Sou taura da presilha até a ilhapa,
não tenho cara de sorro manso;
levo na estampa o bafo de canha,
o baile todo só bebo e não danço!
...sou guasca do mango até a guaiaca
...danço com minha prenda e não canso
...se vejo um bucho eu passo a faca
...de china feia não quero ranço
Sou grosso e ignorante
como salada de urtiga
agarro touro a unha
e nunca bebo o bastante
...Sou filho desse Rio Grande
...e não me aparto da briga
...um diabo me ronca na cuia
...laço égua chucra com barbante
O galpão é meu palácio
meus vassalos são os cuscos
trovo com o tio Anastácio
largando tições pelos cascos
...Da coxilha tenho um pedaço
...planto meu fumo e chamusco
...e trago o rebuliço no laço
...gaúcho guapo não faz fiasco
Com permisso, poeta amigo,
escuta este trovador
meu prazer é prosear contigo
pois na rima és professor
...Dessa peleia fiz meu abrigo
...com o hermano improvisador
...sempre responde o que digo
...com a grandeza de pajador
Vou me retirar desta trova
pois sou pobre poeta de parca rima
em cada parceria a amizade se renova
e tua cidade, de Cruz Alta se aproxima
...De Pelotas te mando essa prosa
...da nossa querência campesina
...e se Cruz Alta também é formosa
...encilho o pingo e vou acima.
Decimar Biagini e Wasil Sacharuk
Cântico ao Cacique da Paz
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Cântico ao Cacique da Paz
Nas rodas do tempo
o menino escutava
voz de ancião
que o vento levava
Guardava no peito
semente e oração
pisava a ter...
Há 5 horas
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