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Nas brumas tropicais
a alma sonha estrangeira
foge-se do chão
Espelho estilhaça
quando o rosto não aceita
a própria missão
Herdeus de um ouro
sem brilho e sem memória
coloniais do eu
Brancos, negros, todos
tecem fuga em outras peles
A dor muda a cor
De Paris ao caos,
um Brasil fantasiado
renega seu sol.
O aço do mundo
não perdoa os que dormem
Reencarna a dor
Pátria do evangelho?
Se o verbo encarna o desdém,
quem crê se revê?
De tanto fugir
já não sabe quem é
o Brasil de si
Roupas do império
sobre corpos sem espelho
A alma costura
Ser é ser-se aqui
não no alhures inventado
Mas quem ouve o chão?
A máscara cola
feito pele de mentira
E o mito prospera
Astuto país
crê-se lenda universal
serve o que não vê
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