DECIMAR BIAGINI

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Advogado e Poeta Cruzaltense

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quinta-feira, 13 de março de 2025

Pajada de Gratidão à Nossa Senhora de Fátima- autobiografia metafísica


Pajada de Gratidão à Nossa Senhora de Fátima, autobiografia metafísica de missões na mesma região: 

I  
Madre Santa escuta a voz  
De um filho em terra bendita  
Que já foi padre e foi herói  
Na fé firme e infinita  
Fui Sepp no sul missioneiro  
Com Deus no peito guerreiro  
Ergui capela e cantei  
Na Cruz que hoje é meu berço  
Pelo Cristo fiz meu verso  
E ao solo a paz semeei  

II  
Mas veio a guerra o estrondo  
A pátria em fogo e tormento  
E no fragor mais hediondo  
Troquei a cruz por um tento  
Fui major na artilharia  
Por justiça combateria  
Pelos fracos empunhei aço  
Mas tombado em terra estranha  
Paguei meu quinhão de sanha  
E dormi no frio abraço  

III  
Hoje renasço sem glória  
Sem títulos pompas brasões  
Mas trago em mim na memória  
Duas passadas lições  
Na justiça sou doutor  
E se me falta o louvor  
Tenho a causa dos pequenos  
Sou dos mestres defensor  
E em cada pleito ou labor  
Vejo em vós Madre um aceno  

IV  
No templo da caridade  
Cubro a dor de um lenço brando  
Como o Cristo em humildade  
Pelas mãos vou aliviando  
Passista em casa de luz  
Com a prece levo a cruz  
Dos que sofrem desvalidos  
Mãe bendita vossa chama  
É o que aquece quem reclama  
E dá fé aos esquecidos  

V  
Se minh’alma já vagara  
Em batalhas e em perdão  
Hoje é lírio que declara  
Só louvor ao vosso chão  
No campo em que fui semente  
Minha poesia é nascente  
De uma fonte a transbordar  
E se o verso é minha estrada  
Mãe divina e venerada  
É por vós que sei rimar  

VI  
Se a coxilha me acolheu  
Desde a infância já passada  
Foi o céu que me escolheu  
Pra cumprir nova jornada  
Perto jaz meu corpo antigo  
No Silveira um velho abrigo  
De um soldado já esquecido  
Mas minh’alma ah esta sim  
Volta ao berço onde por fim  
Tem um lar reconhecido  

VII  
Eis-me agora Mãe Rainha  
No alto dessa elevação  
Com lírios brancos sozinha  
Vosso olhar pede oração  
De joelhos sem espadas  
Sem fardas nem alvoradas  
Só com versos na mão posta  
Canto à Virgem de esplendor  
Pois a vida é um louvor  
E a Cruz Alta é minha roça  

Decimar da Silveira Biagini
13 de março de 2025

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