DECIMAR BIAGINI

DECIMAR BIAGINI
Advogado e Poeta Cruzaltense

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sábado, 30 de agosto de 2025

Fechamento do Jornal - Luis Fernando Verissimo

Fechamento do Jornal Luis Fernando Verissimo
Eu pensei, como Cruz-altense raiz, em fazer uma crônica, mas o maior cronista que já vi foi LFV, então vou traçar homenagem à despedida de cena do rebento de Erico Verissimo desfilando pelas obras, pois a síntese dos dias atuais no cotidiano doméstico nos ajuda quando somos pegos de surpresa. Entendo que a vida neste plano, como a despedida de cena, de um idoso tão erudito e culto, deve ser um até logo, como quem dobra o jornal, levanta do banco da praça, vai caminhando lentamente até que não se visualize entre o calçadao da Pinheiro Machado até a esquina democrática. Então segue o baile:

Chegada ao outro plano


Lírios no chão

Érico dá abraço

clarim no clarão

 

Analista de Bagé

 

Mate na mão

o gaúcho e a razão

freud no galpão

 

Comédias da Vida Privada

 

Mesa e quintal

riso no bem e no mal

drama banal

 

O Clube dos Anjos

 

Banquete ao fim

fome e morte no festim

sorriso ruim

 

Mentiras que os Homens Contam

 

Palavra é véu

olhos já negam ao léu

mentir é céu

 

Mentiras que as Mulheres Contam

 

Risada esconde

verdade sempre se esconde

mas já responde

 

Borges e os Orangotangos Eternos

 

Macacos vão

livro e sonho na mão

Borges então

 

Os Espiões

 

Carta fechada

a verdade envenenada

trama tramada

 

A Grande Mulher Nua

 

Página nua

crônica clara e sua

vida se insinua

 

Amor Brasileiro

 

No coração

paixão ternura e ilusão

riso e canção

 

Ed Mort e Outras Histórias

 

Tiro falhou

detetive tropeçou

riso ficou

 

Aplauso final

 

Assim Verissimo

teu humor se despede em flor

continua sorriso



Decimar da Silveira Biagini

Essência Pura



Das trevas vem o canto idolatrado
De falsos deuses plenos de coroa
Que o Homem em temor se curva e entoa
Louvor a um mito bárbaro e dourado

Queimaram livros fogo consagrado
Silêncio ergueram como a própria loa
Na mente humana a fraude se acomoda
O sonho puro jaz aprisionado

Mas não se apaga a chama da verdade
Que rompe o véu da férrea tirania
E ergue o ser à luz da liberdade

A alma é neta do Deus que a irradia
E ao rebentar da bolha da maldade
A mentira desmorona e se esvazia



Comentários de escritor leitor

terça-feira, 26 de agosto de 2025

O Tango dos Cardeais


No silêncio vem o guia
Que ilumina a claridade
Lindo casal em harmonia
Resplandece em unidade
Surge a chama verdadeira
Pura força derradeira
E do íntimo se expande
A entrega à quem conduz
É no amor que comande
Para um tango em meia luz

O Romper do Cordão de Prata

O romper do cordão de prata

https://youtube.com/shorts/Psa0W-jDv04?feature=shared


Onde estaria o perito?

Que ousasse tal claridade

Transpor do sono o infinito

Desatar o nó da verdade

 

Um barqueiro então te esperaria

Num mistério em chama acesa

Na tão adiada harmonia

Destronado em tua realeza

 

O que a sombra não alcança

O desperto reconheceria

É no íntimo a esperança

Que a magia reluziria

 

