Estou lutando contra meus princípios
Acho que todo grande momento histórico
No que tange o literário e seus vícios
Evolui quando nos desprendemos do retórico
E ao escrever sempre segui esses indícios
A fim de transcrever a alma do poeta simbólico
As melhores obras dos grandes homens
São advindas da época em que escreviam de graça
Por isso esta febre que o orkut consome
Criou lindas poesias como as de Sócrates na praça
Porém, como todo cego pelo ego existencial
Sinto um vazio, na medida em que o tempo passa
Vai que nada fica registrado, vem a moderação e tchau
Então resolvi me contradizer, mão na massa
Coletei tudo que escrevi e fiz uma proposta editorial
Uma quantidade incrível de autores em desgraça
Ingressa na condição deplorável da literatura atual
Como então eu poderia deixar de por a mão nessa taça?
A única essência, restará na exegese de meus poemas
Não na forma pela qual me propus a divulgá-los
Os eruditos por excelência, sofrerão em duras penas
Pois não há norma na poesia que os induz à criar calos
Sequer saberão algo, senão compreenderem minhas razões
As razões do poema, da observação de meu mundo
Saberão que não sou fidalgo, então só serei lido com corações
E essa leitura plena, essa obstinação pelo eu profundo
Correrá como cachorro galgo, rumo às minhas indagações
Decimar Biagini
Capitania do Saber, memórias da biblioteca
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Outro dia, no silêncio digital de um PDF aberto na tela fria do meu
celular, me bateu uma saudade funda, quase doída, da biblioteca da minha
adolescência —...
Há um dia
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