Porque diz palavras inimagináveis, que estão acima dos liames da relevância ambicionada pelo homem.
Porque tem raciocínio coerente quando quer e enlouquecido quando não quer, organiza ideias com consciência crítica, mas sequer sabe percorrer o caminho inverso daquilo que disse, daí o leitor para completar esta criatura transcendente.
Porque o mais perturbador é que a personalidade do poeta se equilibra entre os extremos. Como pode alguém fazer poesia sobre a eternidade e ao mesmo tempo não procurar qualquer ato para tornar-se imortal que não a própria escrita?
Porque o poema dele ultrapassa os indexadores da física, portanto não poderia ser explicitado nem mesmo pela inteligente teoria da relatividade.
Diante disso, é fácil concluir que seu comportamento estilhaça os paradigmas e foge das avenidas por onde transita a humanidade, pois ele caminha por linhas bilaterais em interpretações matriciais, preto no branco jamais será dessa forma enquanto houver um poeta e um leitor.
Senão vejamos, o que lhe suscito:
É difícil dar nome ao projeto do poeta
Alguns podem nomeá-lo de propósito
Mas lá estaria a ironia de sua falta de meta
Pois audacioso e multifocal é o poema ilógico
O leitor, ao investigá-lo, não muda sua natureza
Agrega valores de uma intertextualidade
E se perde ao procurá-lo, em absurda virada de mesa
O poeta carrega mais cores que a realidade
Ele pode insinuar que o pote não estaria no final do arco íris
Inclusive convencer que o mesmo é preto e branco
Apenas pelo prazer de transformar o homem em versos livres
E expandir nesse crescer a esmo o ledo engano
Certamente, em alguma oportunidade
O poeta poderá fazer o exegeta bradar a voz
Para entender a sua mais pura verdade
De outra baila, fará o mesmo perder-se a sós
Emudecendo na existência, perdendo a vaidade
Decimar Biagini
Capitania do Saber, memórias da biblioteca
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Outro dia, no silêncio digital de um PDF aberto na tela fria do meu
celular, me bateu uma saudade funda, quase doída, da biblioteca da minha
adolescência —...
Há um dia
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