Um menino criado
Na estância Santo Antônio
Recebeu um legado
Pois faleceu seu avô no outono
Segurou firme
A barra de tocar sozinho
Na pastagem sublime
Cheia de gado e passarinho
A vida lhe fez um crime
De tirar-lhe o seu vozinho
Lançou-se então na encilha
Apertou a xinxa
E jogou o xergão em cima
Gritou nao te mixa
Pois a maturidade se aproxima
Minha alma é gaúcha
Meu avô se foi, mas a vida ensina
Lembrando dos dizeres
De seu esteio da querência
Segure firme os afazeres
Que chorar é para criança
E homem não chora
Já dizia seu vô na estância
Pega o pingo e toca embora
Que morreu a tua infância
Decimar Biagini
Capitania do Saber, memórias da biblioteca
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Outro dia, no silêncio digital de um PDF aberto na tela fria do meu
celular, me bateu uma saudade funda, quase doída, da biblioteca da minha
adolescência —...
Há um dia
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