DECIMAR BIAGINI

DECIMAR BIAGINI
Advogado e Poeta Cruzaltense

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quinta-feira, 7 de julho de 2016

Dúvidas de um viajante

Há cem anos
Eu aguardava
Na central do Brasil

Um novo encarne aguardava
Vagava pelos vagões
E não encontrava
Nada que pudesse vestir no Rio

Uma cidade maravilhosa
Se via baleias na Guanabara
Pensei em ser sambista
Mas vagabundo caia no pau de arara

Pensei em ser malandro
Mas a concorrência me anularia
Pensei em ser político
Mas não era hora da democracia

Sondei os poetas
Mas não saiam de casa
Tampouco pegavam trem
Pensei em ser aviador
Mas avião ainda não voava

Soou então o apito
Subi num beco perto da estação
E o resto não lembro bem
Até a próxima reencarnação

Decimar Biagini

terça-feira, 28 de junho de 2016

Escrever por verve

Escrever por verve

É acampar de noite no mato
Buscar lenha sem lanterna
E não saber ao exato
quem te arranha pela perna
Se uma onça ou um gato

A curva da frase pela rima
Em cada estrofe desconhecida
É como a luz que se aproxima
Causando surpresa ao escriba

Decimar Biagini

Virtualidade escrava

Virtualidade escrava

Escreva algo
No que está pensando
Torne a vida de seu amigo mais feliz

Não sou mago
Nem sempre estou criando
Também não posso escrever o que não se diz

O Facebook exige muito
Não te deixa absorto
É aquele mala aflito
te tirando da zona de conforto

Mas tudo bem
Aqui estou eu
Por falta de opção
Há  malas que vem de trem
Outras de avião

Escrevo nas nuvens
Quando não convém
Pois é dura a solidão

Decimar Biagini

segunda-feira, 20 de junho de 2016

Sonetilho de inverno

Sonetilho ao inverno

O sol está mais longe
A noite se estende
A lua não se esconde
A fogueira se acende

O poeta não se arrepende
Daquela taça a mais tomada
A musa então se rende
À verve da madrugada

O caminho da retomada
Nas suaves curvas da colcha
Torna-se quase nada

Na busca do calor humano
Dentre todas as estações
É a invernia, a melhor do ano

Decimar Biagini

quarta-feira, 1 de junho de 2016

Lã tingida

Lã Tingida

Um balde de tinta
Uma nação manchada
Por mais que o senado minta
Não ganha dos deputados

Um balde de tinta
Uma alma lavada
Por mais que o eleitor sinta
a crise está lançada

Desemprego em 12%
Comércio vazio
Professor sem aumento
Pátria que te pariu!

Paguei adiantado
E o pintor sumiu
Votei num deputado
E o ladrão fugiu

Confiei no senado
E todos tem conta no exterior
De que vale um diploma
Se tá cheio de doutor

Fica então a dica,
surge uma centelha
Vê se arruma a mala e sai
Foge para a turma do Mujica
E vai tosar ovelha
Logo ali no Uruguay

Decimar Biagini

domingo, 15 de maio de 2016

Casório numa sexta 13

Como gaita sem fole
Uma noiva sem véu
Quis casar por teimosia

Para brindar sem gole
Sem tenda, só céu
Votos sem poesia

Para piorar! O consolo
Foi deixado pela noiva
Atrás da sacristia

Decimar Biagini

sábado, 14 de maio de 2016

Acrostico

C uidados
A tomar
M undos
I mersos
N oções
H umanas
O cultas

P rocura-se
A lmas
R icas
A lia-se
L ibertos na missão
E ntusiasma-se
Lançados
A uma decisão

quarta-feira, 11 de maio de 2016

O Tempo como senhor dos remédios

Ainda era tardinha
O céu nublado anunciava
Vinho e boa poesia
E cheiro de pão novo na casa

Ainda era tardinha
Era assim que eu chegava
A musa então se rendia
Com a cafungada que lhe dava

A parca rima e a junção
Não era o que me incomodava
Mas sim a grande solidão
Que o inverno passado me dava

Hoje com os tentos
Dividindo atenção na sala
Me trazem bons ventos
Com emoção de perder a fala

O xeroquinho pedindo colo
O maior pedindo o carro
O do meio fazendo bolo
E a musa do lado, é claro

