DECIMAR BIAGINI

DECIMAR BIAGINI
Advogado e Poeta Cruzaltense

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quarta-feira, 29 de abril de 2009

DIA DO TRABALHADOR






Preocupações existenciais
Ou também focos de tensão
Problemas tão intrapessoais
Que geram tanta frustração

O controle sobre a inteligência
E a sensação de inutilidade
Nem mesmo a moderna ciência
Pode trazer-nos a verdade

O homem é sublime deficiência
Criou tudo na modernidade
Não se satisfaz com a sapiência
Morrendo na própria ansiedade

As pessoas que vivem preocupadas
Com estética, consumo e riqueza
Esquecem das mentes estressadas
Abrem mão da verdadeira beleza

Com grande dificuldade de superação
Criam obstáculos em si mesmas
São veneno da própria contradição
Correm para o sal como lesmas

O sal que hoje é salário, se exauri
Os Mestres agora são escravos
O banqueiro é o único que sorri
Levando de milhões seus centavos

Chega o feriado dos trabalhadores
É quando estes são lembrados
Depois a mídia maquiará suas dores
Em reclames de vícios legalizados

Decimar Biagini

ACRÓSTICO TRABALHO - COMUNA BCL


T udo que o homem procura
R azão para sua existência
A caba em mera subsistência
B usca na ocupação sua cura
A ssim encontra consistência
L aborando de forma segura
H oje, para deixar previdência
O tempo passa, de forma pura


Decimar Biagini

Acordar


http://www.youtube.com/watch?v=jqH4FMg7A6E


 

Sabe aqueles dias

Em que você acorda

Sem ter alegrias

A bater sua porta?

 

Dias tão solitários

Ausência que mata

Remetendo-me a cenários

Na espera de nova data

 

Quando será o recomeço

Tanto tempo que passou

Mesmo assim não esqueço

Do cheiro que aqui ficou

 

Como um perfume que finda

Na espera de um novo frasco

Anseio por outra noite linda

Para degustar aquele damasco

 

Tão nobre o sentimento

Mas a fruta, tão tropical

Fez em gula meu pensamento

Como matar essa fome animal?

 

Decimar Biagini, 29 de abril de 2009

terça-feira, 28 de abril de 2009

SONETO ÀS PARCERIAS POÉTICAS




Hoje recebi uma visita
Era de uma poetisa
De rima forte e bonita
Sonora como a brisa

Seu nome era Vênus
A homônima da Deusa
Bons sonetos fizemos
Todos de rara beleza

Como nos conhecemos?
Foi assim, meio à toa
Foi então que fizemos

Versos na Fernando Pessoa
Comuna dos poetas
Que uniu gente da boa

Decimar Biagini, 28 de abril de 2009

TEMPO



Louco tempo dos relógios
Úmida sensação de olhos
Dúvidas sem fundamento
O pensamento hipnótico

Palavras sem eco se fundem
Ondas de mar se encontram
Diluem o sal da vida
E constroem novas pontes

Marcante presença que caminha
Um viver por demais adiante
Dádiva do sonho...realiza
A mais bela arte do encontro
Risos se fazem presentes e eternos

Márcia Poesia de Sá

ESPERANÇA


Nas falhas e lágrimas
Se esculpe sabedoria
Virando as páginas
Surge nova alegria

Quem só sabe mudar
Quando em sofrimento
Tende a se acomodar
Como pedra ao vento

Contemplar o complexo
No grande espetáculo da vida
Deixa o homem perplexo
Com sua origem desconhecida

Nesse teatro da existência
Cujo ator não se intimida
Ganha quem tem persistência
Por ser pessoa destemida

A esperança é o acontecer
Depois da mais longa noite
Surgirá o mais belo amanhecer

Os fortes compreendem
E é então que insistem
Os fracos não entendem
E rapidamente desistem

Decimar Biagini

domingo, 26 de abril de 2009

MARCA GAÚCHA




Independente da vertente
Se nativismo ou bagualismo
O gaúcho se fez diferente
Da teoria ao empirismo

Numa terminologia própria
Em verso e rima estridente
Enquanto o minuano assovia
O poeta gaúcho se faz gente

Fala da vida e das campereadas
Do mate e da solidão do catre
De amores e de gineteadas
De natureza e de saudade

Por hora encontra abrigo na canção
Ou então em uma boa declamada
Trovador, Poeta, Patrão e Peão
Dançam juntos nessa invernada

Ser gaúcho é tropear em atavismo
Independente se do campo ou da cidade
Seja no requinte ou no xucrismo
Quem nasce aqui é gaúcho de verdade

Decimar da Silveira Biagini, 25 de abril de 2009

sábado, 25 de abril de 2009

Poema ao Aborto Casuístico


Tenho percebido de forma freqüente
Que a vida não encerra em si mesma
Observo o sofrimento de um doente
Vejo a vida e seu valor incontrastável
Como se a dor cessasse logo em frente
Ao dar esperança, sinto-me responsável

Mas como perceber a grande diferença
Entre estar vivo, no sentido biológico
Ou esperar nova vida, em plena crença?

