Ao sopro de um novo sol
Porto Alegre se refaz
na corrente que ora traz
esperança e novo arrebol
A enchente não mais o dói
a cidade se levanta
e a feira qual chama santa
rebrilha nunca se foi
O poeta em bus atravessa
o planalto estrada e serra
em rima verso e promessa
pra ver seu chão sua terra
Lajeado, Taquari
num sul a se redimir
Canoas em luta e pranto
no passado a resistir
Chega enfim ao terminal
onde outrora a dor foi fria
e a nova gente afinal
dá partida com alegria
Pelo trajeto avenidas
ainda marcam o estrago
mas na alma bem sentidas
as marcas já viram afago
Na feira sem a vaidade
de ser lido ser quem brilha
busca o que o mundo ensina
pra seus filhos e a verdade
Perde a data do ingresso
um descuido distração
mas o acaso dá-lhe acesso
a uma nova emoção
E ao fim nas bancas contando
suas lutas e os seus passos
vê o orgulho renascendo
nos olhares nos abraços
Porto Alegre em fé fecunda
num querer se reergue inteira
e em cada mesa e esquina
vê-se a vida verdadeira
Embaixador se consagra
A vida têm incentivos
A alma de quem lê lavra
Na busca de bons amigos
Decimar da Silveira Biagini
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