DECIMAR BIAGINI

DECIMAR BIAGINI
Advogado e Poeta Cruzaltense

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domingo, 21 de abril de 2024

Inconfidência virtual protelada


Ele se recostou de novo 
na cama confortável
e ficou observando o povo
numa rede tão instável

Pensou em postar algo
Se a galinha ou o ovo
Suspende ou "apaga" 
Dopaminérgico engodo

Talvez um dia de vida
Para o curioso Instagram
E assim, esperou curtida
Mais um dia no aham

Decimar da Silveira Biagini

quinta-feira, 18 de abril de 2024

Oremos sem pressa

O Divino É Paciente

Por vezes estamos parados
Tentando preencher algo
Passamos por maus bucados
Tudo parece confuso e vago 

A pressa nos torna papagaios
Repetimos hábitos e tendências
Ciclos de autossabotagem, recidivos raios
Dias passam voando sem evidências

Porém, Deus não quer rituais
Ele quer nos ouvir sem pressa
Mas cheios de resenhas e mágoas demais
Pedidos e vãs promessas

Somos incapazes de sonhar
Tampouco ter intimidade na prece
Com pressa até mesmo para orar
No dia seguinte, de Deus logo se esquece

Mas ele oportuniza onde for
Tudo foi criado para um fim
Bom seria aprender pelo amor
Mas dói, até flechada de querubim 

Decimar da Silveira Biagini

quarta-feira, 17 de abril de 2024

A escrever por vezes um "sei lá"

Talvez estejamos cansados
De escrever algo inusitado
Versos hipócritas e versados
Mas mesmo assim, sai rimado

Talvez a rotina seja acachapante
De entristecer um entusiasmado
Mas com fé seguimos adiante
Esperando um leitor do outro lado

Ninguém para dar um tapinha
Que diga que a arte é oscilante
Maldita mania de querer estrelinha
A verve só usa o ego errante

Não sei se isso é kharma
Ou se há algum talento nato
A poesia pode virar arma
E acertar um poeta insensato

Decimar da Silveira Biagini






Confie no processo, vira o propósito

Confie no processo, virá o propósito
Quantas vezes agoniados
Lutamos contra o fluxo?
Perdidos e desestabilizados
Buscamos o fútil luxo?

Porém, buscas e achados
Tropeçamos no lixo
Amar o que Deus tem criado
É simples e tão preciso

Seja você, mas não se perca
Se perdu o GPS, ficou indeciso
Olhe além da sua egoica cerca
Deus o fez num propósito coletivo

Servir, dividir, conquistar e amar
Cuidar de si sem ser tão nocivo
Ser dentro e fora, Deus a observar
Íntegro, com fé, um bom motivo

Decimar da Silveira Biagini

sexta-feira, 12 de abril de 2024

Escrever o cotidiano

Pensei em escrever algo
Penso, logo escrevo
O tempo é cão galgo
Corre na pista ou no trevo

Se formos atropelados
Pela rotina massacrante
Na madrugada acordados
Por algum sonho pedante

Ou por alguns trocados
De um boleto expirante
Por certo até tocados
Por algum poeta errante

Decimar da Silveira Biagini

Vida estagnada

Da leitura de números
Nosso otimismo é vida sã
Enviaram doze pessoas
Para exercer arte espiã

Só dois com notícias boas
Os famosos Josué, e Caleb
Mas o crédito das pessoas
Foi para línguas com febre

As pessoas buscam mudar
Judeus ficaram 40 anos
Estagnadas, céu, areia e mar
No deserto! Parece tão insano
Não souberam em quem confiar

Por vezes estamos no Sinai
Com dúvidas e presos no cotidiano
Mas com fé, um dia a gente sai
Pois Deus tem para cada um Seu plano 

Decimar da Silveira Biagini

Halcai Determino

Mão no queixo
Pede cinco e sete
Haikai deixo



Decimar da Silveira Biagini

Alguma catarse

Jamais fiz nada planejado
Ia correndo para faculdade
Em concurso chegava atrasado
Buscava vida na simplicidade

Só me enrolei por algum trocado
Tem vezes que a escrita sai leve
Numa catarse fica algo rasgado
Mas no choro derreto a neve

Escravo das paixões e da verve
Porém sem o sansara do ego
O poeta mendiga quando escreve

Tem no leitor certo apego
Leitura sem comentário já serve
Dou mais que recebo, não nego

Decimar da Silveira Biagini

Dia de vento

Onze horas
Num
Zumbido
Ensurdecedor 

Deixo
Escrita

Acalmo
Balbucio
Recebo
Ignoro
Leio

Onze horas

Onze horas
Num
Zumbido
Ensurdecedor 

Deixo
Escrita

Acalmo
Balbucio
Recebo
Ignoro
Leio

Dois pesos

Coloco
Tudo
Na
Balança
Menos
Eu

segunda-feira, 1 de abril de 2024

Soneto Livre à Madrugada

Plantonista das regulares mamadeiras
Tradutor de pesadelos e choramingos
Todos dias se tornam segundas-feiras
Sacrifício de desvelos sem amigos

Se me irrito, digo: - calma, é plantio
Se me empolgo: - calma é passageira
Um dia me abrigo, no outro passo frio
Se um dia folgo, já anseio sexta-feira

Despertares de desdobrados astrais
Resgates de sonhos arrebatadores
Recuerdos de memórias ancestrais

Assim vivo a vida, versos arrebatadores
Leio, amo, advogo, rezo e tento ser bom pai
E na partida, fé, poesias, epitáfios e flores

Decimar da Silveira Biagini

algumas perguntas

Algumas perguntas 

Quem é você afinal?
Se de trás para frente
Contasse simplesmente
Apenas uma vida banal?

Qual o rumo tomaria? 
Venceria a si mesmo?
Que hábitos teria?
Seria poesia a esmo?

Teria algo oculto ou sagrado? 
Ou seria apenas leve?
Algum gatilho mental apagado? 
Seguiria alguém que hoje segue? 

Que peixe venderia?
Acreditaria na sua versão?
Que livro diferente leria?
Diversão ou obrigação?

Seguiria os passos de Francisco
ou seria teria babilônica ambição? 
Correria por amor algum risco
ou manteria um frio coração?

Lamenta o tempo perdido? 
Calma, ainda tem livre arbítrio e alguma pressa
A centelha de Deus é abrigo
Agradeça o pão, a vida e recomeça! 

Decimar da Silveira Biagini

domingo, 31 de março de 2024

Feliz Páscoa ao João Pescador

Feliz Páscoa ao João Pescador
Nas cruzadas de pesca
João, um trovador pescador
Com amizade gigantesca
Lembrou do seu professor

Consertava redes mergulhando com amor
Amigo de antigos, pescou com ancestrais
E um belo dia, contou ao poeta pajador
Neto de companheiros, laços imortais

Fala dos bailes da juventude
Das tragédias que hoje viraram risadas
Do quanto a vida é amiúde
E das parcerias que fez na jornada

João, contador, açougueiro e bom de prosa
Nas histórias que conta, a minha se apruma
Com destreza, narra de forma amistosa
Os feitos dos pescadores, onde a vida se consuma

Decimar da Silveira Biagini

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