DECIMAR BIAGINI

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Advogado e Poeta Cruzaltense

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quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

POUCO PRECISO PARA SER FELIZ


Talvez a lembrança dos campos
Nas férias de verão na fazenda
No lombo de tordilhos santos
Presenciando as lidas lá da porteira

Como toda lembrança infantil
Montando arapucas ao passarinho tempo
Sem preocupar-me com o ouro vil

Na visão estupenda de horizontes longínquos
Sem sentir-me mais um neste ilusório vazio
Num crepúsculo prazeroso no tempo fugidio
Feche os olhos e acorde feliz junto aos índios
Que corriam pelas Missões em terras sem alambrado
Que sorriam em projeções, sem guerras com o passado

Nasci em terra de gente arisca e brava
Com a rebeldia que tem o homem sulino
Que nas patas do cavalo o destino traçavam
E num galope ganhavam o horizonte em feliz desatino

Terra livre que hoje é vitimizada por leis e por cercas
Que acabou com o gaúcho no circo de um estádio
O que tive, foi um sonho na madrugada, poesias incertas
Sonhava com o passado que não tive, hoje em desvario

Instransponível mesmo somente a realidade
E quando a gente foge, simplesmente, vem a felicidade

Um mundo de sombra e viço, de sangas sinuosas
Em que meu cetro é o caniço de pescar lambari
A pescaria nos recebia em tardes amistosas
A fazenda hoje está longe e só, e eu aqui...


Decimar Biagini

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