Na poesia que o céu romperia

Do silêncio ao sol profundo

E então Jesus te abraçaria

Venceste a vida e o mundo

segunda-feira, 18 de agosto de 2025

Fazenda Santo Antônio

Fazenda Santo Antônio
Pelas porteiras da estância

O tempo lento e lindo cielo

Guardando a velha infância

Hoje com tom amarelo

Ovelhas mansas a repousar

Capela e canolas a retratar



O vento corre sereno

Nas grotas de pampa verde

O coração fica pleno

Com tudo o que não se perde

Da terra sobe a canção

Do chão vem contemplação



A casa antiga recorda

As vozes de outro passado

Horta e pomar açoriano

E o casarão abençoado

Uma lagoa marca a tardinha

Chamando à paz que caminha




sábado, 16 de agosto de 2025

Haikais e Jornais


Sábado Turbinado: Haikais e Jornais
Dólar despenca

mas no bolso do povo

só vento sobe



Tarcísio e MBL

amizade de ocasião

like em plenário



IA do Musk

ressuscita deputado

mesa espírita



Bolsonaro espera

o STF votar

Netflix dá play



Burnout moderno

o chefe manda sorrir

o corpo pifa



Streaming é lei

Disney quer teu salário

Netflix teu sono



Maconha e mente

no Canadá triplicou

o baseado ri



Big techs no banco

Lula quer botão “delete”

sem juiz logado



Zucco no vídeo

picanha prometida

só ficou no meme



Trump taxou o Brasil

Lula suspira online

TikTok tremeu



Stress crônico é rei

trabalhador brasileiro

vira café puro



Plástico invade

até o sono da gente

fica reciclado



Coldplay no palco

câmera flagra o chefe

demissão acústica



Pets no sofá

seguram tua memória

peixe não ajuda



Quantum na rede

fóton vai de Frankfurt

pra Kehl em silêncio



Olho pro cosmos

Vera Rubin anota

meus boletos

sexta-feira, 15 de agosto de 2025

O Universo de Valentina

O Universo de Valentina, pelo pai babão Decimar


Pés coloridos, ternos
Pequenas mãos dadas
Sopro de inverno

Ela exige atitude
risca o chão, luz dourada
olhar lindo, amiúde

Na aurora pura, a mente alça em centelhas
Sou pai herói que o mundo ousa enfrentar
No sono guardarei luzes vermelhas
Que o pôr-do-sol não irá aprisionar

Cabe farol por ela no peito
Cabe o mar no seu sorrir
Quem a cuida desse jeito
Faz o mundo florir

Olhar que vê constelações e abelhas
Na poesia ao ver seu jeito de brincar
E ergue impérios, mares, fortalezas
Na argila ingênua, em riso singular

Cabe farol por ela no peito
Cabe o mar no seu sorrir
Quem a cuida desse jeito
Faz o mundo florir

Seus sonhos, têm o céu de mil planetas
O mar sem fim, as eras, os segredos
E um sol que aquece a vida sem ter fim

E cresce assim, nas asas tão discretas
Como quem, simples, vai vencendo os medos
E em si contém o cosmos e o jardim

E quando a noite vier
À menina vou orar
Seu sonho é o mundo
Seu mundo é meu lar

terça-feira, 12 de agosto de 2025

Relato Do Duplo Eu



Cruzei mil sóis mil eras e caminhos
Ouvi no vento a voz que nunca dorme
E vi que a Lei qual chama que não some
Rege o compasso eterno dos vizinhos

Vi Moisés descer entre trovões e espinhos
Trazendo o Verbo que o mundo hoje conforma
A moral viva que o homem já transforma
Ao afastar o ódio e os maus vizinhos

Em cada povo vi a luz crescer
Quando a semente eterna era guardada
E vi ruir reinos ao se corromper

Por isso digo à terra reunida
Que a voz da Lei seja escutada e honrada
Pois dela vem a paz que dá a vida

sábado, 9 de agosto de 2025

Soneto à Lua Velada sobre Cruz Alta-RS

Soneto à Lua Velada sobre Cruz Alta

No véu da noite eu vejo a lua nua
Por nuvens densas pálida distante
Seu brilho corta a treva que flutua
Num manto etéreo lúgubre brilhante

