DECIMAR BIAGINI

DECIMAR BIAGINI
Advogado e Poeta Cruzaltense

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segunda-feira, 29 de novembro de 2010

FIM DE NOITE

Esse sorriso, que invade minha casa.

Tão precioso...

Penso nisso, minha amada mimosa...

Tão gostoso...

O amor sentido, nesta noite viçosa...

Você foi embora...

Mas ficou aqui comigo, o seu cheiro de rosa...


Decimar Biagini

sábado, 27 de novembro de 2010

NUANCES DO TRAFICANTE

E se eu tomasse este rumo?
E se eu fumasse este fumo?
E se eu usasse só para consumo?
E se eu vendesse só o sumo?

E se eu contratasse uns caras?
E se eles vendessem para mim?
E seu comprasse umas armas?
E se nos devedores desse um fim?

E se eu comprasse os políticos?
E se eu extorquisse a comunidade?
E se eu fosse terrorista em momentos críticos?

E se eu lembrasse quem eu sou de verdade?
Humano? Não, agora é tarde demais
Sou uma dúvida encarcerada
Jogado em Catanduva com meus iguais

Decimar Biagini

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

DUAS XÍCARAS E UM PIRES ( A JUSTIÇA DO CAPITAL)

D osei a justiça
U ngido pela capa preta
A çoitei a cobiça
S obre o olhar da escopeta

X adrez de maluco
Í caro sonhador
C arreguei o trabuco
A vistei um Doutor
R umei para a audiência
A gora ficou sepulto
S obrou nada da sua imponência

E nem sequer um vulto

U ma alma sem decência
M aquiada de ser adulto

P obre alma em demência
I maculada por um produto
R asurada pela conveniência
E m um capitalismo enxuto
S ubordinados a chamavam de V.Exa.

Decimar Biagini

terça-feira, 23 de novembro de 2010

O SUSTO

Pois não é que fui na farmácia
Descobri estar com 20 kg acima do normal
De lá para cá só como bolacha
Alternando entre "maria" e "àgua e sal"

Então fui na nutricionista
A mesma falou que não é assim
Cada dia é uma conquista
Um dia carne outra gergelim

Agora que paguei a consulta
Vou emagrecer uns dez quilos
Pois faltou para pagar a fruta
Meu estômago parece ter grilos

Mês que vem emagreço mais dez
Pois tenho que pagar outra orientação
Não poder fazer rancho é sorte ou revés?
A dita nutricionista me deixou sem um tostão

Decimar Biagini

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

BUENA NOCHE

Escutei de relancina
Um tilitar dos freios
Ouvia-se lá da esquina
Berros dos mais feios

A mulher me mandou levantar
Disse pega da garrucha
E não esquece de desenferrujar
Assim fui na esquina gaúcha
E vi motoboy com uma china brigar

De um lado o Ricardão da Penha
Segurando o braço da disputada
Logo pensei em por no fogo mais lenha
Fui separando o guapo na adaga
Puxei da garrucha e disse então venha
Ou te furo ou te queimo, tu me paga

A chinoca correu para os braços do amado
Qual deles? Você deve estar perguntando
O da motoca, pois era o que tinha mais trocado
E o outro ficou ali no chão chorando

Perguntei então ao infeliz o nome da prenda
Falou que era Maria, e que moravam na penha
Disse, teve sorte, pode ser que aprenda
Que aquilo dava sangria tipo teta rachada na ordenha

Em resumo, voltei para casa com corujas de plantão
A vizinhança de olhos estalados de butuca
Puxei um fumo até apagar a brasa e a garrucha foi para o lixão

Decimar Biagini

A BRAVURA

A mente modificou
Um dínamo
Energia gerou

De nada adiantava
Ser forte como um touro
Se abúlico aparentava
Sem força, sem estouro

Esta vontade que hoje busco
Para ter o auto-domínio
Libertar o ser que ofusco
Sem provocar auto-extermínio

É que o enérgico só se aplica
Ao caráter do ser combatente
Ser desrespeitoso não se explica
É preciso ter a idéia latente

O homem de caráter forte
Reencontra o hábito de ser dono de si
Em mim encontrarei o norte
Tomando meu curso daqui até o fim

