DECIMAR BIAGINI

DECIMAR BIAGINI
Advogado e Poeta Cruzaltense

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quarta-feira, 30 de abril de 2014

CHEGADA DO LIVRO DE LUCIANA BRANDÃO CARREIRA



Existem males que vem para bem
Mas nem tudo são agruras
Como o livro, que veio de Belém
Entre algumas gravuras
Percebi uma parceria, que lembro bem:


Dança livre* 

Permita-me conduzir tua alma livre
Enquanto observamos a linda lua
Faça comigo o poema que não tive
Guardado na lembrança, minha e sua

O pensamento, a palavra, a idéia nua
O perfume da essência, o sonho altivo
O descobrimento, a asa, o vôo na rua
O lume da sobrevivência, o nosso motivo

Se o que me pedes é permissão
saibas, concedo a vez e o rumo a ti
em cuja pena revela-se a paixão
do vasto lastro que jamais absorvi

Da idéia nua chega a tua fala mansa
que se mostra crua, tão pura e cara
e, daqui, eis-me seguindo a dança
que nos faz voar quando a vida não pára

Decimar Biagini e Luciana Carreira, 16/01/2010.



 *em página 95 no livro de Luciana Carreira, tema "Entre", Editora Verve, 2014.



Agradeço a Luciana, fico feliz com os ventos que vem do norte e o fruto naquelas 180 páginas de puro sentimento livre e substancial aos leitores.

domingo, 23 de março de 2014

Brasas Poéticas

Todos os poetas serão testados
Então, tudo será silêncio
Para alguns, belos legados
Para outros, ledo incenso

O poema nunca termina
Nas curvas insanas do leitor
A escrita só alucina
Os dedos de seu emissor

Frenética, as vezes desnecessária
Como toda empolgação ou torpor
Não deixe sua arte no berçário
Acredite no seu talento, com ou sem amor

Métrica, liberdade, clausura, obstinação
Caquética, mocidade, a poesia pede sua atenção!

O pote de ouro não está no fim do arco-íris
Tampouco na leitura sem paixão!

Decimar Biagini

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

TRILHANDO RUMOS

A grande mudança
Está no mesmo trajeto
Reencontrar a criança
Mantendo o adulto quieto

Uma quietude atenta
Observando o caminho
A verdade se ajeita
Não deixando-te sozinho

Alma de andarilho
Toda sorte te espreita
Mantenha-te menino
O resto a vida ajeita

Decimar Biagini

terça-feira, 5 de novembro de 2013

QUANTA MUDANÇA!


Quais os rumos? É chegada a hora
De colocarmos na balança
Para uns, o futuro é agora
Para outros, a esperança

A semântica imperfeita
Para quem quedou silente
A física quântica perfeita
Para o cientista polivalente

Observamos pombos
Pessoas olhando vitrines
No congresso ledos rombos
E eu egresso, em antigos escombros:


"Meus surtados, retratos poéticos"

"Alguns resultados, certamente patéticos"

"Outros desajeitados, mas um pouco proféticos"

"Quem é o poeta hoje, perdido nessa casca dialética"?


Decimar Biagini

domingo, 4 de agosto de 2013

UM DOMINGO

UM DOMINGO
Pernas para o ar
Entre uma mamada e outra
Ora então de ninar
Que bom dormir de roupa

O frio está controlado
Deu até para abrir cerveja
O bebê está bem tapado
E a Musa recolheu a mesa

Lida de escritor parceiro
Não é coisa fácil de ser entendida
Uns dizem que não dá dinheiro
Mas dinheiro não é tudo nessa vida

Decimar Biagini

segunda-feira, 17 de junho de 2013

ELES NOS VÊEM MAS NÃO NOS LÊEM

ELES NOS VÊEM MAS NÃO NOS LÊEM

Olho as manifestações
Sem qualquer julgamento
São válidas as observações
Mas não é o momento

Guardo as palavras
Como cidadão rastreado
Deixo CPF nos caixas
Quando busco pão no mercado

Meu note tem tantas invasões
Quantos forem os satélites na órbita
Não tenho sequer más intenções
Externadas no perfil que hoje me habita

Nada me dizem as páginas dos tabloides
Sequer fui educado para comentá-los
Me nutro de poesias e bons motes
Enquanto comunas me enchem de ledos regalos

