DECIMAR BIAGINI

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Advogado e Poeta Cruzaltense

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quinta-feira, 24 de abril de 2025

O Desvendar Das Mãos

O Desvendar Das Mãos

Nas mãos repousa o fogo original  
Chakras que dançam luz no gesto puro  
Tocando o mundo em paz ou em augural  
Presságio do sagrado e do maduro  
No centro há sol no toque o atemporal  

Jesus tocava a dor tornava escuro  
em claridade viva e fraternal  
Nas mãos o céu no sangue um chão seguro  
e cada dedo um fio transcendental  

Das mãos do amor ao véu do conjugal  
há tremores que o tempo torna muro  
e a mão da mãe calor mais que vital  
guarda em si o perfume mais seguro  
Mas vem a mão do fim suave e igual  

Lembranças vêm do toque que consola  
Dos dedos que acenaram o infinito  
Da mão que acalmou febre e se desola  
Quando não encontra mais o peito aflito  
Som do tempo emudece e se enrola  

Nas mãos da mãe há um amor bendito  
Feito oração bordada em velha estola  
Cuidando o pão o sono o chão proscrito  
O pranto e a febre e a dor que não se isola  

Mas cada mão se afasta sem delito  
Num gesto de adeus que o céu recolha  
No fim só resta um toque tão restrito  
Que faz do corpo a bruma que se espolha  
Deus nos toma as mãos sem um conflito  

Silêncio veste as mãos como um manto  
Espírito se eleva enfim liberto  
Som do tempo cala seu encanto  
Enquanto o céu se abre ao mais desperto  
Sopro antigo embala o último canto  

Coração responde puro e certo  
No vão do adeus há paz embora pranto  
Passo de alma ao invisível perto  
Luz não grita brilha em todo canto  

Sombra cede ao sol que vem por perto  
Carne dorme mas não o quebranto  
Pois tudo é retorno ao que é mais correto  
Deus toma as mãos e o tempo nesse instante  
é só silêncio e voo deslumbrante  

Decimar da Silveira Biagini
24 de abril de 2025

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