Decimar Biagini

domingo, 8 de maio de 2016

Amor Materno

A infância se enraíza
M antenedora do essencial
O rnamenta e suaviza
R iqueza sem igual

M ansa e segura
A lma abnegada
T ernura sem fim
E ntusiasmante e pura
R aio de sol na chegada
N aturalmente dura
O suficiente, por toda vida

sábado, 30 de abril de 2016

Final de sacana

Final de sacana

O sábado
é um apanhado
de tudo o que você
prometeu
Num próximo passado
Mentiu alterar sua rotina
Para seus familiares
Para si
E para os males da alma
O domingo é o desespero
Daquilo que você prometeu
E por preguiça ou capricho
Passou num entrevero e
não cumpriu.
Sobra então o Facebook
E um dedo no curtiu!

Decimar Biagini

segunda-feira, 18 de abril de 2016

Dias Assim

Olho para cima
Contrariando a crise
Busco uma rima
Um verso em aclive

Fecho os ouvidos
Busco alguma luz
Ignoro os envolvidos
Não lhes dou cruz

Pago impostos
Somo as contas
Priorizo opostos
Rego as plantas

Rio um pouco mais
Gasto muito menos
Pois tanto faz
Em tempos nada amenos
Menos é mais

Decimar Biagini
18 de abril, ano do macaco de fogo

terça-feira, 12 de abril de 2016

CONJUNTURA COMPARADA

Poema conjuntural político-econômico

Quando foram feitas enquetes
A grande maioria
se dizia classe média
Após a corrupção nas manchetes

Todos somos órfãos do governo
Sem senso, sem classificação
O povo anda enfermo
Tão tenso, com tanta decepção

Muitos estavam alegres
Com emprego, carro e presenteando
Tinham remédio para febres
Acordavam cedo e saiam gastando

Hoje, como avestruzes
Escondem sua frustração
Já gastaram seguro desemprego
E com limite estourado
Anseiam por renegociação

Encostam-se em algum aposentado
E torcem por uma nova geração
Outros atravessam para outro lado
E tentam a sorte em outra nação

A assistência era ampla e irrestrita
Hoje as filas viram esquinas
Sem paciência a população aflita
Procura alternativas medicinas

Os ricos compravam uma blusa casual
E a cada estação mudavam o roupeiro
Os pobres também assim o faziam
E ambos compravam no mesmo local

Veio a privatização
E passaram a evitar filhos
O nível de mortes aumentou
Veio muita imigração
E tambem mortes e sacrifícios
Muito consumo de álcool e depressão
Milhões de aposentadorias precoces e beneficios

Rússia do Boris, antes e depois da inflação!
Agora analisa e compara com nossa conjuntural situação!

Relaxa que tem solução
Hoje a Rússia retomou
E voltou a ter boa projeção

Decimar Biagini

segunda-feira, 11 de abril de 2016

Dois Mundos

A ponte nova
O arco íris
A exitosa prova
A arca de osiris

Desafios e mitos
Fábulas e motes
Contos empíricos
Insights e dotes

Como é entusiasmada
A saga de um escriba
Como é encantada
A poesia em sua vida

Porém, na segunda
A rotina lhe chama
E tudo se redunda
Em trabalho e cama

Decimar Biagini

terça-feira, 5 de abril de 2016

Virando a Ampulheta

Você transita pela rua
Mira no objetivo
E não vê ninguém

Mais tarde, retorna na sua
Pelo mesmo caminho, altivo
E vê quem lhe convém

Tudo tão antagônico
E a rotina lhe consome
No dever cumprido lacônico
E morre sem deixar um nome

Decimar Biagini

domingo, 27 de março de 2016

Sobriedade Pascal

Esquecemos do essencial Cuidando o alheio O dia a dia parece igual E o tempo sempre feio A grama do vizinho A grana do jogadorzinho A fama do vizinho A falta daquele vinho E quando nos damos por conta Não cortamos as unhas dos pés Navegamos por tanta ponta Sem limpar o próprio convés Então o peixe apodrece E a criança logo cresce Sem entender o seu revés A culpa é do coelho A culpa é da Dilma A culpa é do pai do pentelho A culpa é de quem filma E passamos a vida a procurar Um vilão e um culpado E sem ter a quem crucificar Fica então o recado Pare de se culpar Renasça com a paz de Cristo E sendo ou não bem quisto Largue logo de tudo isso Ou deixe a vida lhe julgar Decimar Biagini Por uma Páscoa mais sábia

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