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domingo, 28 de fevereiro de 2010
AO POETA LUIZ CARLOS PINHEIRO DO VALLE
Querido Irmão das Letras
Se puder postar por depo
Mamarei naquelas tetas
Degustando o que escrevemos
Obrigado por fazer parte da NOP
Por ajudar a contar nossa história
Que inspiração boa lhe provoque
Daqui até a tua última glória
Obrigado pelo convite aceito
Espero que perdôe meu jeito
Sou carente de depoimentos
Dependo das palmas e dos leitores
Sou artista, filho de professores
Cujos poemas são projetores
Da alma criativa, inquieta e senil
Abraço a um dos melhores poetas do Brasil
Decimar Biagini
SONETO À SONETISTA VÊNUS
Do respeito pelas tuas obras
Já tracei contigo pergaminho
De parcerias e manobras
O que sobra nesta arte
É a amizade e o respeito
Pela Poetisa e seu jeito
Em sonetos por toda parte
Vênus, poetisa e professora
Que conheci na Fernando Pessoa
Vemos a brisa e o verso soa
Na musicalidade da alma boa
No declamar, no escandir
No verbo amar, e no esculpir
Decimar Biagini
sábado, 27 de fevereiro de 2010
A LIBERDADE DE POSTAR NA NOP
Honra-me a postagem pela NOP
Do Soneto Ferramentas Literárias
Não há prazer, sem que o provoque
De alforriá-lo de formas lendárias
O soneto, como atividade lúdica
Com um pingo de limitação maso*
É um misto de essência úmida
Com um lindo passeio no parnaso
De sorte que alguém achará difícil
Mas difícil é o soneto sem alma
Pois o improviso é veloz como míssil
Há também quem tenha calma
E traga o soneto como esmerilho
A fim de que o Leitor bata palma
Decimar Biagini
* O sacrifício na busca da perfeição
tem um tom quase que masoquista...
Leva ao prazer da dor ou a frustração
O importante é que você não desista
sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010
A CHEGADA DA GNOSE COM DEDICATÓRIA
.
Esperei pelo correio tua outra gnose...
Eis que chega com cheiro de nova...
Pegues leve nos poemas e nas doses...
Beijos nas crianças e na Dhenova...
Obrigado pela bela dedicatória...
Tenho lido ela repetidas vezes...
A fim de entender nossa história...
Nossa amizade ao longo dos meses...
Você é Wasil Sacharuk, fundador da NOP...
Forte como o Huck, e preciso como o Robocop...
Abraço ao povo dos costumes franceses...
Lembres que teu livro tem vida cambiante...
Já não pertence aos teus lúdicos interesses...
Agradeço a ti por deixá-lo morar na minha estante...
Decimar Biagini26/02/2010
PINGOS DE REFLEXÃO
Não é a crítica da revista veja
Nem a prisão do Governador Arruda
É um acomodamento, uma dor aguda
De ver tudo isso de braços cruzados
De pensar nisso vendo todos amarrados
Algo em minha mente goteja
Não é a apelativa propaganda de cerveja
Não é a política no Brasil que não muda
Tampouco a propagação da cultura absurda
Vista no Big Brother por curiosos viciados
Impulsionados por fantoches maquiados
Algo em minha mente goteja
Não é aquilo que não quero que seja
É o tempo me levando a vida miúda
Sem que eu faça uma reflexão profunda
Sem que eu possa curtir alguns bocados
Da graça dos anos já desgastados
Decimar Biagini
26/02/2010
terça-feira, 23 de fevereiro de 2010
HOMEM NÃO CHORA
A vida corrida
Na fila, a demora
O bloqueio da saída
Saudade de outrora
Sem vida sofrida
Do menino que namora
Da infância querida
Do comer sem mão de obra
Do acampar na lua nova
Do tempo sem sogra
Sem irmão que te logra
Do acordar sem hora
Da mãe que te escova
Do amigo que tu confia
Do menino que ora
Do pai que te dizia:
Que homem não chora
Decimar Biagini
domingo, 21 de fevereiro de 2010
SONETO AO IMPROVISO
Uma grande biblioteca
Em cada gesto ou meta
Há uma nova descoberta
Nesta odisséia de escriba
Sequer sabemos o final
O improviso então avisa
Que a rima é algo desleal
Sacrificamos muitas coisas
Em prol do ego, da sonoridade
