No peito ecoa um poema
brasa viva a luz do outono
um banquete de palavras
onde o sonho encontra o abono
Cada sílaba é memória
tremulando na alvorada
como a mão que busca estrelas
na vereda abandonada
Se uma lágrima resvala
não é dor nem despedida
é a alma que se escora
nos mistérios desta vida
Seja um pranto consagrado
rito puro em brisa leve
pois no verso do poeta
o infinito se descreve
Que a turba grite e desdenhe
que se ergam vozes frias
mas o tempo guarda a chama
e a renova em melodias
E ao surgir novas auroras
quando a carne for poeira
será lido em silêncio
onde a alma for inteira
Decimar da Silveira Biagini
19 de fevereiro de 2025
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