- Deixe o candelabro aceso quando sair!
Disse o Rei sábio após a derrota na batalha
Parecia querer ver luz antes de seu império cair
Seu sangue nobre exauria no corte da navalha
Veio o bobo da corte e tentou alegrá-lo
Contou piadas inconvenientes sobre a morte
Pela primeira vez o Rei não desejou matá-lo
Tudo que pensava naquele momento era na corte
- De que vale tudo isso que conquistei?
Perguntava o então derrotado rei
- Após este mundo, que chão pisarei?
Refletia sobre a vida e sua dura lei
Por um momento, após dispensar a vassalagem
Empreendeu seu último suspiro antes da cegueira
Lembrou das lutas, das vitórias em cada viagem
Das virgens tomadas e da vida que passou ligeira
- Por que não usei da diplomacia para fazer concessões?
Pensou então o nobre como se arrependido de tudo
- Seria tudo mais fácil se não fossem minhas ambições!!!
Então em sua última reflexão, um zumbido o deixou surdo
Tudo que restou foi o olfato, então sentiu o cheiro da morte
Era tipo enxofre com fosfato, ali então se sentiu mais forte
Segurou então junto a uma fina malha, uma cintilante cruz
Lutou com ela em sua última batalha, foi então que viu uma luz
Não, não era Deus na janela, esse já o tinha entregado ao diabo
Era apenas a luz das velas, distribuídas no dourado candelabro
Decimar Biagini
13/03/2010
Segunda Serenada
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Segunda Serenada
Penso que o dia soberano
É aquele da missão vivida
Sem um ritual tão arcano
Numa simplicidade obtida
Um silêncio nada insano
Um recanto p...
Há 19 horas
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