Em voz baixa e anelante
Ali jazia um poeta amador
Subitamente seu semblante
Mostrava seu grande temor
Fazendo um grande esforço
Pediu para a enfermeira
Que lhe beijasse o pescoço
Ela disse: que besteira
Se ao menos fosse um moço
Mas é um velho sem dinheiro
Ele então treme como em febre
Pede uma caneta e um papel
Seu pensamento corria como lebre
Em poucas linhas fez um cordel
Seu espírito perturbado
Pediu que a moça lesse aquilo
E então, em choro revelado
Juntou à boca do poeta seu mamilo
Decimar Biagini
Capitania do Saber, memórias da biblioteca
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Outro dia, no silêncio digital de um PDF aberto na tela fria do meu
celular, me bateu uma saudade funda, quase doída, da biblioteca da minha
adolescência —...
Há um dia
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