Decimar Biagini

domingo, 21 de novembro de 2010

O NOIVADO

Enfim, o adorado projeto
Amar e ser amado
Território hoje descoberto

Ser amado por ti, é meu alento
Hoje estou com coração aberto
A sentir tua alma em meu pensamento
Manterei o olhar sempre atento
Confrontando a calma deste sentimento
Pois admito ser um pouco ciumento
Para apimentar o que nutro no momento

Chamem de delírio ardente
De pureza celestial ou delírio insano
Sou teu amigo, teu amado e teu amante
Quanta beleza ao final deste ano
Tornei-me noivorido num instante

Lemos 1 Coríntios 13* de joelhos na igreja
Em troca de alianças triunfante
Votos proferidos e que assim seja
A devota lembrança da sintonia brilhante

Se amar é viver sem despertar de um sonho
Contigo quero ter o sonhar pleno que proponho
Na cama da vida adormeceremos cantando
Tendo nossa guarida ao envelhecermos sonhando

Decimar Biagini

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*
"1 Ainda que eu falasse as línguas
dos homens e dos anjos,
e não tivesse amor,
seria como o metal que soa
ou como o sino que tine.

2 E ainda que tivesse o dom de profecia,
e conhecesse todos os mistérios
e toda a ciência, e ainda que tivesse toda a fé,
de maneira tal que transportasse os montes,
e não tivesse amor, nada seria."

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

O ÍDOLO

Uma lenda da música
Um craque no futebol
Uma atividade lúdica
Chutaria o si bemol

Não gosto do ufanismo
Nem do planejamento
Tenho terror ao fanatismo
Criado no calor do momento

Uma ação especial necessária
Comover o leitor na afirmação
A festa da cultura lendária
Criada na dor da empolgação
Decimar Biagini

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

O POETA SEM ASAS

O silêncio na cozinha conjugada
Incitava-me a pensar no nada
A inexistência reduzida em poesia
Indolência da solidão em tirania

Ainda há pouco estavas aqui
Cheia de amor a limpar a casa
Restou o perfume emanado de ti
E o vazio de um poeta sem asa

Ah, quisera ser um anjo e voar até aí
Largar a tristeza de um fim de tarde
E poder repetir tudo o que tivemos aqui

Ah, quisera ter as asas de um querubim
Procurar-te na noite, quem sabe
A Flechar-te com a saudade que reside em mim

Decimar Biagini

sábado, 13 de novembro de 2010

NO INÍCIO

No inicio
Só existia a poesia
Li um patrício
Fernando Pessoa

Em opulenta pompa
Falava de País e de mar
Observando sua roupa
Comecei então a lhe desnudar

Mensagens características
De escritores lusos estilísticos
Com desbravar em mares desconhecidos
Num relatar de escultores atrevidos

O vulgo que o leu
Tornou-se então poeta
E algo aconteceu
No continente da obra aberta


Decimar Biagini

TUA IMAGEM

Nem o mais intelectual
Dos retratos em poesia
Traçaria teu espectro fulcral

E na prosa, em tua idolatria
Jamais lançaria tua caricatura magistral
Nem a mais delicada harmonia
De uma canção considerada ideal

O mais solerte plumitivo poeta
Retemperaria o teu perfume
Num lastro de pura poesia
Ou numa esperança vagalume

Nem mesmo a verve desse improviso
Nem a mais feliz flutuante mensagem
Nem mesmo o poema mais altivo
Seria capaz de reproduzir tua imagem

Decimar Biagini

O RETORNO À VOLÚPIA DA POESIA




Precipuamente
Larguei a poesia
Paulatinamente
Loucura eu diria

Sob o prisma
Do esquecimento
Ou na cisma
Com o meu momento
Sem a brisa
Do encantamento

Ignorei meu dom
Por rudes trabalhos mentais
Desliguei o som
De memórias ancestrais

Em seráficos olhares
Sobrevoando sobre mananciais
Observei avatares
Em conveniências abissais

Nada vi além do vulgo inconsciente
No idílico galope eleitoral
Larguei mão de ser poeta e virei gente
E tratei de fazer o banal

Abstive-me da verve
Que me jogava em poesia sideral
Uma só estrela não serve
Diante do prisma existencial

