Tudo começa com um sonho louco
Depois de alcançado dorme-se pouco
De manhã leio Maria Helena Dinis
De noite folheio Machado de Assis
É meus amigos, vida de advogado
É para bandidos, já diria o delegado
Ou para os atrevidos, diria o Togado
É para os malandros, diria o logrado
Agora, a vida de poeta, é obra aberta
É viver em descoberta, na arte incerta
É um exercício de busca de leitores
No traduzir de ofício, alegrias e dores
Eu sou viciado em elogio e cumplicidade
Concentrador e de uma única musa
Poeta fala de amor, às vezes até abusa
Nos meus versos deixo clara minha verdade
Refaço-me na dor e explodo na felicidade
Na advocacia tenho muitos planos
Com seriedade busco o amanhã seguro
Mas quem acha que não trabalho vive de enganos
Não se pode advogar tateando no escuro
É preciso ler muito para convencer os paisanos*
Mas uma coisa é preciso ser dita com sinceridade
Advogar e Poetar são para quem tem criatividade
É preciso saber morder e saber assoprar
É preciso convencer, fazer rir e chorar
Se por acaso tiverem senso de justiça
Não a dos homens (essa advém da cobiça)
Seja da Filosofia, da Sociologia ou da Religião
Estão aí duas artes, cujo dom é profissão
Decimar Biagini
* Divindade, na terminologia gaúcha.
Segunda Serenada
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Segunda Serenada
Penso que o dia soberano
É aquele da missão vivida
Sem um ritual tão arcano
Numa simplicidade obtida
Um silêncio nada insano
Um recanto p...
Há 19 horas
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