DECIMAR BIAGINI

DECIMAR BIAGINI
Advogado e Poeta Cruzaltense

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sexta-feira, 30 de outubro de 2009

NOSSO AMOR, O DESTINO E A VERDADE

Existem verdades que não precisam ser ditas
Quando deita sua cabeça em meu peito
Compreende muito bem o meu jeito
Dando conta de arrancar dores escondidas

Escuta não tão somente o meu coração
Mas a felicidade que proporciona no afago
A gratidão que tenho por provocar-me paixão
A sinceridade que mostro no abraço que lhe trago
A certeza do amanhã quando sei que você é meu chão

Todo rumo é rumo certamente em vão
Quando não almejado na mesma direção
Já passamos por fogo cruzado e provação
Mas o destino conspira em prol da nossa união

Decimar Biagini

RETRATOS DE UM FIM DE TARDE

Pode se dizer: "dia como outro qualquer"
Uma tarde repleta de tranqüilidade
Um homem caminhando com sua mulher
A falar do trabalho e de sua realidade

Em meio as voltas ao redor do parque
O homem se encanta com o sorriso de sua amada
Antes que o tempo venha e marque
Ele já retratou aquele brilho mais lindo que a alvorada

Pelo sorriso, surgiram mil lembranças
Dos caminhos que trilharam juntos
Do compromisso, e das intemperanças
Dos espinhos e das flores em assuntos

Na volta da caminhada, a conversa com vizinhos
Parecia se estender pela madrugada, então saem de mansinho
Continuam até a morada, e a cerveja tomam sozinhos
Eis que no anoitecer, a conversa apaixonada, continua pelo caminho

Decimar Biagini

terça-feira, 27 de outubro de 2009

O TREM DO AMOR

Carrego em minha bagagem
Os sonhos que contigo tracei
Se o amor é uma viagem
Então o maquinista serei

Venha comigo, minha morena
Embarque no trem do amor
Faça o que digo, valerá à pena
Deixe que seja seu condutor

Já passamos por muitas estações
Ambos já pensaram em descer
Mas são teimosos nossos corações
Fortes emoções ainda querem viver

Decimar Biagini

GÊNESE POÉTICA


GÊNESE POÉTICA I

Revendo em meus anais literários
Acho que o interesse em escrever
Foi decorrente de meu abcdário
Mas tirando a piada, vou lhes dizer

Meu pai, nobre professor e bibliotecário
Deixava-me entrar na biblioteca no recreio
Naquele mundo de sonhos e vivências
E eu me aventurava na leitura ao meio

Jamais completei algum livro que fosse
Minha curiosidade parecia prever o final
Não digo que era um gênio, assim fosse

Então comecei a fazer contos e roteiros
Na rua, eu fazia redação de jornais e filmes
Captaneva os vizinhos, para os entreveiros

Decimar Biagini

GÊNESE POÉTICA II

Na adolescência fui morar em Ouro Preto
Após o témino do segundo grau
Acostumado com churrasco no espeto
Foi difícil querer queijo minas frescal

Terra de montes, igrejas, café e escravidão
Tiradentes, Aleijadinho, quanta inspiração
Pré-vestibular, estudo e festa em resumo
"Ê trem bão" a República "Nau Sem Rumo"

Lá também escrevi algumas coisas, na arte de poetar
Mas um belo dia, numa das minhas farras
Perdi meu caderninho, que guardava com minhas garras

E com tantas confusões, por óbvio, rodei no vestibular
Peguei minhas coisas, me despedi de minha prima
E da minha tia em Mariana, e voltei para a terra do chima

Decimar Biagini

GÊNESE POÉTICA III

No retorno para minha terra Natal
Fiz faculdade de direito e passei num concurso
Foi uma vida de luta sem igual
Do trabalho para a faculdade, lendo no percurso

A Prefeitura era perto da minha cidade
Mas o acesso era pela estrade de chão
Lá tinha mato, pássaros, àgua a vontade
Boa Vista do Cadeado, um lugar de inspiração