Ao passo que uns abusam da própria sorte
Outros se tornam invencíveis, perante a morte
Assim, ainda que eu admita temer o inócuo
Vendo um enfermo, em seu lugar me coloco

Não se pode frustrar a busca da liberdade
Tal perspectiva não pode ser consentida
O direito de persegui-la é puro de verdade
Perguntem ao feto se optaria pela vida
E a resposta virá de seu coração

Jamais diga: - Ele irá sofrer!
A sorte dele, é pura indefinição
Pois crianças jogadas no lixo, podem crescer
Não cabe a você matar uma projeção
Pois o futuro será melhor para quem nele crer
Uma criança morta, é a morte da nação

Decimar Biagini, 25 de abril de 2009

sexta-feira, 24 de abril de 2009

Vossa Excelência





VOSSA EXCELÊNCIA


A vida digna encontra a excelência
A vida pública é feliz na privada
A vida política virou conveniência
A vida privada se viu tão violada


Por conta deste contraste contemporâneo
Entre felicidade para os novos e para os antigos
O cidadão se conforma com o sucedâneo
E sua inutilidade beira a ilusão por vários motivos
A desilusão pressupõe o encantamento
Mas quem um dia se encantou com os atuais políticos?

Portanto, não me iludo nem me desiludo
Cruzo os braços e assisto a peleia
São cachorros grandes que decidem tudo
O pobre apenas ri ou esperneia
Mas quando "capas pretas" tem um surto
É aí que o rico com o pobre se assemelha
Junta-se na condição humana, por seu pavio curto
Logo, nos três poderes, existe uma só centelha
Se chama ego, aquele que é o pecado do homem no mundo
Único denominador que separa o lobo da ovelha

"Vossa Excelência" "me" (nos) "respeite"!

Decimar Biagini

terça-feira, 21 de abril de 2009

SOLITUDE


SOLITUDE

Da ternura de um amor impossível
Renasce o sonho de tentar me amar
Em mim o futuro será mais plausível
Pois ninguem morrerá em meu lugar

Em mim depositarei toda expectativa
E somente eu serei capaz de frustrá-la
Em uma plenitude mais clara e objetiva
Só a própria alma é capaz de amá-la

É hora de buscar minha única sintonia
Saber qual a música que mais me apraz
Buscar felicidade nos outros gera agonia
Essa frustração não desejo nunca mais

Talvez eu imprima um costume caseiro
Ou liberte novamente o boêmio
Ou então, largue tudo e vire aventureiro
Talvez faça caridade e ganhe um prêmio

Só não quero me afogar em águas alheias
Que seja então na profundidade de minha alma
De que valem projeções, quando só meias?
Quero a intro-felicidade, afim de ter mais calma

Olharei todo dia no espelho que fiz para mim
Para ver se meu sorriso se transforma em magia
E talvez dessa forma seja feliz assim
Sentindo a vida mais leve, terei alegria

Vi tanta coisa perdendo o viço
Caiu tanta chuva em pranto
Tem coisas que já não cobiço
Mas por que perdi o encanto?

Talvez ao projetar-me demais
Retornando já não sabia quem era
Esse novo eu agora me satisfaz
Quero ver se domino em mim esta fera

Decimar Biagini, 21 de abril de 2009

segunda-feira, 20 de abril de 2009

DILEMAS AMOROSOS


E neste mundo sem eira
aonde escape é besteira
sigo sorrindo calado
o meu amor tão alado

Como poderia o amor calar?
Se este se manifesta em tudo
Como poderia deixar de amar?
Se meu bem querer não é mudo

Assim aceito o dilema
coração não é problema
amar de fato!...que é o raro

Pois contra fato não há argumento
Mas o argumento que vence é o amor
Eis a contradição de meu tormento

Decimar Biagini e Márcia de Sá

AS FLORES QUE EU INSISTO - DECLAMADA


Quero ver daqui para frente
A beleza vinda dessas flores
Que Deus ilumine a gente
Dando-nos amor em cores

Pois chega de preto e branco
De vida de angústia e incerteza
Que traga o amor seu encanto
Como frutas frescas à mesa

Que seu doce não seja tão doce
A ponto de perdermos a vontade
Seja trocada a "que bom que fosse"
Pela frase "sinto amor de verdade"

As flores hoje estão colhidas
Mas não foram arrancadas
Eis que apenas removidas
Para terras mais adubadas

Cuidaremos bem delas
Pois andavam bem tristes
Espero que fiquem belas
Eis que o amor nunca desiste

Decimar Biagini, 17 de abril de 2009

sábado, 18 de abril de 2009

CINZAS DO PAGO


Entre moirões, espinilhos e pedras
Surge branca e imponente a estância
Lugar de saudosa e alegre infância
Cenário que foi de tantas guerras

A casa grande em largas ruínas
O banheiro do gado já sem telhado
As árvores sumindo em milhas
O largo cinamomo já derrubado

