEMITÉRIO DE ELEFANTES

Quando vim para a NOP
Com rumor de coração enebriado
Sentia que dava IBOPE
E publicava nela por demasiado

Entopi de lixo o meu tópico
Perdi a credibilidade e o prestígio
Tudo parecia tão utópico
Agora eu sumi sem deixar vestígio

Olho para aqueles poemas
Parecem elefantes brancos
Condeno-me, em duras penas
Pois os poetas não são santos

Ninguém pode contar o que devo
Somente eu poderei apontar
Essa dor no peito que hoje levo
É o ego relutante em versejar

Por isso digo aos novos poetas
Tudo que falei acima é mentira
Mas se não observarem estas metas
A ficção verdade logo vira

Honrem esta comunidade
Tenham pulsar no que escrevem
Sejam grandes com sangue e verdade
Pois paquidermes mortos, de nada servem

Decimar Biagini

ENTRE BRASAS E ESPERANÇAS

O que eu fizera do último beijo?
Qual foi a frase que deixei escapar?
Faz quanto tempo que não te vejo?
Por que dolorida é a sina de amar?

Bem ali, na escuridão, me ergui
Sem bem tinha cinzas no borralho
O peito em tição, para ti sorri
Mas nesse caminho não há atalho

Silvante região emana de uma fenda
Denominam tal céu de chaminé
Não sei subir, talvez logo aprenda
Posso virar fumaça, é só ter fé

Mas há muita lenha, tão longa contenda
Em nem tão lúcida chama há esperança
Talvez o cerne ao fogo do amor logo se renda
E logo possa rever-te, em ardente lembrança

Decimar Biagini

PÉS CANSADOS

Eu andei por aí, regressei
Trouxe dores das viagens
Já não sei onde eu parei
O fogo queimou as roupagens
O resto nem mesmo eu sei

Nenhuma outra pessoa
Sequer uma pedra no caminho
Esquecerei tudo numa boa
Agora só resta eu e meu vinho

Decimar Biagini

ENTRE VINHOS E INCERTEZAS

Aqui está a mesa, o pão, o vinho e a casa
Sim, tão vazia, insuportável silêncio
Há pouco, nesse lugar, pairava a graça
Já não adianta acender um incenso
Meu único medo é o de secar a taça

Nem mesmo a falta de verve me ameaça
O ontem era cheio de simplicidade e ternura
Hoje sequer o mar existencial enche o porão
A cada gole, a verdade me desce sem secura

Se ao menos eu honrasse minhas mãos
E pudesse escrever um poema com lisura
Com reservas, só tua voz escuto em lembranças
O que seria de mim, se não fosse a gravidade na chuva

Escuto lá fora o vento que levou-me as esperanças
Talvez a água lave a calçada que há tempo estava suja
A grama continuará a crescer, pois cortá-la me cansa

Todas as gotas, todos os fios de raios que da luz vieram
Afogaram a flor arrogante que existia no valente poeta
Para onde vão meus sonhos, de onde meus sonhos vieram?
Resta o último gole, nessa obra que jaz incompleta

Decimar Biagini

terça-feira, 5 de abril de 2011

A PERDA DA VERVE

Num gesto simbólico
Faço por fazer um poema
Não estou mais eufórico
Não sinto mais prazer na rima
Já não vejo nenhuma cena
O verso não mais me aproxima
De tudo que outrora valera a pena

Sobre o futuro sombrio
Deste poeta sem verve
Paira sequer um desafio
Nem o leitor me serve

Ainda que eu tomasse posse
De uma caneta Montblanc
Nada substituiria o toque
Que na tecla eu tinha antes

Aquelas linhas bilaterais
De que tanto falei nas comunas
Nos blogs e sites de meus iguais
Estão sob o manto de águas escuras

Pérolas que tanto fraseei
Com um ego inflado em assinatura
Não sei quando fracassei
Mas a ti relato, com absoluta lisura

Decimar Biagini

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