Quando chegava na faculdade
Transformava-me em representante de turma
Lá lutava por justiça e igualdade

Brigava por ônibus, professores e poda da guanxuma
Chegava em casa e redigia trabalhos para vender
Cada aluno era escrito num estilo, o tema era só escolher

Decimar Biagini

GÊNESE POÉTICA IV

Depois de formado, eis a indecisão
Hora de estudar para a ordem dos advogados
Falei com o prefeito e pedi exoneração
Despedida dos amigos, cursinho e dias trancado

Veio primeira fase, segunda e a carteira estava na mão
Peguei minhas coisas e fui rumo ao Rio de Janeiro
Um gaúcho perdido num Cartão Postal, que vidão
Morei com nova família, a mesma do povo mineiro

Tratei de fazer pós graduação e curtir a praia
O pessoal da academia, do vôlei, férias o ano inteiro
Vi muita celebridade, só não vi a Cláudia Raia

Foi que bateu a saudade do sul, incentivado por um amor virtual
Peguei minhas malas, voltei para o Rio Grande, morar na Capital
Morei um ano, trabalhei em escritório grande, e este me demitiu no hospital

Decimar Biagini

GÊNESE POÉTICA V

VOLTEI À TERRA ONDE NASCI
FIZ DA PANELINHA MEU PEDESTAL
LÁ NAS CAPITAIS EU ME PERDI
AQUI ME REENCONTREI SEM IGUAL

ISSO POR MAIS QUE SE ANDE
MAIS DO QUE O VERSO SE EXPANDE
NA COMUNA DESSA TERRA
TODA ALMA SOLTA SE ENCERRA

BENDITA ÁGUA DA FONTE
QUE ME TROUXE DE VOLTA
DAQUELES MONTES

SEM TRAZER REVOLTA
APENAS AMOR PELO RIO GRANDE
A FINALIZAR O SONETO NAQUELE INSTANTE

Decimar Biagini

GÊNESE POÉTICA


GÊNESE POÉTICA I

Revendo em meus anais literários
Acho que o interesse em escrever
Foi decorrente de meu abcdário
Mas tirando a piada, vou lhes dizer

Meu pai, nobre professor e bibliotecário
Deixava-me entrar na biblioteca no recreio
Naquele mundo de sonhos e vivências
E eu me aventurava na leitura ao meio

Jamais completei algum livro que fosse
Minha curiosidade parecia prever o final
Não digo que era um gênio, assim fosse

Então comecei a fazer contos e roteiros
Na rua, eu fazia redação de jornais e filmes
Captaneva os vizinhos, para os entreveiros

Decimar Biagini

GÊNESE POÉTICA II

Na adolescência fui morar em Ouro Preto
Após o témino do segundo grau
Acostumado com churrasco no espeto
Foi difícil querer queijo minas frescal

Terra de montes, igrejas, café e escravidão
Tiradentes, Aleijadinho, quanta inspiração
Pré-vestibular, estudo e festa em resumo
"Ê trem bão" a República "Nau Sem Rumo"

Lá também escrevi algumas coisas, na arte de poetar
Mas um belo dia, numa das minhas farras
Perdi meu caderninho, que guardava com minhas garras

E com tantas confusões, por óbvio, rodei no vestibular
Peguei minhas coisas, me despedi de minha prima
E da minha tia em Mariana, e voltei para a terra do chima

Decimar Biagini

GÊNESE POÉTICA III

No retorno para minha terra Natal
Fiz faculdade de direito e passei num concurso
Foi uma vida de luta sem igual
Do trabalho para a faculdade, lendo no percurso

A Prefeitura era perto da minha cidade
Mas o acesso era pela estrade de chão
Lá tinha mato, pássaros, àgua a vontade
Boa Vista do Cadeado, um lugar de inspiração

Quando chegava na faculdade
Transformava-me em representante de turma
Lá lutava por justiça e igualdade

Brigava por ônibus, professores e poda da guanxuma
Chegava em casa e redigia trabalhos para vender
Cada aluno era escrito num estilo, o tema era só escolher