Tornei-me um autômato
Fantoche capitalista famigerado
Para alimentar o estômago
Do consumismo exacerbado

Refiz o trajeto das dívidas
Obrei como ser comum
E pelas faturas distribuídas
Tornei-me apenas mais um

O mercantilismo então se justificaria
No espúrio abusivo de meu rum
Ópio de quem larga a idolatria
De quem escrevia o poema nu

Mas houvesse de fato
O estúpido fanatismo de poeta
E perdesse aquele barato
De escrever obra serena em mente aberta

Morreria paupérrimo de cultura
Numa divinização acomodada e patética
Tentando ser estrela antes da sepultura

Esta gripe, taxada de poética
Que encontrei na febre da globalização
Que fez da internet a luz profética
De idolatrar o poeta na mesma encarnação
É a obra encarada sob a severa crítica

Aquela cujo algoz é meu próprio coração
Desprovida de hermenêutica analítica
Cujo desbravar é o amor pela improvisação

Para concluir na transcendência desse fenômeno
Que me tornou o mais severo concorrente
Daquele que leva como Decimar Biagini o pseudônimo
Suprimindo um Silveira menos indulgente

Deixo nessa obra uma tarefa nada espartana
Rebelde de métrica, mas fiel ao retórico estilo
Liberdade poética, de transparência mundana
Cuja grande dialética, é a autenticidade do brilho

Vento que me varre, em folhas de ilusões
Viva ardência no encantamento do improviso
A buscar a mesma sintonia em distantes corações
Mesma vivência sob o firmamento do lirismo

Junção de afinidades na leitura de projeções
Minudenciar de profundas raízes poéticas
Ideias súbitas na espontaneidade de explosões
Erupção latente e pervicaz, sem aspirações léxicas

Decimar Biagini

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

HORIZONTE

HORIZONTE

Alem de BH
existe um lugar
bonito e tranquilo
pra gente roubar

Serio vereador
vamos entao nos mudar
Viveremos de favor
Com muito voto a comprar

Decimar Biagini

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

SERMÃO

Meu filho você está errado
Tomando pinga quarta-feira
Seu padre, o Sr. é invejado
Toma vinho de primeira

Bom filho, falemos de outro pecado
Como vai sua mãe, aquela rampeira
Que isso padre, o Sr. é meio abusado
Que nada, só abuso na segunda-feira
É quando o coroinha dá conta do recado

Decimar Biagini

terça-feira, 2 de novembro de 2010

O LANCE DA ESCADA

No cume da escada
Existe uma saída
Pulando da sacada
Dá-se cabo a vida

No cume da escada
Existe uma descida
Rolando da sacada
Fica a carne moída

Abaixo da escada
Existe alma penada
Forçando sua tropeçada
Enquanto olha para o nada

Decimar Biagini

ALTERNATIVO

Peguei a calculadora
Pensei em deixar de pensar
Logrei a professora
Pensei em deixar de colar
Até hoje sou meio à toa
Meu negócio é improvisar


Caí de cara no infinitivo
universo aflitivo
que ora cai, ora voa
nem sempre é uma boa
mas é meu lema
meu tema e poema
é brincadeira
é meu lar


Não havia torpedo para o colega
A técnica era do borrar quadro
Camuflar a tabuada na régua
Tomar a prova de um magro
Depois ver o boletim e lavar a égua
Estudava com candelabro
Uma conga durava muita légua
Sexo na escola, só o pago


Hoje, após anos de falcatrua...
algumas décadas de rua
morri abraçado ao poema
pois não encontrei outro esquema
nesse mundo moderno
que não me leve ao inferno
e a única maneira
é brincar.


Decimar Biagini e Wasil Sacharuk

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

NUTRIÇÃO DA ALMA

NUTRIÇÃO DA ALMA

A palavra mudança
Gera desconfiança
A palavra sucesso
Leva ao progresso

Quando acordar
Olhe no espelho
Tente se amar
Com mais esmero

Faça uma lista
Trace metas
Foco na conquista
E em escolhas certas

Fuja dos pensamentos
Quando negativos
Evite alguns momentos
Meio dispersivos

Esqueça os sentimentos
Receosos e destrutivos
Cultive seus alimentos
E torne-os nutritivos

Decimar Biagini

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