Como posso estar cansado
E não ter sono sequer
O ano passou galopado
Digam o que disser
Fico eu aqui enjoado
Com sal de fruta na colher
Faltou grana para o espumante
Tomei cidra nacional adoidado
O Réveillon foi num instante
Restou o esôfago arruinado
Refluxo, talvez não
Acho que é reflexão
Amanhã tem domingão
E o mala daquele Faustão
Nada mudou, a não ser a fuga das contas
Vira o mês já estão na espreita
E vocês vão ver, tudo se ajeita
Quem tem esperança, enxuga os prantos
Que doze uvas e sete pulinhos, que nada
Nem mesmo potes de sais pelos cantos
Todo ano é a mesma superstição operada
Continuo pobre, não sobra nem para os santos
Decimar Biagini
Capitania do Saber, memórias da biblioteca
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Outro dia, no silêncio digital de um PDF aberto na tela fria do meu
celular, me bateu uma saudade funda, quase doída, da biblioteca da minha
adolescência —...
Há um dia
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