Decimar Biagini

GÊNESE POÉTICA IV

Depois de formado, eis a indecisão
Hora de estudar para a ordem dos advogados
Falei com o prefeito e pedi exoneração
Despedida dos amigos, cursinho e dias trancado

Veio primeira fase, segunda e a carteira estava na mão
Peguei minhas coisas e fui rumo ao Rio de Janeiro
Um gaúcho perdido num Cartão Postal, que vidão
Morei com nova família, a mesma do povo mineiro

Tratei de fazer pós graduação e curtir a praia
O pessoal da academia, do vôlei, férias o ano inteiro
Vi muita celebridade, só não vi a Cláudia Raia

Foi que bateu a saudade do sul, incentivado por um amor virtual
Peguei minhas malas, voltei para o Rio Grande, morar na Capital
Morei um ano, trabalhei em escritório grande, e este me demitiu no hospital

Decimar Biagini

GÊNESE POÉTICA V

VOLTEI À TERRA ONDE NASCI
FIZ DA PANELINHA MEU PEDESTAL
LÁ NAS CAPITAIS EU ME PERDI
AQUI ME REENCONTREI SEM IGUAL

ISSO POR MAIS QUE SE ANDE
MAIS DO QUE O VERSO SE EXPANDE
NA COMUNA DESSA TERRA
TODA ALMA SOLTA SE ENCERRA

BENDITA ÁGUA DA FONTE
QUE ME TROUXE DE VOLTA
DAQUELES MONTES

SEM TRAZER REVOLTA
APENAS AMOR PELO RIO GRANDE
A FINALIZAR O SONETO NAQUELE INSTANTE

Decimar Biagini

NORMALIDADE INTERIORANA

Eram quase dezoito horas, o sinal da cruz ainda não se realizava na entrada da sacristia.
As buzinas e os chiados de sons veiculares mal instalados perfaziam a ronda altisonante pela Terra de Érico Veríssimo.
Criava-se uma nuvem de fumaça ao longe, fruto das investidas de agricultores desesperados, que gastavam até o que não tinham no plantio da soja.
Alguns modernos bandeirantes aplicavam golpes conhecidos no calçadão da Comuna Cruzaltense, tais como pirâmide do jantar de gala, bilhete premiado, forasteiro precisando de passagem, pedido de medicamento em parada (um rapaz com uma criança no colo pedia dinheiro para comprar leite especial, a criança tinha intolerância a lactose, mal sabiam que com a grana que ele arrecada, já dava para comprar 5% (cinco por cento) dos ativos do grupo ELEGÊ), leitura de mão, quiromancia trucada (essa é uma nova modalidade que junta a ciganagem ao jogo de truco valendo dinheiro, o blefador tem seu futuro advinhado pela garçonete que está servindo os clientes, mal sabia ele que estava acomunada com o homem de brinco na orelha, relógio de ouro em um punho grosso, e anel brilhante em dedo enrugado).
Já pelas vinte para as dezoito horas, uma camionete F250, com um agricultor apressado, passa pelo semáfaro aberto para pedestres, e num golpe de infortúnia, dá cabo na vida de quatro pedestres (o padre que iria conduzir a missa na Igreja Nossa Senhora de Fátima, o rapaz que pedia medicamentos, o cigano que saia do carteado para pagar suas contas no caixa eletrônico, o forasteiro que atravessava a faixa para provavelmente pegar o ônibus para a Rodoviária), apenas um sobrevivente, uma criança que engatinhando completa com segurança a travessia, sendo erguida junto ao peito para seu verdadeiro pai (que alugava a mesma para o rapaz dos medicamentos, por R$10,00 (dez reais) a hora).
E então que, às dezoito horas, em três viradas a mais, os sinos badalavam na Capital do Trigo, o tráfego desengarrafava, a faixa era liberada pela perícia, e a vida continuava normalmente.

