Nas juras de certa noite
um silêncio se acendeu
O barro calou sua lira
Casal desenhou o céu
No canto algo acontecia
e o tempo então entendeu
Um cavaleiro cansado
largava a armadura ao chão
chorava sem mais defesa
ouvia o próprio coração
Do pranto uma flor nasceu
era a filha da redenção
Uma andorinha encantada
de asas feitas de som
pousou bem perto da cena
e fez um ninho no tom
Sopraram ventos do centro
e uma estrela disse bom
Ela, a tal princesinha
não tinha ouro nem véu
mas os cabelos dançavam
como estrelas num anel
Seus olhos dois firmamentos
refletindo o próprio céu
Não dizia muitas falas
mas andava como quem
já sabia o que iria ser
antes de nascer alguém
É filha da entrega nua
A centelha de ido além
No berço estória se ajeita
Pai sorri com emoção
Poeta Rei antes sapo
Na luz parida da rendição
Entre mamadeira e relato
Coloca mão no coração
Ela já ora no almoço
Mas ainda teme o escuro
fala ao Jesus como um moço
do coração próximo e puro
Face a face em cada gesto
Com guia Joana em seu futuro
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