Ao alvorecer, em mística vigília
respiro a luz que dança sobre o orbe
No vento há notas tênue maravilha
um véu dourado que o olhar descobre
As folhas rubras rastros do poente
sussurram segredos na estação
Jacintos rompem solos lentamente
escritos pelo tempo em oração
Em gelo brilha a lâmina entalhada
num rendilhado etéreo e tão preciso
A vida canta oculta e revelada
mas poucos leem seu sutil aviso
O mundo é mágico em sua trama
pra quem contempla e vê que tudo chama
Em ventre azul das águas mais profundas
ecoam cantos de um saber antigo
Na espuma moram lendas tão fecundas
que embalam o silêncio como abrigo
Em céu de âmbar, cândidas centelhas
bordam os véus da noite em sua dança
Estrelas guiam almas como abelhas
na colmeia secreta da esperança
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