Decimar Biagini

domingo, 25 de outubro de 2009

MEUS PENSAMENTOS TE ACOMPANHAM






Minha Musa, como sou grato a ti
Quero que vivas na estrada que abrimos juntos
Quanto amor contigo já vivi
Teu nome se espalha em poesia, em infinitos assuntos

Ahh minha musa, quantas gotas de suor, quantas lágrimas ardentes
O cheiro da tua blusa, a pele que sei de cor, as noites quentes

Nos teus beijos, vejo-me sonhar com a crescente família
Em relampejos, atrevo-me a travar a incessante vigília

E a espera, até o momento em que possamos nos juntar
É o que fizera, deste ciumento poeta, um ser capaz de amar

Hoje te vejo, no tumultuar das ruas, no clamor do trabalho
E o que desejo, é o abraçar das almas nuas, no sabor do atalho
Sim, aquele momento, em que me teletransporto até ti
Em que o espírito sai do corpo, e a vida exsurge no que escrevi

Decimar Biagini, 26/10/2009

MEUS PENSAMENTOS TE ACOMPANHAM

Minha Musa, como sou grato a ti
Quero que vivas na estrada que abrimos juntos
Quanto amor contigo já vivi
Teu nome se espalha em poesia, em infinitos assuntos

Ahh minha musa, quantas gotas de suor, quantas lágrimas ardentes
O cheiro da tua blusa, a pele que sei de cor, as noites quentes

Nos teus beijos, vejo-me sonhar com a crescente família
Em relampejos, atrevo-me a travar a incessante vigília

E a espera, até o momento em que possamos nos juntar
É o que fizera, deste ciumento poeta, um ser capaz de amar

Hoje te vejo, no tumultuar das ruas, no clamor do trabalho
E o que desejo, é o abraçar das almas nuas, no sabor do atalho
Sim, aquele momento, em que me teletransporto até ti
Em que o espírito sai do corpo, e a vida exsurge no que escrevi

Decimar Biagini, 26/10/2009

SER ADVOGADO E POETA

Tudo começa com um sonho louco
Depois de alcançado dorme-se pouco
De manhã leio Maria Helena Dinis
De noite folheio Machado de Assis

É meus amigos, vida de advogado
É para bandidos, já diria o delegado
Ou para os atrevidos, diria o Togado
É para os malandros, diria o logrado

Agora, a vida de poeta, é obra aberta
É viver em descoberta, na arte incerta
É um exercício de busca de leitores
No traduzir de ofício, alegrias e dores

Eu sou viciado em elogio e cumplicidade
Concentrador e de uma única musa
Poeta fala de amor, às vezes até abusa
Nos meus versos deixo clara minha verdade
Refaço-me na dor e explodo na felicidade

Na advocacia tenho muitos planos
Com seriedade busco o amanhã seguro
Mas quem acha que não trabalho vive de enganos
Não se pode advogar tateando no escuro
É preciso ler muito para convencer os paisanos*

Mas uma coisa é preciso ser dita com sinceridade
Advogar e Poetar são para quem tem criatividade
É preciso saber morder e saber assoprar
É preciso convencer, fazer rir e chorar

Se por acaso tiverem senso de justiça
Não a dos homens (essa advém da cobiça)
Seja da Filosofia, da Sociologia ou da Religião
Estão aí duas artes, cujo dom é profissão

Decimar Biagini

* Divindade, na terminologia gaúcha.

sábado, 24 de outubro de 2009

SONETO AOS QUE MIRAM AO ALHEIO

...

Como são terríveis as chamadas serpentes
Que comparadas às desalmadas maldizentes
Têm o veneno que emana da perigosa boca
Suas vidas nutrem-se da inveja, desgraça pouca

Seus sorrisos são amarelos, em cândidas armaduras
Jardins dos outros são belos, os seus são amarguras
Amam menos do que fingem sentir, filhos da mentira
Proclamam obscenos gestos no despir, e no final se viram

Com extrema perícia no engano, tecem teia complexa
E morrem na complexidade de sua própria enganação
Absolvem e julgam de plano, pois sua autoria é conexa

