Como posso estar cansado
E não ter sono sequer
O ano passou galopado
Digam o que disser
Fico eu aqui enjoado
Com sal de fruta na colher
Faltou grana para o espumante
Tomei cidra nacional adoidado
O Réveillon foi num instante
Restou o esôfago arruinado
Refluxo, talvez não
Acho que é reflexão
Amanhã tem domingão
E o mala daquele Faustão
Nada mudou, a não ser a fuga das contas
Vira o mês já estão na espreita
E vocês vão ver, tudo se ajeita
Quem tem esperança, enxuga os prantos
Que doze uvas e sete pulinhos, que nada
Nem mesmo potes de sais pelos cantos
Todo ano é a mesma superstição operada
Continuo pobre, não sobra nem para os santos
Decimar Biagini
Cântico ao Cacique da Paz
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Cântico ao Cacique da Paz
Nas rodas do tempo
o menino escutava
voz de ancião
que o vento levava
Guardava no peito
semente e oração
pisava a ter...
Há 3 horas
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