Aqui na capital
do Rio Grande
O Minuano
sopra o pó
do cimento
O chimarrão
une a gauderiada
nas praças ensolaradas
E meu sotaque tem o timbre dos edifícios... (Anorkinda)
Esta força
do sangue açoriano
Que faz da alma
um monumento
Mistura da invasão
do castelhano
Histórias contadas
ao relento (Decimar)
Mas não é mal
É evolução adiante
Pois chama o hermano
Pra vir a galope
No vento
E o bolão
acolhera a gurizada
na cancha reta
E minha pilcha tem a cor do concreto
Já nem lembra o cheiro de terra (Wasil Sacharuk)
Terra
que chamou poetas
Migrações de letras
Fusão de culturas
Reduto de luta
e bravura
Porto dos casais
Onde os navios atracaram
E uma vez
Encostados naquele cais
Tornou-se difícil
a missão
dos que ali
não retornaram
Levam consigo a lembrança
da união
De gente sentada
na grama
Do parque Marinha à Redenção
Capital de quem ama
E orgulha-se deste chão (Decimar)
No chão da minha infância
Tive o pé na terra
E os cabelos ao vento
No galope do cavalo
Perdi a noção do tempo
No caniço de pesca
Busquei alimento
Na mata, na pedra
Postura
remendo
Senti
no orvalho da manhã
o verde amarelado da madrugada
provei do leite
Tirado na hora
Senti o cheiro
Da vida de outrora.
Então, neste momento
O concreto não me incomoda.
É do pampa
O meu grito
Num pôr-do-sol
Sem lamento
Sem agito. (Dhenova)
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