Fingem estar sobre a égide do refúgio arcano e sacro
Juram de pé junto e elegem um Deus em puro engano
Cingem a coroa de flores fúnebre, em seu próprio veneno

Decimar Biagini

EXISTEM POETAS E POETAS, RESPEITO É FUNDAMENTAL

Venus, gostei muito desse desabafo em explosão
As pessoas precisam voar na leitura sem limites
De que vale um poeta se escreve em prisão
Cada um tem um estilo, com ou sem requintes

Tem coisas que ninguém tira, seja com ou sem rima
Que escrever não se ensina, é uma arte divina
Eu escrevo por adrenalina, brinco, grito e amo
O dia que não sentí-la, amputo as mãos de plano

A vida é mesmo estranha, mais estranho o humano
Quem escreve nada ganha, senão um prazer insano
Tem soneto de tudo que é estilo, uns soam como grilo

Outros, nos levam pela mão rumo ao sonho impossível
Envoltos, na autenticidade, no sumo, do coração sensível
Os leitores tem o poder de ler, mas alterá-lo é inadmissível

Decimar Biagini

OS SONETOS DE VÊNUS

Conheci Vênus em meados de outubro
Na comunidade Fernando Pessoa
Querida Vênus, de homenagens lhe cubro
Pois tudo que escreve é coisa boa

Nos tópicos em que fazia sonetos coletivos
Sempre seguiu a contento os temas envolvidos
Poeta que sente e transpira liberdade
É professora, avó e a pura sinceridade

Comparo Vênus a sonetistas atuais
Como Diógenes e Sônia Sotab
Sei que os estilos não são iguais

Mas a identificação, é para quem sabe
Mesmo sem assinatura, eu percebo um soneto legítimo
É como se cada coração de poeta tivesse um ritmo

Decimar Biagini
http://www.orkut.com.br/Main#CommMsgs?cmm=83467701&tid=5395888154603002983&na=4

RESUMO DA ÓPERA

Eu me perdi loucamente
Arrisquei o que não tinha
Para amar-te novamente
Para fazer-te só minha

Vão se os dias na vida corrida
Tristezas e alegrias na vida
É bom tê-la do lado querida
Pois o amor é melhor guarida

Minha musa de inspiração infinda
Tu és a acepção mais ampla do enunciado bem querer
Não casei contigo ainda
Mas tenho convicção que ao teu lado quero morrer

Estamos na reta final do nosso segredo
Amanhã o sonho vai se concretizar
Rezarei para que não tenhas medo
E com calma o teu sucesso irá chegar

Decimar Biagini

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Desculpas à AmazonaEu hoje me senti um cavalheiro pobreSem espírito, solitário, sem montaria, e caladoTão simples e vazio, nada valente ou nobreEu hoje, me perdi num potreiro podrePerdi a volúpia nas mãos que já não sentemDeixei-me abalar pelas palavras que omitemE entretanto, deixando, permiti que se despissemEm pranto, engoli o choro, neguei que o vissemJurei domar alguém, nem mesmo domei a mimAté o lábio sentiu frio, não era para ser assimMas de beijos febris, o passado ainda viveQuem sabe a esperança, suprirá a noite que não tive!Quantas vezes, depois do sonho, foi triste a realidade?Há meses, em pesadelo medonho, oculto a temeridade...Decimar Biagini

QUEBRANDO A TOLERÂNCIA

Caminhei cegamente pela rua
Não vi mendigos nem gente nua
Caminhei surdamente pela rua
Não ouvi buzinas nem a chuva

Por um momento, assoviando ao vento
Tive um sentimento, de puro isolamento
Era o sofrimento, de quem tem conhecimento

De que a vida é vazia e solitária
Angústia doída de querer ser ouvido
Mas sequer ter ação solidária

Então resolvi ouvir a dor dos indigentes
E vi que eu é que não agia como gente
Foi que tornei-me humano novamente
Não ver e não ouvir me tornara doente

Chamei então a atenção de um motorista
Expliquei que a buzina não retira um carro da frente
Achei a princípio que a idéia era otimista
Livrei-me de um murro convencendo aquela mente