Escrevemos como em loisas
Sequer sabemos a verdade
Contamos apenas com a arte
Levando o soneto a toda parte
Decimar Biagini22/02/2010
sábado, 20 de fevereiro de 2010
OS MALUCOS DOS SONETOS LIVRES
No santo pasto do estiloJ
azia um poetas sem coração
Cuja voz parecia a de um grilo
Veio então a semente propulsora
Um amigo a emprestar parceria
Três palavras, cada uma inspiradora
A trazer-me de volta o que queria
Há quem possa exprimir, uma alma escrava
Mas libertamo-nos em Sonetos Livres
Junto a mim, Sacharuk lá estava
Então nas palavras fizemo-nos ourives
Lapidamos a alma e libertamos os versos
E os resultados foram criativos manifestos
Decimar Biagini
SONETO AO CASO DA GNOSE SEM DEDICATÓRIA
Obrigado pela atenção, está desculpado
Sei bem, leitor tem neurose, o poeta também peca
De que vale um livro de amigo não autografado?
Pois digo que vale muito, melhor quando sonetado
Se não fosse este deslize eu seria um guaipeca
Que caiu do caminhão da mudança, pobre coitado
Mas agora aguardo o mimo, vê se manda depressa
Aproveita e vê se lança aquela do Poeta Cruzaltino
Agora lendo-te me animo, aguardo sem pressa
Vou mandar um volume para a Instituição de Ensino
Do meu irmão Veríssimo, também estudei nessa
Se chama Venâncio Aires, meu pai é Bibliotecário
Agora resta aguardar o chamegão lendário
Decimar Biagini
20/02/2010
A PRAIA DO LARANJAL
Do centro da cidade de Pelotas
Com seus três balneários
Atrai gente até das grotas
Santo Antônio, Valverde e Prazeres
Um lugar movimentado e aprazível
Ideal para pessoas se conhecerem
Ir em Pelotas e não visitá-la não é crível
Quem diria que após a invasão espanhola
Restaria ali um lugar de descanso e paz
Salve Thomaz Luiz Osório, que tempos atrás
Permitiu que ali morasse gente que apraz
Decimar Biagini
20/02/2010
REFLEXÃO VESPERTINA
A luz não corta as densas nuvens
Saudoso daquilo que fiz de minha amada
Fico varando a solidão em imagens
Transponho minha alma reencarnada
Percebo a necessidade de ter alguém
Sem troca de afagos não evoluo nada
Sequer existo quando a musa não vem
Sou meu próprio redentor, eu sei bem
Mas a vida sem meu amor é um vintém
Hoje me sinto triste, no sumo do meu bem
Embora a reconquiste, a confiança não vem
De que vale o orgulho, se a vida não é eterna?
O meu perpétuo prazer era estar com ela
Longe sou mero entulho, jogado na caverna
Sequer brilham as estalagmites de minha mágoa
Decimar Biagini
20/02/2010
quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010
FIM DE NOITE
Diante da tela
E pelo que vi
Sem a Musa bela
Hoje ela descansa
Tem muito a pensar
Decidir no que se lança
A mim, basta esperar
Hoje é quarta-feira
Dizem que de cinzas
Estou numa canseira
Mas as roupas estão limpas
Você agora pergunta
O que tem a ver isso
É que poeta tudo junta
Pois a rima é compromisso
Falando em compromisso
Fiz uma proposta à Morena
Ela pensa agora nisso
E eu já imagino a cena
Um altar e dois malucos
Com o amor a prometer
Até lá conto os minutos
Enquanto não acontecer
Despeço-me dos leitores
Para o fim de adormecer
Pois os sonhos são precursores
Do que serei ao amanhecer
Decimar Biagini
terça-feira, 16 de fevereiro de 2010
DILUINDO PECADOS
Lembro do que confessei
Um pecado que ainda arde
Relatado à um gordo padre
Mais parecia um Frei
Não me tirou para compadre
Disse: "filho quase te excomunguei
Fale baixo sem alarde
Pois na barriga tu tens um Rei
Tome cuidado, senão mais tarde
Direi a todos o que sei"
Então dei um chute naquele gay
Bem no meio do seu bagre
A todos ali fora gritei
Há algo errado neste padre
Pois tão logo denunciei
Veio uma santa Madre
Dizendo, ele é tarado, pois bem sei
O Padre então no fogo hoje arde
Morreu de enfarte depois que o delatei
Pois que lá fique, já foi tarde!!!
