Nem todo acerto é melodia santa
Errar é um tom que o divino ensaia
Na densa vida, basta que eu não caia
Li Kant, li Vedas, muito me ensinei
Mas o assovio infantil me derrubei
O infinito é louco e gosta de brincar
Desafinar bonito pra vida celebrar
Refrão
Sopra, fole, sopra, alma que dança
Entre a dúvida e a fé, a eterna esperança
Risos no silêncio, segredos na luz
Desafinar é viver, quem nunca errou, reluz
Entre os mundos rangem portas antigas
Quem ouve a música nunca se fatiga
Dançar na incerteza, ouvir o silêncio
No som do “hã?” mora o maior segredo
Velas no escuro, não é pra enxergar
É pra piscar junto e poder sonhar
Deus sopra a gaita que há em cada um
E no tom errado, ele bate o bum
Sopra, fole, sopra, alma que dança
Entre a dúvida e a fé, a eterna esperança
Risos no silêncio, segredos na luz
Desafinar é viver, quem nunca errou, reluz
Curiosidade coça, fé aceita o não saber
Gêmeos pergunta, Peixes perdoa, vamos aprender
Sagitário atira, Virgem ajeita a cena
Mas o céu gargalha: “Vocês ainda estão na antena”
Meu leão rugia, hoje manso que dá pena
Nem raio, nem aforismo, sou gaita pequena
Refrão final
Sopra, fole, sopra, alma que dança
Entre a dúvida e a fé, a eterna esperança
Risos no silêncio, segredos na luz
Desafinar é viver, quem nunca errou, reluz