As coisas foram mudando, o mendigo parou de beber
As ruas descongestionando, o motorista sem abastecer
Todos caminhando a pé pela avenida, a ouvir, sentir e ver
Almas na chuva se lavando, gotas de alegria, a sorrir e a viver

Decimar Biagini

terça-feira, 20 de outubro de 2009

MUSA DO POETA XUCRO

Não vem Morena, a te achar redomona
Facilita já te faço um filho na forja da minha rima
Te deito nos versos e me jogo por cima
E no eco dos teus urros já faço a doma

Não me cansa te pegar de jeito
E se acaso acontecer te pego na anca do poema
Assim tu te amansa e nem verás defeito
Nesse poeta grosso que te judia sem pena

Seguro-te na espora, e o verso vai se embora
Jogo-te sobre os arreios, e a coisa fica buena
No escutar do teu sussurro, me solto verso afora

Não adianta te esconder, que meu faro é de perdigueiro
Não adianta te fazer, que te convenço pelo cheiro
Cheiro de Índio Macho, daquele que te devora

Decimar Biagini 20/10/2009

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

NOSSO AMOR

Tentando decifrar a pureza do nosso amor
O porquê d”ele nos cativar e viciar loucamente
A saudade, o ópio, o cheiro, a pele, o sabor
Somos a terra que a chuva molha novamente

Úmidos e férteis, a buscar a colheita de quimeras
Uma nova e eterna aliança com fórmula antiga
Suave devaneio de propostas tão sinceras
Se existe sentimento maior, que alguém me diga

Nosso amor não precisa de símbolos,
É a suficiência na arte de sentir-se despido
Fizemos de nós nossos próprios ídolos,
Na própria imagem do que fora esculpido

Não existe maior alegria para um poeta,
que sentir e transcrever para sua amada
O quão apurada é a própolis do amor
Esmero de quem alcança a obra completa
A sentir o aplauso na chegada, em vitorioso sabor


Decimar Biagini

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

TUA VISITA

A concorrer com a noite densa e serena
Teus cabelos negros e suspiro calmo
Da boca rosada, te vi Rosa Morena
Na púrpura do verso que declamo

Tão doce a nossa cena sobre o sofá no saguão
Em meio à aula, os corpos estavam noutra sintonia
Os olhos estáticos, em mútua contemplação
Enquanto as mãos se tocavam o tempo corria

De vozes, carícias e trocas de olhares
A noite se fazia tépida, estrelada e núbia
As pálpebras, a pele, o sorriso de volúpia
Aos poucos despiam os véus lunares

A carne ainda intocada, os braços a buscar parada
Já era hora da retirada, e a porta se fez fechada
Na partida da namorada, a saudade entra na morada

Decimar Biagini

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

AMAR É ARRISCAR

Nem tudo são flores
Eu sei bem disso
Mas o que são os amores
Se pensarmos nisso

A investida cega
A mão no fogo
O fugir da regra
O enfiar o pé no lodo

Dar crédito a quem não tem
Confiar sem ter chão
O amor é a sorte que convém
A quem crê no coração

Decimar Biagini

terça-feira, 13 de outubro de 2009

ACRÓSTICO NOVA ORDEM DA POESIA

N ão é o novo
O velho refeito
V álvula do povo
A modificar o perfeito

O mundo precisa
R efazer a organização
D a frase concisa
E m renovação
M otriz da vida

D a nova ordem
A nova sina dos versos

P oetas da nova era
O rganizam o movimento
E spalham pela atmosfera
S uas razões e sentimentos
I nvertem o giro da Terra
A rabiscar o encantamento.

