Pirilambos por entre as macégas
São vistos em intervalado lustre
Sua luz não queima mão nem rosto
Tal como não envenenam as cobras-cegas
Ouço o relincho das ruanas éguas
E o coachar na lagoa vem de léguas
Ainda, o cochicho das tias velhas
Em fofocas de cobras criadas
As três marias brincam de carreira
Em cancha reta, na noite de lua cheia
Os boitatás rondam canhadas
Enquanto espigas de milho são roubadas
O grito mau do urutau matreiro
Me lembra de buscar a linha de fundo
Enquanto degusto uma faisqueira
E deixo o peixe fisgar, por mais um segundo
Essas coisas que acontecem na pescaria
Somente se escuta com eucaliptos em volta
A voz do açude quando some a luz do dia
É um murmurio eterno com rã na escolta
Decimar Biagini
Pampa de Terra e Areia
Noite de lua velhaca
trapaça de doce afago
abraço envolvente no dia
espalhado pela cercania
Hermanos em outro trago
costela na ponta da faca
piquete, bambu e estaca
laguna, arroio ou lago
Pretexto da pescaria
para acolherar poesia
um verso por um pescado
um mote pela ressaca
Fogueira em frente a barraca
silêncio que reina no pago
chaleira eterna que chia
enlaçada com a ventania
Parceria de mate amargo
rebrilha essa vida opaca
faz da tristeza mais fraca
em prosa de índio vago.
Wasil Sacharuk
Segunda Serenada
-
Segunda Serenada
Penso que o dia soberano
É aquele da missão vivida
Sem um ritual tão arcano
Numa simplicidade obtida
Um silêncio nada insano
Um recanto p...
Há um dia
Nenhum comentário:
Postar um comentário