Esperei o silêncio da noite em quimera
Na incessante queima da córnea
Já não lacrimejava mais, na espera
Um verdadeiro vício o balcão
Entre um atualizar e outro, ouvia as batidas
De um poético e cansado coração
As páginas espiradas e as frases perdidas
Já não mais chamavam-me a atenção
Li uns poemas de alguns poetas
Resgatei pérolas que ficaram para trás
Vi nos versos de Celso grandes descobertas
E também os de Sacha, poeta que me apraz
Por momentos olhava os recomendados
Por hora recomendava também
E o relógio não passava, ponteiros quebrados
Os olhos secos, em vai e vem
Os dedos gelados, em plena primavera
Se fazia a invernia e, a solidão severa
Nada me dizia, só a leitura que eu fizera
Com olhos cansados, o olhar ainda sorvera
O que restava de meu ego
Em um elogio que outro
Um comentário, curto e cego
Olhar elaborado e envolto
E assim passei a virada noturna
Na espera incessante, da vida diurna
A pensar nos problemas de amanhã
No esvaziar da mente, com poesia sã
Decimar Biagini, 24 de setembro de 2009,
meia noite, na comunidade Balcão de Poemas
Capitania do Saber, memórias da biblioteca
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Outro dia, no silêncio digital de um PDF aberto na tela fria do meu
celular, me bateu uma saudade funda, quase doída, da biblioteca da minha
adolescência —...
Há um dia
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