Decimar Biagini
SINA DE POETA
Jamais tinha visto tanto poema junto
Tem uma hora que o ego se faz vencido
Coisa de imortal, de poeta enaltecido
O poeta vive prisioneiro de pensamentos
Mora entre quatro paredes existenciais
Fecha os olhos por alguns momentos
E vê-se libertar com almas ancestrais
Seu poema é uma alma penetrável
Mostra-se feliz, confiante e harmonioso
Ou infeliz, temeroso e insuportável
Mas por certo que jamais é silencioso
Seu silêncio trás no grito o eco mudo
Pena muitas vezes no erro e cala
Fica dias sem escrever qualquer absurdo
Depois retorna com experiência na mala
Um mecanismo maluco se impulsiona
Através de uma transferência lingüística
Uma voz interior que a todos emociona
Seja na simplicidade ou na palavra mística
Cheguei a conclusão que ser poeta é contradição
Que tem gente que acha que poetar é loucura
Que poeta oscila entre a admiração e a clausura
Poeta é mais que razão, é escrever com o coração
Decimar Biagini
16/02/2010
segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010
O COTIDIANO DE UM POETA
Escovei o dente que nasce, no siso da alma
Corri para a cozinha, me senti sozinho
Abri uma geladinha, e fiz um cozidinho
Lá estava eu na mesa, novamente só
Um ogro sem delicadeza, alma sem dó
Sai então da caverna, fui recolher o velho lixo
Lavei a louça em baderna, consertei um esguicho
Me organizei com atitude, refiz pensamentos
Da solidão fiz uma solitude, em bons momentos
Tratei então de relatar, fazer do simples um poema
Fiz o tempo passar, sem requintes, sem dilemas
Decimar Biagini
SONHOS DE CARNAVAL
É frio como no Alaska
Nosso carnaval é animado
É sensacional o nosso gingado
Um desfile de fantasia
Em torno da torre Eiffel
O tango visto na Argentina
No melhor estilo Garde
lNada tem nossa magia
É como concurso sem troféu
Nosso samba tem alegria
A felicidade é vista do céu
A Sapucaí é fábrica de sonhos
Toda nação é fácil de interpretar
Em cada escola e seus enredos
O mundo inteiro lá vai estar
Decimar Biagini
domingo, 14 de fevereiro de 2010
A MUSA E SUAS RIQUEZAS E COISAS DE QUEM FAZ POEMAS
Zelosa com seu tesouro
Guardiã de muitos segredos
Pensava a Musa de ouro
Lutando contra seus medos
Longo e cálido era o domingo
Todo o oceano em descoberta
Em sua intrépida nau ia fugindo
Sem tripulação, no leme em alerta
Princesa de um mundo de poemas
De fantasias, poesias e declamações
Alforriava-se das antigas algemas
De um passado de tantas decepções
Em busca de águas mais amenas
Lançou-se mar adentro, em projeções
Uma alma sedenta de desejos reprimidos
De sonhos quase sucumbidos, mas adormecidos
Encontrou então um poeta naquele novo mar
Seguiram caminho, aos cuidados do verbo amar
Decimar Biagini riquezas
COISAS DE QUEM FAZ POEMAS
Todo poema é a alma que o lapida
O meu é intimista, em forma de relato
Minha atitude ingênua me intimida
Por vezes me vejo em alto-retrato
No registro dos dias, no amor pelo fato
Divulgando alegria, ou revelando-me um chato
Por certo que o poema é meu espelho
A cada dia que passa, mais me assemelho
Tem dia que agradeço aos leitores de joelho
Tem dia que mudo o endereço, me torno pentelho
Mas fazer o que, poeta é um pouco bipolar
Por ora ama por amar, por ora ama para rimar
