DECIMAR BIAGINI

DECIMAR BIAGINI
Advogado e Poeta Cruzaltense

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domingo, 16 de janeiro de 2011

O AMIGO WASIL SACHARUK




Lá na Estância da Poesia Contemporânea
Ouvi poetas declamarem com agressividade
Um mundo fecundo de recordação espontânea
Das velhas máquinas de escrever à virtualidade

Encontrei certa feita, um guapo bom de improviso
Chamado de Wasil Sacharuk, na comuna Fernando Pessoa
Não afiava o estro por mero passatempo, não era à toa
Então improvisei com o poeta num trapo de simbolismo

Tecemos acrósticos, em guerrilhas de planuras sem fim
Na mesma grandeza atávica de Canabarro
Pastorejamos o gado, invadimos bolichos, flechamos querubim
De bacamarte em punho transformamos palha e barro
Em uma casa cheia de poesia chamada Brincando com as letras, que ao fim
Tornara-se Nova Ordem da Poesia, sem apagar o inexorável hábito

Ditados pela dinâmica dos novos tempos,
Na poesia com espontaneidade própria das verdadeiras vocações
Fomos agregando novos pensamentos,
Com alegria e prosperidade, glória de ligeiras boas intenções

Emergimos do mundo ignoto de nossas recordações
Wasil não se dizia poeta e eu me denominava poeta amador
Distribuímos em solo fecundo mais de 50 improvisações
Uma parceria semanticamente completa, como se fosse do mesmo Autor

Inserimos na vida moderna, o timbre de um coração de guasca
Pois nossos antepassados foram destinados da restinga para a cidade
Mas o campo jamais morreu à mingua em nossa poética verdade
Retratamos o pago na mítica caverna, em frente a uma projeção em massa

Chamada de internet... em uma poesia contemporânea...
Hoje os gaudérios recortam coxilhas e mares, nas tardes escaldantes de verão
Ou nas madrugadas frias, quando o vento minuano geme no ouvido do peão
E as barbas de bode, ficam na parceria, incendiadas pela leitura eletrônica...

Decimar Biagini

RÉPLICA

Deixei o carvão fumegando na brasa
mas para minha prenda deixei um aviso
cuida pra que não pegue fogo na casa
vou lá cuidar de uns versos de improviso

Não recuso convite do poeta Decimar
um gaudério que brinca com as letras
tem essência na crítica e sabe brincar
derretendo os teclados e as canetas

Quando quero um verso haragano
encilhado na rima e no argumento
eu busco um verbo imigrante siciliano
compartilho um mate e outro invento

Quando vi o poema indicando Wasil
lindo e exposto igual frango assado
meu nome estampado pra todo Brasil
confesso que fiquei emocionado

É algo grandioso escrever poesia
na simplicidade que o verso exprime
sobretudo contar com a parceria
do amigo poeta Decimar Biagini.

Wasil Sacharuk

ENALTECIDO COM A RÉPLICA
Eu estava com a carne no bucho
De repente li o verso do missionário
Na homenagem a um gaúcho
Cuja amizade preso mais que o sudário

Senti o arôma de teu churrasco
E quase ouvi gritando para Dhenova
Um campo verde ao redor da tua trova
E uma palha na mão com forte tabaco

Tropeio sem rumo, busco amizade
Nos assobios tangendo minuanos
Buscando pousada na tua realidade
Nos versos que rangem dentes paisanos

Um dia me largo para junto dos teus desatinos
Com um litro de vinho in natura
Teremos noites ao som de volinos
E brindaremos as gaúchas conjecturas

Decimar Biagini

TRÉPLICA

Ah, gaúcho
se trazes o vinho in natura
eu vou ao bolicho
e no capricho
compro uma garrafa de pura
depois preparo um mate
com rapadura
de Santo Antonio da Patrulha

E no repuxo
do improviso a trote
vou replicar o teu mote
numa pajada de luxo
esganiçada numa rabeca
junto aos latidos do guaipeca

Poeta, tu já me conheces
e sabe que apetece
assar umas ripas de costela
de novilho da curutela
com sal grosso na graxa
e tocar essa vida borracha
atando os nós da poesia

Em breve chega o dia
em que a vontade assalta
e sobra uns pilas na guaiaca
que por último anda pobre
tu vais carnear uma vaca
que eu vou até Cruz Alta
declamar teus versos nobres.

