ALMA POÉTICA
Quanto mais eu escrevo
Mais me contradigo
Sou alma
em alto relevo
O que digo logo desdigo
Arquiteto versos e me
atrevo
Na esquina do improviso
Com adrenalina em meus nervos
Almejando
no leitor um sorriso
Ou então o despertar de medos
Pescando sua dor sem
caniço
Quero a eterna combustão
Enquanto minha verve
permitir
Revelando-me sem exatidão
No pranto que me faz mentir
Suando
sem derivar da profissão
No encanto do poema a esculpir
Eu choro, eu
grito, eu danço
Eu levo à musa para casar no parnaso
Eu imploro, eu brigo,
eu canso
Me atrevo a versejar sem embaraço
Morro e renasço
ardentemente
Desvendo-me na cegueira do ego
Socorro com abraço
comovente
Perfumando-me no jardim que rego
Escorro pelo laço
contradizente
Buscando em mim a rima que prego
No forro do teto
adjacente
Carregando um querubim e um diabo
Decimar Biagini
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