Decimar Biagini
sábado, 13 de fevereiro de 2010
NOSSA SIMPLICIDADE É A LUZ POÉTICA
Em cenas animadas, lídima musa nos versos
Riso plácido, em singelas melodias
Pernas entrelaçadas, vítima de meus arrestos
Acaricio-a rumo ao gozo das poesias
Utilizo de todo romance em meus manifestos
Sou poeta, levo-a nas asas da magia
Mostro muito mais que estrelas no universo
Faço amor ao descrever nossa sinergia
Os arcanjos, as rosas, os clarinetes, e o verso
Foram dispensados para relatar o que eu queria
Ouço agora sua voz, nos bilhetes sem nexo
Nas besteiras que digo, no olhar em sintonia
O céu poético já não tem falsetes, nem é complexo
Descobri que foi na nossa verdade que nasceu a poesia
Decimar Biagini
terça-feira, 9 de fevereiro de 2010
O POEMA É UM PAPEL EM BRANCO
Para cada tecla um novo começo
Para cada palavra uma nova regra
Para cada regra um novo complexo
Para cada complexo uma olhada cega
Para cada olhada cega um olhar perplexo
Para cada olhar perplexo um novo clarão
Para cada novo clarão, um túnel em anexo
Para cada túnel em anexo um vasto chão
Para cada vasto chão um teto convexo
Para cada teto convexo um novo céu
Para cada novo céu um poema desconexo
Para cada poema desconexo um papel
Decimar Biagini09/02/2010
domingo, 7 de fevereiro de 2010
SONETIÁLOGO DOMINICAL V
Difícil essa missão de poeta
Pior a de pai de dois fedidos
Vê se não esquece da tua meta
.
De cuidar do trago, da fralda
Da poesia, dos amigos e da musa
Mas vai devagar, não abusa
Lembre do que dizia Vovó Mafalda:
- "Meu nariz é de morango
Mas não faço malabaris com fruta
Façam empréstimo na losango
E paguem as babás seus fdp
Cuidem bem das criancinhas
E mantenham a fralda enxuta"
Decimar Biagini07/02/2010
A MUSA E NOSSO ÉDEN
Fizemos em nós o paraíso insular
Nesse amor que é incessante
Nos amamos como em sagrado altar
Como se fosse o último instante
Maior que o oceano
Era a chuva que caia
Molhando a seda e o pano
Veio o sol, te fez rainha
Hoje já passa de um ano
Que quisestes ser minha
Que traçamos um só plano
Na voz, no sorriso de teu jardim
Tu és mais que um querubim
És rosa e nirvana para mim
Tão formosa, passa semana sem fim
E aqui comigo, teu perfume é jasmim
Quem diria que serias assim
Decimar Biagini07/02/2010
DE VOLTA AO SONETO LIVRE
Lá estava um poeta adormecido
Minhas palavras, meus problemas
Das primeiras não tinha esquecido
Vim aqui fazer o verso em catarse
Passear um pouco pelo soneto
Deixar o nó da vida desamarrar-se
Libertar o louco do meu gueto
Por certo que estes quatorze versos
Sequer intercalaram rimas nas estrofes
É que o insano não escreve com nexos
Procura-se e derrama-se livremente
Então vai lá, meu soneto livre
Cura o poeta e sua inquieta mente
Decimar Biagini07/02/2010
RETORNANDO À FAZENDA
Que saudade que hoje tenho
Da sombra do cinamomo
Da vaca que não mais ordenho
Das lindas tardes de outono
Do velho Pires cortando lenha
Do cavalo que respeitava o dono
Das compras na conta do nono
Sem frescura de cartão e senha
Do tempo que eu tinha sono
Deitado na rede lá na fazenda
Mas a vida passa tão depressa
Hoje o que resta é lembrança
Do doce da bisa numa compressa
Da inocência de uma criança
Decimar Biagini
07/02/2010