
De manhãzinha, quando saio trabalhar
Contando as horas que conheço pelo olhar
Interrompendo sonhos em troca da lida
No dia-a-dia, vou perdendo minha vida
Recordo caminhos que deixei de trilhar
Marcas do tempo, e angústias sufocantes
Naquelas estradas que finjo não lembrar
Deixei minha alma percorrê-las por instantes
Busquei a luz que me guiou em novo caminho
Lembrei que muito tateei em paredes sombrias
Há quem diga que não carrego o mesmo carinho
De quem se atirava em projeções, sonhos e magias
Levo no peito as curvas de minha existência
Desviando morros ao prever deslizamento
Peço carinho, alguém que tenha paciência
Para retirar-me dos escombros do pensamento
Decimar Biagini, 24 de março de 2009
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