Decimar Biagini e Wasil Sacharuk

domingo, 11 de outubro de 2009

ACORDANDO COM A VIDA

Tu és, o preciosismo da aurora
Eu só acordo para a vida
Quando tua voz é ouvida
Sem ela, a monotomia me devora

Meu corpo é apenas matéria
Mas junto ao teu é felicidade
Longe dele, sou a pura miséria
A fudir de minha verdade

Quisera eu extinguir a dependência
Deste vício, que tomou conta de mim
Mas de que adiantaria a independência
Se não pudesse gozar do amor até o fim

Decimar Biagini

sábado, 10 de outubro de 2009

SONETO A TI

Quando eu não te vejo
A noite se faz em claro
Na saudade do teu beijo
O melhor verso declaro

O pensamento apaixonante
Que separa o homem do sentir
Castiga-me naquele instante
Em que te vejo pela porta sair

E quando digo que a vida passa rápido
São frases que se confirmam na tua presença
Por que o tempo é tão frio e árido

Verdadeiro deserto, quando a saudade é intensa
Mas quando por perto, tu me deixas ávido
A perceber por certo, que o amor é a diferença

Decimar Biagini

UM SONETO COM SACHARUK


Sacha veio de um tempo
Em que as estrelas desciam do firmamento
Onde parava-se o vento
Com a força do mais filosófico pensamento

Parceriar com Sacharuk
É como retratar um fim de tarde
É duelo de "gran" mamute
É pisar no chão em alarde

O poeta em sua brilhante companhia
Torna-se herói sem glória
A preencher com letras a vida vazia

A fazer nos versos sua história
No entrelaçar de um soneto
Como se fosse o último dueto

Decimar Biagini

Homenagem ao
Poeta-Artista-Mago-Professor-Músico Wasil Sacharuk

terça-feira, 6 de outubro de 2009

SONETO LIVRE AO DINHEIRO




Ele retém informações
Que estariam em benefício de vocês
Ele sufoca emoções
Que estariam em benefício de vocês

Ele distorce valorações
Que estariam em benefício de vocês
Ele trás frustrações
Que só geram prejuízo para vocês

Ele está em bolsas, em previsões
Que só geram incerteza a vocês
Ele gera guerras e escravizações

Mesmo assim, é um deus para vocês
Ele não entra no paraíso das religiões
Por que então é tão valioso para vocês?

Decimar Biagini

domingo, 4 de outubro de 2009

P ríncipe das palavras
O artífice dos poemas
E is que poesia é sua arte
T inteiro é o estandarte, e
A s armas são suas penas

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

SOBREVIVÊNCIA

S ortilégio
O bsessão
B ruxaria
R enovação
E nsinaria
V asta visão
I maginaria
V ultos na
Ê nfase
N aturalista da
C ultura
I merso em ternura
A viajar na mente

AUTO-RETRATO TRISTE

Correm os olhos sob as tábuas
Baixam lentamente, rumo ao canto
Afoga-se o peito em mágoas
Soa a música em puro pranto

Na tomada, existe algo plugado
Mas o desânimo foge da alçada
Sequer escuto o televisor ligado
A mente parece viajar na madrugada

Corro a barra de rolagem ansioso
Sinto que prefiro ser aquilo que não pude
O único consistente, é o verso formoso
A rima já formou opinião, mesmo que rude

Amanhã eu odiarei este versejar
Pois retratará minha fraqueza
Prefiro então não mais comentar
Quiça recolher as cartas da mesa

O que me resta, é dormir
E torcer para que esqueça o que disse
Antes que a verdade queira surgir
E que eu possa me retirar,
Antes que eu mesmo a visse

No tracejar do retrato poético....

Decimar Biagini

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

MUSA DO MATE

Por vezes paro e penso
Que estou a pensar demais
Prefiro escutar nosso silêncio
No chimarrear da vida que me apraz

Tu és majestosa amada e companheira
Mesmo quando longe moras comigo no coração
A manter-me vivo de segunda à sexta-feira
A ser no final de semana minha grande inspiração

No cevar do mate, somos cúmplices no amor
Mantendo sonhos no sorver da vida
Trocando experiências e minimizando a dor

Ao chimarrear no catre, fomos sempre a saída
A trilhar caminhos na certeza do amanhã
No juntar das forças, para o sucesso na lida

Decimar Biagini

Qual tema nos poemas mais te atrai?