Sonhos que acalento, de voltar um dia
Reviver um tempo de pura alegria
Rejuvenescer então a alma gaúcha 

Sem ver o campo entregue ao banco
O arado adentrando no cemitério
Sem respeitar sequer um dia santo

Aline Isabel e Decimar Biagini

sexta-feira, 17 de abril de 2009

AS FLORES QUE EU INSISTO



Hoje fui no meu quintal poético
Colher umas flores para ti
Com desejo de tom profético
Nesse novo amor investi

Quero ver daqui para frente
A beleza vinda dessas flores
Que Deus ilumine a gente
Dando-nos amor em cores

Pois chega de preto e branco
De vida de angústia e incerteza
Que traga o amor seu encanto
Como frutas frescas à mesa

Que seu doce não seja tão doce
A ponto de perdermos a vontade
Seja trocada a "que bom que fosse"
Pela frase "sinto amor de verdade"

As flores hoje estão colhidas
Mas não foram arrancadas
Eis que apenas removidas
Para terras mais adubadas

Cuidaremos bem delas
Pois andavam bem tristes
Espero que fiquem belas
Eis que o amor nunca desiste

Decimar Biagini, 17 de abril de 2009

LUTAS INTERNAS

Nos olhos de pensamentos rivais
Acorrentado em duelos violentos
Achei que não voltaria nunca mais
Riscando alma em questionamentos

Na trajetória vou encontrando iguais
Perseguimos juntos os descobrimentos
Seguimos tal como pobre mortais
No jogo da vida em deslumbramentos

Era uma batalha em campo aberto
Pois quem luta é ser mais que livre
Tem sangue nas veias, por certo

Fibra para atravessar um deserto
Romper barreiras, transpor rios
Seja ao longe ou mais de perto!

Alice Isabel e Decimar Biagini

terça-feira, 14 de abril de 2009

SONETO À MINHA GURIA


Você é minha
 inspiração e minha piração
Estou doido por tudo o que representa
Pediu licença e foi entrando no coração
Agora é só saudade quando se ausenta

Tão forte o que faz com esse pobre poeta
Que diante de você, minha  obra se completa
Como pode um enxerto, dominar a árvore
Só espero que sua projeção não me devore

Buscando na memória sua pureza para o soneto
Nas praias de minha alma você tornou-se calmaria
Permita Deus que eu cumpra tudo que lhe prometo

Dentre tantas tempestades, veio você minha guria
Com medo do salgado do mar, tinha perdido o jeito
Abro os olhos, sem medo, e em você não vejo defeito

Decimar Biagini, 14 de abril de 2009

NOSSA PLENITUDE


Ontem, teu perfume fez com que te devastasse
Criou-se um filme, e nele nos vejo naquela cena
Quero tudo de novo, pois a espera valeu a pena
Ela permitiu que todo nosso afeto se mostrasse

Nos sentindo leves, nos entregamos sem medo
E agora nos exaltamos aos olhos do universo
Dizer nosso universo, talvez ainda seja cedo
Mas estamos perto disso, isso eu confesso

Encantados gradualmente com o próprio encanto
Os corpos se tocaram enquanto sonhávamos
Acordamos com olhares quase que risonhos
Com teu rosto em meu peito, te olhava de canto

De volta ao trabalho, restou só teu cheiro
Não há como ser completo o tempo inteiro
Então registro em versos a doce lembrança
E dentro de meu peito vencerei a distância

Decimar Biagini, 14 de abril de 2009

segunda-feira, 13 de abril de 2009

NOSSO DEVORAR




Essa fome que tenho de você
Cumulada com reciprocidade
Que chegue a hora de lhe ver
E aí mataremos nossa vontade

Como é bom esse sentimento
Poder cultivar a doce saudade
Por hora machuca por dentro
E perto de vê-la é pura bondade

Que possamos nos aproveitar
Em cada milésimo de segundo
Que num beijo possa se criar
A maravilha de um novo mundo

Decimar Biagini, 13 de abril de 2009

O PRECONCEITO



Não sei bem qual é a cor do preconceito
Inicialmente devemos admiti-lo com jeito
E tendo jeito, seremos preconceituosos
Eu admito que tenho alguns, pavorosos

Por exemplo, com quem, sem ocupação
Ao invés de trabalhar, vê sessão da tarde
Sentado vê a vida passar naquela sessão
Enquanto isso, eu o recrimino com alarde

Mas daí, ele tem direito à réplica, evidente
Poderá dizer que eu faço poemas de tarde
Seria então uma desocupação diferente?
Vê-se que dependendo da visão a crítica arde

Então seguimos no mesmo paradigma
Não se quebra nem esse padrão
Muito menos existe uma crítica digna
O preconceito vira questão de observação

Então que siga vendo filmes na tv
Enquanto eu sigo com os poemas
Cada preconceito com sua cor, como se vê
E é claro, cada um com seus problemas


Decimar Biagini

Qual tema nos poemas mais te atrai?