Por incrível que pareça, fica aquela sensação
De que aconteça o que aconteça nessa situação
Teremos mais curiosos que leitores de nossa criação

Decimar Biagini

quinta-feira, 13 de junho de 2013

DIA DOS NAMORADOS

DIA DOS NAMORADOS
Há quem diga
Que é todo dia
Há quem liga

Parece ironia
Mas há quem não liga
E nem sabia

Cada amor
Tem sua sinfonia
O sol vai se por
E virá o outro dia

Seja como for
Aproveite com sabedoria
Cuide do amor
E curta tudo com alegria

Ontem fiz salmão
Gastei pacas num sofá
Dinheiro corre da mão
A data serve para gastar

Vale o gesto, o carinho
O dispêndio é como ressaca
Lave a taça de vinho
Pois a dor de cabeça logo passa

Por falar isso foi ontem
Comemorar hoje não tem graça
Que bons ventos lhe montem
Arranje logo alguém, vá a praça!
E espere o ano que vem
Para servir uma boa massa!

Decimar Biagini

sábado, 8 de junho de 2013

QUATRO PALAVRAS E UM IMPACTO

QUATRO PALAVRAS E UM IMPACTO
agora- surpresa-sofisticado-cadete



Agora observo o silêncio noturno

Surpresa, a alma revela-se em espelho projetado

Sofisticado pranto, verso soturno

Enxugado pela tela de um escrito auto-biografado


Cadete do ar, é o poema altaneiro

Que voa sobre estrelas esperançosas

Ao perscrutar a rima, cria um nevoeiro

Que o impede de enxergar lindas rosas


Até cair, na aspereza, de seu próprio canteiro

Nasce então uma púrpura magnetização

Tão rara quanto um onírico arco-íris no tinteiro

O teclado cria arcabouços pela própria ilusão


"Fazendo do poeta, seu mais nobre prisioneiro "


Decimar Biagini

FUGA DE POETA CASADO

FUGA DE POETA CASADO

Sim, melhor momento não há

Pego o teclado, sentado

Olho de revesgueio, a musa tá lá

No novo sofá, meio enviesado


Eu gosto da anca que fiz no estofado

O couríssimo cedeu com os duros poemas

E o rosto, com alegria, depois do vinho, fica rosado

É quando aproveito a novela da morena

Para botar a poesia em dia, com o coração acelerado



Decimar Biagini 

ENTENDO O RECESSO

ENTENDO O RECESSO
Somente eu fui capaz

De frustrar a minha expectativa

Em terras desertas

Fui meu próprio capataz

Não tive uma frase produtiva

Algumas idéias despertas

Morreram na ponta dos meus dedos

Antes mesmo do back-space apagar meus medos


Peço desculpa aos leitores

Pelas noites que passei teclando

Pelas coisas absurdas que semeei 

Sim, tive certos dissabores

Mas o tempo foi acalmando

A angústia que um dia criei

Hoje tenho outros amores

A vida segue me reinventando

Mas a poesia que operei

Trouxe um poeta se ocultando

Na liberdade que provei



Não temam pelo amanhã imprevisível

Ele é como a próxima intersecção no poema

Quando não for você, é algo compreensível

Pois o poeta vive num mundo maior que sua pena


Sou hoje uma pessoa otimista

Em uma nuance fora da poesia

Muita coisa deletei da velha lista

Mas não posso agir com hipocrisia

Aquilo que se perdeu de vista

Foi por que a paterna semântica queria


Decimar Biagini

segunda-feira, 20 de maio de 2013

AMANHÃ


AMANHÃ (HOMENAGEM AO ANIVERSÁRIO DE PAOLA BIAGINI)


Na contramão do corriqueiro
Resolvi profetizar uma data
Pois o tempo corre ligeiro
Nunca tivemos uma data exata

Sobre o dia de amanhã
Digo que me faz recordar feliz
Da prima amada como irmã
Que cresceu como manhãs primaveris
Observadas por ovelhas de pouca lã

É, divina flor de existência admirada
Cuja essência comove a todos em qualquer roupagem
Amanhã nascerá novamente a menina louvada
Para que possamos consagrar sua passagem

