Correm os olhos sob as tábuas
Baixam lentamente, rumo ao canto
Afoga-se o peito em mágoas
Soa a música em puro pranto
Na tomada, existe algo plugado
Mas o desânimo foge da alçada
Sequer escuto o televisor ligado
A mente parece viajar na madrugada
Corro a barra de rolagem ansioso
Sinto que prefiro ser aquilo que não pude
O único consistente, é o verso formoso
A rima já formou opinião, mesmo que rude
Amanhã eu odiarei este versejar
Pois retratará minha fraqueza
Prefiro então não mais comentar
Quiça recolher as cartas da mesa
O que me resta, é dormir
E torcer para que esqueça o que disse
Antes que a verdade queira surgir
E que eu possa me retirar,
Antes que eu mesmo a visse
No tracejar do retrato poético....
Decimar Biagini
Capitania do Saber, memórias da biblioteca
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Outro dia, no silêncio digital de um PDF aberto na tela fria do meu
celular, me bateu uma saudade funda, quase doída, da biblioteca da minha
adolescência —...
Há um dia
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