DECIMAR BIAGINI

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Advogado e Poeta Cruzaltense

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domingo, 26 de setembro de 2010

DOIS POEMAS

QUANTO MAIS EU ESCREVO

Quanto mais eu escrevo
Mais me contradigo
Sou alma em alto relevo
O que digo logo desdigo

Arquiteto versos e me atrevo
Na esquina do improviso
Com adrenalina em meus nervos
Almejando no leitor um sorriso
Ou então o despertar de medos
Pescando sua dor sem caniço

Quero a eterna combustão
Enquanto minha verve permitir
Revelando-me sem exatidão
No pranto que me faz mentir
Suando sem derivar da profissão
No encanto do poema a esculpir

Eu choro, eu grito, eu danço
Eu levo à musa para casar no parnaso
Eu imploro, eu brigo, eu canso
Me atrevo a versejar sem embaraço

Morro e renasço ardentemente
Desvendo-me na cegueira do ego
Socorro com abraço comovente
Perfumando-me no jardim que rego
Escorro pelo laço contradizente
Buscando em mim a rima que prego
No forro do teto adjacente
Carregando um querubim e um diabo

Decimar Biagini



ABANDONO

No início do terceiro milênio
Quando tudo parecia perdido
Onde o poema morreria em silêncio
Onde o poema estaria sucumbido

Onde o livro de papel ficaria abandonado
Muitos poetas novos têm escrito
Fazem blog, comunas e deixam recados
Mas o sonho ainda é um livro lido

Pelos ridentes céus se espalha agora
A obra conjunta de muita gente afora
Não mais silentes na navalha de outrora
Não tão bucólicos e sem amizade que colabora

São os novos poetas, sem tanto abandono
Em obras abertas, porém, continuam sem sono

Decimar Biagini

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