Caminhei cegamente pela rua
Não vi mendigos nem gente nua
Caminhei surdamente pela rua
Não ouvi buzinas nem a chuva
Por um momento, assoviando ao vento
Tive um sentimento, de puro isolamento
Era o sofrimento, de quem tem conhecimento
De que a vida é vazia e solitária
Angústia doída de querer ser ouvido
Mas sequer ter ação solidária
Então resolvi ouvir a dor dos indigentes
E vi que eu é que não agia como gente
Foi que tornei-me humano novamente
Não ver e não ouvir me tornara doente
Chamei então a atenção de um motorista
Expliquei que a buzina não retira um carro da frente
Achei a princípio que a idéia era otimista
Livrei-me de um murro convencendo aquela mente
As coisas foram mudando, o mendigo parou de beber
As ruas descongestionando, o motorista sem abastecer
Todos caminhando a pé pela avenida, a ouvir, sentir e ver
Almas na chuva se lavando, gotas de alegria, a sorrir e a viver
Decimar Biagini
Inconfidência virtual protelada
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Ele se recostou de novo
na cama confortável
e ficou observando o povo
numa rede tão instável
Pensou em postar algo
Se a galinha ou o ovo
Suspende ou "apag...
Há 4 dias
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