Que brindemos antecipadamente
Abrindo trilhas aos que não a conhecem
Abençoado seja seu brilho, para todo sempre
Pois quando brilhas, nossas dores padecem

Decimar Biagini (primo carnal, irmão espiritual, amigo observador e compadre orgulhoso)

sexta-feira, 10 de maio de 2013

EU PERDI A MINHA VERVE



 
Eu perdi a minha verve
Já faz um certo tempo
O inverno não trará neve
E o outono não tem vento

As folhas estão paradas
A poluição deturpa meus olhos
As pessoas estressadas
Não encontram seus escolhos

Eu perdi a minha verve
Isso já não me surpreende
Ao poeta nada serve
Ler uma escrita que se vende

Quanto mais dos outros
Enquanto seu poço está seco
São como interrompidos coitos
Cessados por iogurte grego

O meu leite já não ferve
Sem aditivos cancerígenos
Eu perdi a minha verve
Tragam de volta os alienígenas

Decimar Biagini

sábado, 30 de março de 2013

TRÂNSITO FILOSOFAL



Observe as ruas de sua cidade, estamos sempre voltando para casa, ninguém se lembra de como chegou ao trabalho. Acredito que o bafômetro deveria ser substituído pelo sonômetro. Não são raras as vezes em que em uma preferencial você encontra um condutor sonolento invadindo seu espaço sem sequer saber o sentido da sua ira ou escutar a velha e consagrada frase que melhor define o significado da palavra caos social: - "Ei idiota, olha por onde anda".
A propósito, não demora muito o google disseminará o mecanismo em que eu poderei digitar esse texto por um comando de voz utilizando óculos enquanto dirijo, então o guarda municipal terá que encontrar um antídoto apropriado, talvez nos proíba de usar óculos, aí, finalmente, estaremos todos livres.
Nos aproximamos apocaliticamente do melhor tempo vivido na terra, não há dúvidas que a ideia fabulosa de sete bilhões de cérebros pensantes interligados levantando todo dia para buscar os louros do suor consumista abreviem sua existência com um simples clique de um menino mimado.
Imaginem que este tempo se aproxima, ao verificar em seu quintal se alguma coisa no seu belo café da manhã veio de lá, em positivo, perguntem-se da hipótese de já estarem mortos e que este ritual já não se opera no mundo global por uma questão óbvia, sendo escaços os quintais, são parcos sobreviventes as pessoas que tem tempo para observar isso, quando se dão por conta, já estão plantando nos jardins da terra prometida.
Mas vou encerrar esta divagação, já não há mais justificativa para escrever algo enquanto o quintal ganha aspecto de mato, hora de cuidarmos de nossos quintais quiméricos.

Decimar Biagini

sexta-feira, 22 de março de 2013

ACRÓSTICO NOP


ACRÓSTICO NA NOP (DIA 22 DE MARÇO)

E m alguma profundeza
S apiente e calmo
T omo minha cerveja
O bservando o outono
U  mbrais de tristeza

E  nvolvendo-se no trono
M ovem-se em minha cabeça

T rovejando em meu rumo
R astros que apaguei sem certeza
A nsioso em buscar o consumo
N a infomaré de vasta riqueza
S ôfrego, como rastilho de fumo
F omento páginas de pobreza
O rando por outros sem prumo
R indo da própria incerteza
M udo rápido meu desabono
A ssumo uma visão otimista
iÇo a vela, viro a mesa 
à nsia de quem é o próprio dono
O rvalhado pela nova conquista

Decimar Biagini

sábado, 9 de março de 2013

QUANDO RECEBI MEU PRIMEIRO PAPIRO



Talvez fosse a hora
De fechar esta janela
Sangue de outrora
Estampado em sua tela

Alguns estilhaços
Algumas condensações
Amigos escaços
Talvez certas decepções

Hoje, observo meus passos
Nesse virtualismo de ilusões
Vejo com Wasil, meus laços
Tivemos boas ilustrações

Palpável é o presente
Recebi pelo correio
Amizade para sempre
Com surpresa logo veio

Uma árvore plantada
Lá na estância de meu avô
Uma criança encantada
E um livro que se registrou

Essa vida é surpreendente
Algumas amizades vem de longe
Sempre próximos da gente
Ficam lá onde o coração se esconde

Decimar Biagini

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