As casas dormem sob a luz da rua
Que em fios de ouro ao chão se faz constante
E a cidade em silêncio se insinua
Qual sonho antigo em quadro flamejante

Ao longe a serra guarda a sombra fria
Enquanto o céu se veste de mistério
E a bruma dança em vaga melodia

Eu sigo imerso nesse rito sério
Oh Cruz Alta na noite és poesia
E a tua lua é farol imaginário



Samba e Leitura do Jornal


Samba e Leitura do Jornal


Pulo a política

por gosto graça e saúde

já basta o drama



Cão à volta

olha o pão na boa mão

rosnam de volta



Gato na janela

segue a manchete esportiva

sem ler a legenda



Chuva de inflação

o jornal vai diminuindo

folheto em ação



Notícia estranha

tartaruga atropelada

chega atrasada



Entre cultura

e receita de pudim

viro especialista



Cruzadinha fácil

errei o Veríssimo

jogo de ego



Áries no amor

cuidado com ciúmes

diz o horóscopo



Anitta sorri

num clique em Paris

Torre sem colibri



Neymar bolado

Câmera vigia casa

Paparazzi hypado



Tony Ramos feliz

Lê notícia de novela

Fugiu por um triz



Sambinha para Arlindo Cruz



No batuque da vida aprendeu a cantar

Com o dom que a roda veio entregar

Arlindo é mestre, é raiz e é luz

Na palma da mão, minha alma conduz



O banjo que chora também faz sorrir

A saudade é samba que não vai sumir

No compasso da fé, no abraço da cruz

Canta forte, Arlindo, Eterno te escuta e reluz



Laraialaralelaia, o show deve continuar...

quarta-feira, 6 de agosto de 2025

O Fole da Vida

A fé desafina, mas ainda canta
Nem todo acerto é melodia santa
Errar é um tom que o divino ensaia
Na densa vida, basta que eu não caia

Li Kant, li Vedas, muito me ensinei
Mas o assovio infantil me derrubei
O infinito é louco e gosta de brincar
Desafinar bonito pra vida celebrar

Refrão
Sopra, fole, sopra, alma que dança
Entre a dúvida e a fé, a eterna esperança
Risos no silêncio, segredos na luz
Desafinar é viver, quem nunca errou, reluz

Entre os mundos rangem portas antigas
Quem ouve a música nunca se fatiga
Dançar na incerteza, ouvir o silêncio
No som do “hã?” mora o maior segredo

Velas no escuro, não é pra enxergar
É pra piscar junto e poder sonhar
Deus sopra a gaita que há em cada um
E no tom errado, ele bate o bum

Sopra, fole, sopra, alma que dança
Entre a dúvida e a fé, a eterna esperança
Risos no silêncio, segredos na luz
Desafinar é viver, quem nunca errou, reluz

Curiosidade coça, fé aceita o não saber
Gêmeos pergunta, Peixes perdoa, vamos aprender
Sagitário atira, Virgem ajeita a cena
Mas o céu gargalha: “Vocês ainda estão na antena”
Meu leão rugia, hoje manso que dá pena
Nem raio, nem aforismo, sou gaita pequena

Refrão final
Sopra, fole, sopra, alma que dança
Entre a dúvida e a fé, a eterna esperança
Risos no silêncio, segredos na luz
Desafinar é viver, quem nunca errou, reluz

terça-feira, 5 de agosto de 2025

Memorias De Um Lakota

https://youtube.com/shorts/PFlWfYyMjS8?feature=sharedMemórias De Um Lakota
Nascimento e a alma ancestral

 

Tal sopro de vendaval

nasci no ventre da Mãe

ouvindo o animal e lenda

do búfalo em rito de criança

Fumaça dança na tenda

renasce a antiga esperança

 

Infância e os sinais da alma antiga

 

