Crianças, roupagem escrava de usuários
Na revolução industrial
Tivemos tanta desesperança
Rumo ao materialismo infernal
Escravizavamos crianças
Na hoje repaginada revolução digital
Exploração do olhar que não cansa
Engrenagens da Superindústria
Extrativismo dos dados das nossas esperanças
Imaginário para a fabricação do valor
do gozo
Nova produção em série a todo vapor
No seu senso comum, as democracias em repouso
Consideram o meio
de comunicação mero distribuidor
Não é conteúdo, é novo meio de produção
Eles usurpam gratuitamente dos artistas
Sofremos de um déficit de paradigma sem solução
As autoridades reguladoras não assimilaram sua vista
Produção de valor gratuito
O trabalho do olhar que fotografa, edita, filma, publica, segue e curte
Isso é tudo tão esquisito
Que revolucionários seres sensíveis, filósofos, pensadores e artistas, silenciam enquanto só algoritmo discute
O poeta grita, o cantor silencia, o pastor abandona as ovelhas
E nossas crianças? Quem pagará por isso?
Decimar da Silveira Biagini
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