Quem um dia irá dizer
Que já sentiu o bastante?
Compreendo o desespero sem limites,
Percebo de repente, sem nada ter gasto,
Sem nada ter consumido, sem ter requintes,
saindo de mãos vazias, feito boi sem pasto.
Tudo seria tão leve, alto, estaria no céu dos homens felizes,
Não teria responsabilidades, nem discutiria heranças e matizes.
E assim, nessa irrealidade idealizada em devaneios, repararia no amor.
O despiria de toda vaidade, de todo orgulho mundano, tal qual uma plástica flor.
Não deflagraria sequer uma cápsula de pólvora, pois jamais sentiria dor.
Todos os meus ângulos seriam fotogênicos e faria discursos.
Não teria sequer um nome, numa eterna expectativa, de novos percursos.
Decimar Biagini
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