DECIMAR BIAGINI

DECIMAR BIAGINI
Advogado e Poeta Cruzaltense

Entre em contato com o advogado Decimar Biagini

Nome

E-mail *

Mensagem *

domingo, 6 de fevereiro de 2011

PESCARIA NO PAMPA GAÚCHO E PAMPA DE TERRA E AREIA

Pirilambos por entre as macégas
São vistos em intervalado lustre
Sua luz não queima mão nem rosto
Tal como não envenenam as cobras-cegas

Ouço o relincho das ruanas éguas
E o coachar na lagoa vem de léguas
Ainda, o cochicho das tias velhas
Em fofocas de cobras criadas

As três marias brincam de carreira
Em cancha reta, na noite de lua cheia
Os boitatás rondam canhadas
Enquanto espigas de milho são roubadas

O grito mau do urutau matreiro
Me lembra de buscar a linha de fundo
Enquanto degusto uma faisqueira
E deixo o peixe fisgar, por mais um segundo

Essas coisas que acontecem na pescaria
Somente se escuta com eucaliptos em volta
A voz do açude quando some a luz do dia
É um murmurio eterno com rã na escolta

Decimar Biagini

Pampa de Terra e Areia

Noite de lua velhaca
trapaça de doce afago
abraço envolvente no dia
espalhado pela cercania

Hermanos em outro trago
costela na ponta da faca
piquete, bambu e estaca
laguna, arroio ou lago

Pretexto da pescaria
para acolherar poesia
um verso por um pescado
um mote pela ressaca

Fogueira em frente a barraca
silêncio que reina no pago
chaleira eterna que chia
enlaçada com a ventania

Parceria de mate amargo
rebrilha essa vida opaca
faz da tristeza mais fraca
em prosa de índio vago.

Wasil Sacharuk

Nenhum comentário:

Qual tema nos poemas mais te atrai?