SOCIEDADE PODRE
A vida e a natureza
Na tristeza do artificial
Foi-se a rara beleza
De um verde natural
Os coqueiros são de plástico
Os sonhos são comprados
O dinheiro é elástico
Para os menos abastados
Ouço conversas nas ruas
De gente humilde e entristecida
Nas esquinas mulheres nuas
Deixando suas famílias esquecidas
Que sina será a sua?
Nessa sociedade falida
A poesia ficara muda
E a canção não será ouvida
Decimar Biagini
A RECÍPROCA
Poetisa de mil encantos
recamada de luares
bordoneada de cantares
de poemas tão santos
entre distância cativa
arrinconada entre eles
horizonte de aquarelas
entre sonidos de ventos
retratas o encantamento
do céu bordado de estrelas
na quietude das águas
enquanto escuto a chuva
o urutau chora mágoas
em soluços de ansiedade
lagoa que imensidade
perdida na nossa verdade
toda de azul se reveste
na longitude virtual silvestre
Poeta de ímpar grandeza
Recheado de raiz
Deixa-me feliz
com rimas de tal beleza
mesmo à distância tamanha
cativa admiração imensa
escreve bem sobre tudo
eu leio sonhando confrontos
entre cantos de pássaros
e colho mais uma amizade
com o barulho do vento
que bate na goiabeira
ouço versos aqui dentro
preciso de escoadouro
navego até seus poemas
que valem mais do que ouro
diante do seu grande tesouro
de verve que é um estouro
Decimar Biagini & Juleni Andrade
PARCERIAS POÉTICAS
Depois de certas poesias
Os poetas então costumam
Relembrar suas parcerias
Em leituras que se aprumam
São as letras que carregam
Uma certa dose de alquimia,
Uma certa dose de teimosia,
Coletâneas que aliciam
Na junção de fatos da vida
Ungidos pela virtual amizade
Onde o soneto lhes dá guarida
Marcas da linguagem desmedida
Entre tantas afinidades
com carinho no verso em despedida.
Decimar e Nancy
O MENDIGO TROVADOR
Um jornalista
Doido por uma matéria
Resolveu explorar a miséria
De um mendigo em uma entrevista
Bom dia transeunte
Poderia dizer o que faz aqui?
E o homem num segundo
Passou então a proferir:
Eu vivo no mundo
andando sozinho
taxado de vagabundo
distanciado do ninho
minha amargura
é tropeada sem rumo
não tenho estrutura
sem ascender um fumo
Se hoje tomo uma pura
já tive esplendor e religião
Se hoje a canção não é cura
Já tive paz no coração
Eu queria uma família
Para churrasquear no domingo
Não ser pingo sem tropilha
Não ser chamado de mendigo
Agora dá licença moço da entrevista
Que o trovador precisa sobreviver
Vou ali na saída daquela missa
Pedir um trocado para comer
Decimar Biagini
OBSERVANDO A SOLIDÃO
O tosco e velho casebre abandonado
Que fez do amor uma antiga legenda
nos teus vincos, um sol ensanguentado
traz rodeios de luz em cada fenda
Já foste outrora, mística vivenda,
O único abrigo, do poeta denodado
seguro ninho de amor duma só prenda
que ali, encontrou seu bem amado
Nas horas mortas, o vento em serenata
lhe vem saudar em lúgubre sonata
num atropelo de gritos na amplidão
O tosco e velho casebre abandonado
nos teus vincos, um sol ensanguentado
tinge de rubro as tardes de solidão
Decimar Biagini
ANIVERSÁRIO DA LARISSA FADEL
Ouve-se ao longe o repicar dos sinos
Da velha amizade sem dono
ontem ainda a apontar destinos
postava na jardineira sem trono
Eram noites tenues e claras
Cantava salmos ao som de violinos
sobre altares de mármore e carraras
postava poemas peregrinos
Tal foi o esplendor daquelas eras
que hoje ainda, nas lúgubres taperas
restam minhas homenagens em toda parte
as glórias de Larissa e suas quimeras
formoso santuário d'onde se irmanaram
restos de poesias para enfeitar minha arte
E hoje, tropeando sem rumo, observo seu aniversário
No tópico da NOP, comuna à qual convidei tal poetisa
Então vou buscando, o sumo, e preservo o amor imaginário
De um amigo de violas dolentes na passagem que se avisa:
Feliz Aniversário
Decimar Biagini
O concurso de improviso rola aqui:
http://www.orkut.com.br/Main#CommMsgs?cmm=83467701&tid=5568438036223073383
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