Cheguei bem perto do cume
Avistei algumas águias comigo
Em uma esperança vagalume
Parei de observar meu umbigo
Deixei de escrever poesia
Larguei a rima viciante
Foi-se então minha alegria
Em buscar o poema triunfante
Fiz um passeio na abstenção
Apenas observar escritores em silêncio
Tudo que senti foi a solidão
E sequer do leitor tive um lenço
Então a lágrima caiu no chão
Agora que retorno à poesia
Senti um vazio mais profundo
Não era isso que eu queria
Ser apenas uma alma no mundo
Alma errante e nada talentosa
Que relata sentimentos corriqueiros
Numa estante de prosa
Chamado de Bar pelos Orkuteiros
E aqui estou, triste e solitário
Pedindo mais uma dose de amargura
Nada restou, além do meu calvário
Sou mendigo do elogio, a vida é dura
Decimar Biagini
Capitania do Saber, memórias da biblioteca
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Outro dia, no silêncio digital de um PDF aberto na tela fria do meu
celular, me bateu uma saudade funda, quase doída, da biblioteca da minha
adolescência —...
Há um dia
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