Lembro-me como se ali ainda estivesse
Minha concepção individual de curiosidade
Era algo que leva a sério mais que uma prece
Fui convidado para uma festa de verdade
Era a vizinha quem promovia a festividade
Não era uma daquelas festinhas de caráter infantil
Mas uma festa no bom estilo sarau estudantil
Para mim aquilo era um upgrade à puberdade...
Então lá fui, coloquei a minha melhor colônia
Que havia ganhado de natal de uma tia querida
E fui ao aniversário da vizinha, de nome Eliana
Era a primeira festa com música, dança e bebida
E ali vi uma menina alta com batom na boca
Ela me cobiçava como se fosse o último na sua vida
Eu tinha cerca de sete anos, havia muitas meninas
Foi então que a dita menina, bem mais "adulta"
Fez uma artimanha no final da festa, com palavrinhas
Era um jogo em que as pessoas se beijavam sem culpa
Quem puxasse o nome de uma pessoa tinha que beijá-la
Minha vizinha com sua amiga em ardilosa conduta
Segurou o nome da pretendente, para depois sorteá-la
Advinha para quem que ela soltou a palavra abrupta?
Então, movido por uma impossível incompreensão
Passei a indagar-me sobre a razão do batom
Um bom teste precisa passar por fidedignidade
Aproximei então meus lábios, um medo bom
Foi meu primeiro beijo, com alguém de verdade
O resultado da experiência? Minha boca ficou marrom!!!
Decimar Biagini
28/01/2010
Segunda Serenada
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Segunda Serenada
Penso que o dia soberano
É aquele da missão vivida
Sem um ritual tão arcano
Numa simplicidade obtida
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Um recanto p...
Há um dia
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