Se morro na poesia,
e tu morres na melodia.
Se deixa de arder em veia tua
o improviso de uma meia lua.
Me acompanhe em minha morte,
no último sorver do chimarrão.
Pois é duro ser poeta sem tal sorte,
assim como o músico sem canção.
Se alguma vez faltei contigo amigo
que me decepem os dedos de poeta.
Se acaso escrevi só com meu umbigo
perdõe meu jeito de narcisista pateta.
A poesia já nos transportou
por terra de charruas,
reinos e solitudes.
Tudo que pela net se criou,
foi feito por almas nuas,
sem treino e até rudes.
Não demos em nossas dores
mais sorte do que a escrevemos.
Nessa amizade surgiram atores,
nas muitas vidas que tivemos.
E assim, nosso encontro final,
como não teve nascimento,
morte também veio igual.
Mas deixo aqui meu sentimento,
de respeito, por este bagual.
Decimar Biagini
Capitania do Saber, memórias da biblioteca
-
Outro dia, no silêncio digital de um PDF aberto na tela fria do meu
celular, me bateu uma saudade funda, quase doída, da biblioteca da minha
adolescência —...
Há um dia
Nenhum comentário:
Postar um comentário