Se morro na poesia,
e tu morres na melodia.
Se deixa de arder em veia tua
o improviso de uma meia lua.
Me acompanhe em minha morte,
no último sorver do chimarrão.
Pois é duro ser poeta sem tal sorte,
assim como o músico sem canção.
Se alguma vez faltei contigo amigo
que me decepem os dedos de poeta.
Se acaso escrevi só com meu umbigo
perdõe meu jeito de narcisista pateta.
A poesia já nos transportou
por terra de charruas,
reinos e solitudes.
Tudo que pela net se criou,
foi feito por almas nuas,
sem treino e até rudes.
Não demos em nossas dores
mais sorte do que a escrevemos.
Nessa amizade surgiram atores,
nas muitas vidas que tivemos.
E assim, nosso encontro final,
como não teve nascimento,
morte também veio igual.
Mas deixo aqui meu sentimento,
de respeito, por este bagual.
Decimar Biagini
Segunda Serenada
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Segunda Serenada
Penso que o dia soberano
É aquele da missão vivida
Sem um ritual tão arcano
Numa simplicidade obtida
Um silêncio nada insano
Um recanto p...
Há 13 horas
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