DECIMAR BIAGINI

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Advogado e Poeta Cruzaltense

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segunda-feira, 28 de março de 2011

PARA CHARLES PIERRE BAUDELAIRE

Tua vida literária não foi aceita
Nem pela francesa burguesia
Somente após tua morte feita
Victor Hugo te afirmaria
Sem que houvesse qualquer suspeita
Como criador da nova escola da poesia

Órfão de pai, de maneira tão dura
Próximo ao fim da idade de anjo
Tua vida foi feita de amargura
Tua mãe contraiu núpcias com um marmanjo
Que desaprovava tua literatura
General Aupick, um homem que dava desarranjo
Só de olhar com sua feição obscura

Tua amante te levou à pobreza
À doença e ao desespero
Tua solidão foi verve em esmero
Triunfante e de tamanha grandeza
Foste condenado por ultraje à moral
Tiraram-te seis poemas, para nossa tristeza
Permaneceu teu conjunto de ensaios magistral

O artista, no teu ver, nasce na solidão aliada ao tédio
No antagonismo entre Deus e o Diabo
Compreendido em linhas poéticas como remédio
À noção entre o bendito e o malfadado
Que só mesmo o artista é capaz de tal assédio
Oscilando entre a aristocracia e o vulgarizado
Nas sarjetas ou nos bailes de gala venceste o tédio

Relatando teu culto do “Eu” desmaterializado
Exposto à sociedade natimorta e fétida
Vivendo para si mesmo, poesia como legado
Artista incompreendido, de inigualável léxica
Morrendo a esmo, na tirania de um ser individualizado
Nas próprias leis de seu temperamento em dialética
Esse sentimento de solidão foi teu grande reinado

Solidão, dandismo, busca do absoluto, tristeza hermética
Própria da poesia, senão por ela mesma em demasiado
Não prestando a fins políticos, morais ou religiosos, pois é cética
Ela (poesia), pecou tão somente, por te acreditares baudelaireado

Decimar da Silveira Biagini
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* Baudelaire perdeu o pai com seis anos, dizem algumas lendas urbanas que até os sete anos toda criança é absolvida dos pecados por ser anjo, após, perde as asas e bate com o rosto na realidade. O poema foi Inspirado em razão da visita à Biblioteca Nacional (Av. Rio Branco, Cinelândia, RJ), ao ver exposta a primeira edição.

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