Wasil Sacharuk


RETRUCO

RETRUCO
Estou produzindo um mimo
Lá no tal portal do youtube
Assim de Pelotas me aproximo
Na nostalgia de quem joga gude

Perdõe este vício pela rima
Nesse calor melhor seria um açude
Mas é que gosto dessa esgrima
Em que com a pontuação pareço rude

O improviso está para mim
Como a amizade está para nós
Uma verve de poesia sem fim
Como trova em galinha com arroz

Decimar Biagini

A DESEJADA HORA DA BÓIA (AO RETRUCO)

Arroz com galinha
é uma boa pedida
uma barbaridade de comida
para selar esse retruco

Os ossos jogados aos cuscos
ensebados de bóia esquecida
tirando das sobras a vida

Nessa hora brota a vontade
de sentir o calor da amizade
nos roncos do chimarrão

E por isso, meu irmão
que a poesia implora
não fiquem os cuscos de fora
da nossa contemplação

Há um gaúcho que diz
que todo vivente é feliz
se tiver um guaipeca e o mate
bóia e fumo a vontade

Mas, meu poeta amigo
de uma ideia eu não largo
de compartilhar contigo
uma rodada de trago.

Wasil Sacharuk


AMIGO (DO IMAGINÁRIO AO LEGENDÁRIO)

Gaúcho, aonde estás eu te vejo
No vulto de um improviso de pajador
Dividindo verves em relampejo
No culto de um ombro amigo enriquecedor

Além dos campos vastos de tua sintonia
Nessa galinha com arroz que comentastes
Na importância do cusco e da prendinha
Quando a tarde boleia infinitos contrastes

Aguardo o floreio do cruzeiro do sul
E penso na Princesinha Sulina pomposa
E lá imagino uma noite de festa e prosa
Onde escutariamos tua viola até o céu ficar azul

Decimar Biagini

E CONTINUA...
Que se faça do poema o ensejo
solidário instante confortador
de letras rimadas beleza e sobejo
o alento de poeta improvisador

Desses campos verdes brota poesia
pena que lida de poeta é biscate
não compra nem um saco de erva verdinha
e mal sustenta o vício do mate

Mas o que vale é abrir a porteira
da amizade evoluida na trova
até que a poesia nos dê uma sova
de querências e promessas caborteiras.

Wasil Sacharuk

SONETO LIVRE AO DOMINGO COM WS
De querências e outras cositas caborteiras
Cheias de recuerdos na alma da gente
livrando-nos do ajoujo de presilhas ligeiras
Enquanto a amizade se fizer presente

Permita, amigo, que eu possa ver ainda
o rancho da tua poesia de verve infinda
Quando baixar a luz do sol morrente
Ao dedilhar de cordas em grito estridente

Então abraçaremos as loncas das coxilhas
Percorrendo velhos caminhos de nossa gente
Retovados por afagos de almas farroupilhas

E que em tal bolear do pingo em horizontes cortados
Avistemos lá para as bandas do poente
Leitores meditando em semântica de sonho ardente

Decimar Biagini

ATÉ A PRÓXIMA


Gambeteiam comigo
Místicos anseios
De trovar com o amigo
Num tilintar de freios

Um dia chegará o momento
Por ora, peço licença
Pois devo levantar acampamento
A musa deu-me uma prensa
Vou ter de cortar o gramamento

Foi um prazer tal saudoso plancho
Deixo aqui, à disposição, meu rancho
Que essas trovas nos sirvam de poncho
Quando chover saudade dos jardeios
E que possam ser rimados os anseios
Para que os leitores fiquem de olhos cheios

Decimar Biagini

CHAVE DE OURO

Um gaúcho se faz de poesia faceira
modulada em contorno eloquente
e por isso que salta as tranqueiras
com verve inspirada e mate quente

Veremos apagar a tarde linda
vestida de chita a lua é benvinda
enquanto o sol se faz ausente
o rancho não fica indiferente

Mesmo se o hermano é de outras trilhas
de onde o solo só vinga outra semente
dividimos as nossas maravilhas

A poesia invade os outros cercados
em fagulhas de rima incandescente
espalhando a cultura riograndense

Wasil Sacharuk

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