Ao amigo de algum lugar da Amazônia.
Acuso o recebimento da tua entusiasmante carta. Ler-te em tamanha graça regionalista é como tocar um semanário Kosmos de 1904, ou um Cordel de João Martins de Atayde sobre o cangaço, em meados de 1929, ou páginas de projetos legislativos de emancipação do Marechal Rondon.
Tu poeta, que participa hoje de uma Nova Ordem abolicionista da poesia imediata, lançada a qualquer sorte em interpretações massivas de uma rede social, fez fortuna poética no dizer dos melhores Filhos de um poema de Ferreira Gullar (2004). Num romantismo bairrista digno de Adélia Prado quando escrevia o memorável "Viés", ao se lançar como preposta de Deus na diáspora desejável e deserta de um envelhecimento direto e sincero.
Hoje não vou falar da minha terra querido Excelso Poeta Regionalista, e mão exímia de Sonetista.
Por vezes navegando em àguas amazônicas de tua vasta poesia, me vi perdido na infância que não tive, externada no teu olhar de "guri" atento, que mesmo largando as Minas Gerais descobriu o ouro em outro lugar, um ouro verde, cujo coração da selva pulsa com veias tão grossas que nem mesmo o mais insolente surfista destemeria um tombo em uma Pororoca.
Dentre sonhos e visões, surgiu na conjuntura de uma virtualidade, uma amizade encantada com realidades cativantes, como a tua, nessa nova arte de explicar os sonhos e visões em linhas bilaterais do orkut, e nela tenho o prazer de dizer-te que me orgulho antes de ver-te te tornar um respeitável poeta, um fiel e escudeiro amigo. Sem tua participação, em contrapartida, minha trajetória poética seria como uma Litogravura colorida de um autor desconhecido.
Durma bem, leal amigo das letras.
Decimar Biagini
Cruz Alta-RS, 16 de março de 2011, 00h35min.
Segunda Serenada
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Segunda Serenada
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