Eu pensei, como Cruz-altense raiz, em fazer uma crônica, mas o maior cronista que já vi foi LFV, então vou traçar homenagem à despedida de cena do rebento de Erico Verissimo desfilando pelas obras, pois a síntese dos dias atuais no cotidiano doméstico nos ajuda quando somos pegos de surpresa. Entendo que a vida neste plano, como a despedida de cena, de um idoso tão erudito e culto, deve ser um até logo, como quem dobra o jornal, levanta do banco da praça, vai caminhando lentamente até que não se visualize entre o calçadao da Pinheiro Machado até a esquina democrática. Então segue o baile:
Chegada ao outro plano
Lírios no chão
Érico dá abraço
clarim no clarão
Analista de Bagé
Mate na mão
o gaúcho e a razão
freud no galpão
Comédias da Vida Privada
Mesa e quintal
riso no bem e no mal
drama banal
O Clube dos Anjos
Banquete ao fim
fome e morte no festim
sorriso ruim
Mentiras que os Homens Contam
Palavra é véu
olhos já negam ao léu
mentir é céu
Mentiras que as Mulheres Contam
Risada esconde
verdade sempre se esconde
mas já responde
Borges e os Orangotangos Eternos
Macacos vão
livro e sonho na mão
Borges então
Os Espiões
Carta fechada
a verdade envenenada
trama tramada
A Grande Mulher Nua
Página nua
crônica clara e sua
vida se insinua
Amor Brasileiro
No coração
paixão ternura e ilusão
riso e canção
Ed Mort e Outras Histórias
Tiro falhou
detetive tropeçou
riso ficou
Aplauso final
Assim Verissimo
teu humor se despede em flor
continua sorriso
Decimar da Silveira Biagini
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