Querido pai, escutai agora
O quanto te considero
Sabendo que homem não chora
E o que eu hoje quero
É gritar por aí afora
Feito um quero quero
Voando sem ir embora
Eu falquejo o minuano
Em volta do antigo ninho
Pois te considero paisano
Desde quando menininho
Eu te observo velhinho
Prescrutando as eras
Sondando teu caminho
Sem querer ver-te tapera
Da querencia não quero nostalgia
Pois para mim serás eterno
Lúgubre a pachorrenta sinfonia
Sem que haja existencial inverno
Se hoje tenho alma de poeta
Agradeço pelo incentivo
Graças a tua biblioteca completa
Que administrava no meu colégio antigo
Estradeando uma vida nada simplória
Ensinou-me que o simples é celeste
enquanto lecionavas aulas de história
tropilha de rimas vinham em minha memória
na ronda secular do pampa ao agreste
onde trovadores e repentistas tinham glória
pelo improviso de um verso que se preste
Decimar Biagini
Capitania do Saber, memórias da biblioteca
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Outro dia, no silêncio digital de um PDF aberto na tela fria do meu
celular, me bateu uma saudade funda, quase doída, da biblioteca da minha
adolescência —...
Há um dia
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