Cresci com olhar atento

no passo da corça livre

sabendo de cada intento

que o mundo invisível escreve

Tatanka em brado profundo

revelava outro meu mundo

 

Juventude e o despertar do guerreiro

 

Nas asas do temporal

fui com os anciãos caçar

ouvi o saber oral

sabia quando avançar

Na lança havia uma luz

chamado Wakan Tȟáŋka em cruz

 

Madureza e a liderança espiritual

 

Com o galope do som

guiava flecha e visão

pois o búfalo era dom

que dava alma ao povão

E cada couro ofertado

era um saber consagrado

 

Velhice e a união com o invisível

 

De gris a minha madeixa

mas vivo o fogo do chão

A estrela da noite meixa

traz o canto da oração

A fumaça em caracol

revela o último sol

 

Desencarne e retorno ao Grande Mistério

 

Na pedra do ritual

sentei-me para morrer

mas foi como o vento tal

que começa a renascer

Sou pó do búfalo urdido

poeta em ciclo estendido

 

Decimar da Silveira Biagini


Segunda versão 

Memórias De Um Lakota
pelo poeta Decimar


Nascimento e a alma ancestral

Tal sopro de vendaval

nasci no ventre da Mãe

ouvindo o animal e lenda

do búfalo em rito de criança

a pele nua no temporal

sentia a vida em dança

Héyoka heyá hey hey ya!
Héyoka heyá hey hey ya!
Héyoka heyá hey hey ya!
Héyoka heyá hey hey ya!

Infância e os sinais da alma antiga

A Lua banhava o monte

quando o velho me falou:

"Menino, tu és do clã

que o trovão consagrou."

O lobo uivava na fonte

e o tambor me despertou

WíyakA wíyakA hé hé héy!

WíyakA wíyakA hé hé héy!

WíyakA wíyakA hé hé héy!

WíyakA wíyakA hé hé héy!

WíyakA wíyakA hé hé héy!!

WíyakA wíyakA hé hé héy!

Cresci com olhar atento

no passo da corça livre

sabendo de cada intento

que o mundo invisível escreve

Tatanka em brado profundo

revelava outro meu mundo

 
Juventude e o despertar do guerreiro


Nas asas do temporal

fui com os anciãos caçar

ouvi o saber oral

sabia quando avançar

Na lança havia uma luz

chamado Wakan Tȟáŋka em cruz

Wakan Tȟáŋka

Héyoka heyá hey hey ya!

WíyakA wíyakA hé hé héy!


Madureza e a liderança espiritual


Com o galope do som

guiava flecha e visão

pois o búfalo era dom

que dava alma ao povão

E cada couro ofertado

era um saber consagrado

 Wakan Tȟáŋka

Wakan Tȟáŋka

WíyakA wíyakA hé hé héy!

WíyakA wíyakA hé hé héy!

Velhice e a união com o invisível

 

De gris a minha madeixa

mas vivo o fogo do chão

A estrela da noite meixa

traz o canto da oração

A fumaça em caracol

revela o último sol

WíyakA wíyakA hé hé héy!

Wakan Tȟáŋka

Héyoka heyá hey hey ya!

Retorno ao Grande Mistério


Na pedra do ritual

sentei-me para morrer

mas foi como o vento tal

que começa a renascer

Sou pó do búfalo urdido

poeta em ciclo estendido

De penas fiz meu cocar

rezando pro Grande Espírito

Vi o Sol me atravessar

com seu fogo e seu apito

Flecha e arco a dançar

no silêncio do infinito

Aho mitakuye oyasin!

Wakan Tȟáŋka!

Aho mitakuye oyasin

Wakan Tȟáŋka

Héyoka heyá hey hey ya!

Héyoka heyá hey hey ya!

Héyoka heyá hey hey ya!

Wakan Tȟáŋka

Héyoka heyá hey hey ya!

Héyoka heyá hey hey ya!

WíyakA wíyakA hé hé héy!



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